O Futuro do presente: uma análise do sonhar humano
A arte se apresenta como uma forma de visualizar e analisar épocas passadas, e o cinema é um dos meios mais interessantes para se relacionar os estilos de vida aos conceitos de uma determinada época. Como o cinema representa não apenas o passado, mas também o futuro, por seu intermédio pode-se analisar como uma geração projetou um futuro.
Nesse sentido, por meio da cinematografia, podemos compreender a idealização de uma visão de futuro de uma determinada geração, o que poderíamos chamar de “futuro do passado”.
Com a visão do poder artístico da mídia cinematográfica, podemos compreender o diálogo que o diretor Ridley Scott teve ao vislumbrar o futuro através de Blade Runner. Lançado em 1982, o filme conta um romance que ocorre no início do século XXI, mais especificamente, em 2019, um ano bem próximo ao nosso.
O filme cria uma fantástica visão do futuro, onde o mundo está envolto em um caos tão intrínseco como a própria criação humana através da engenharia genética, técnica aplicada para a criação de seres desenvolvidos em laboratórios denominados de replicantes.
A obra de arte também transporta de forma significativa a questão de colagem de culturas, que se percebe do momento quando o protagonista pede um simples macarrão.
Porém, a questão aqui presente se atém aos filmes que podem representar o futuro da nossa geração através de produções atuais, e o motivo pelo qual os diretores buscam dar continuidade aos filmes antigos com novos roteiros.
Em primeiro ponto, muitos filmes como Alien, Blade Runner e Star Wars deixaram lacunas não preenchidas no passado, dando abertura a continuações e é o que tem acontecido com o retorno dos três filmes mencionados.
Em segunda análise, percebe-se uma necessidade particular do ser humano decorrente de sua compreensão de finitude e de tempo: sonhar com as épocas futuras.
Portanto, em busca de criar expectativas para vidas futuras, são desenvolvidos filmes que contemplam viagens espaciais, às vezes trazendo o caos como principal anseio, por ora, de formas eufóricas, como no filme Insterstelar (2014), que mostra a ascensão da raça humana nas viagens intergalácticas em busca de um novo lar.
Outro filme que tem uma boa exemplificação desse “futuro do presente” é o The Martian (2015), um filme que retrata a ida de uma tripulação à Marte. Logo no início, o protagonista é dado como morto, porém este ainda luta para sobreviver num ambiente extremamente hostil até conseguir se comunicar com a Terra a fim de ser resgatado.
Esses filmes corroboram com a necessidade de sonharmos com as próximas épocas, com simulações de possíveis viagens espaciais e outras maneiras de se viver no futuro, tornando esse vislumbre cinematográfico algo de grande significação para nossa geração.
