Moda sustentável chega ao G7 com iniciativa “Fashion Pact”
Durante a reunião cúpula do G7, que aconteceu em Biarritz, França, em setembro desse ano, uma iniciativa se destacou e mobilizou grandes players da indústria da moda: o Fashion Pact.
O projeto teve início com Emmanuel Macron, presidente da França, que recrutou François-Henri Pinault, CEO do Grupo Kering, para mobilizar grandes nomes da indústria em busca de um só objetivo: a sustentabilidade. Mais de 150 marcas, de Zara à Gucci, aderiram ao pacto.
O Fashion Pact é baseado nas iniciativas que são propostas pela organização Science-Based Targets (SBT) que foca em três áreas essenciais para proteger o planeta: aquecimento global, restauração da biodiversidade e preservação das espécies e oceanos. Os objetivos são: atingir zero emissões de gases do efeito estufa até 2050 para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau até 2100, focar na restauração dos ecossistemas naturais e reduzir o uso de plásticos de uso único.
“Estamos orgulhosos de ser parte desta iniciativa. Graças ao Fashion Pact, pela primeira vez, os maiores players da indústria da moda estão unindo suas forças para assumir os maiores desafios ambientais do nosso século”, comentou Ferruccio Ferragamo, presidente da Salvatore Ferragamo.
Empresas grandes servem de exemplo quando se mobilizam por um bem comum. Mesmo antes do pacto as marcas já estavam se adaptando à essa macrotendência que é a sustentabilidade: Stella McCartney trabalha para a eliminação de plásticos virgens, usando poliéster reciclado; a Zegna vem desenhando seus ternos com a intenção de reciclá-los no futuro; a Prada, famosa pelas bolsas de nylon, prometeu usar apenas uma versão reciclada do tecido; a Zara está mudando seu foco para materiais orgânicos e reciclados; além de Michael Kors, Gucci e Versace terem descartado o uso de pele animal. O que têm uma ótima repercussão na indústria.
O G7 Fashion Pact vem de encontro com os consumidores que exigem cada vez mais transparência e atitudes efetivas das marcas e empresas que consomem.
Por mais promissores que os objetivos pareçam e por mais incrível seja tamanha adesão das marcas ao pacto, resta a crescente desconfiança quanto a efetividade do projeto. Uma das questões levantadas logo após o anúncio de Macron foi relacionada ao tempo: 2030 parece um prazo não razoável, visto que já existem soluções possíveis para os problemas que o pacto aborda, por exemplo, da eliminação dos plásticos de uso único. É realmente necessária uma projeção tão longa para mudança?
