WINELEATHER: Uma nova alternativa têxtil
A moda é uma das maiores indústrias do mundo, tanto no desenvolvimento e geração de empregos, quanto na utilização de recursos naturais e geração de resíduos. Por esse motivo, a moda sustentável vem crescendo e tornou-se um assunto cada vez mais recorrente nos debates cotidianos. Na abordagem sustentável procura-se zelar pelo meio ambiente em várias etapas produtivas, ao mesmo tempo em que se incentiva o consumo consciente na sociedade.
Focando, principalmente, no nicho de produção de tecidos a partir de fibras naturais, têm-se diversas alternativas, como tecidos de fibras de abacaxi, de bambu etc. Mas surgiu uma novidade: o Wineleather, um tecido criado pelo arquiteto italiano Gianpiero Tessitore, a partir de óleos e fibras das uvas — sementes, cascas e talos — todos elementos residuais da produção de vinho.
O processo de transformação dos resíduos das uvas em tecido não utiliza água, ácidos ou metais pesados. Após a extração do suco, o bagaço passa pela desidratação e então por alguns processos mecânicos, tornando-as em um tecido com esteticamente bastante similar ao couro, podendo ser utilizado em produtos com a mesma funcionalidade. Segundo o site da empresa Vegea (pertencente à Tessitore), no mundo são produzidos em torno de 26 bilhões de litros de vinho e 7 bilhões de quilos de bagaço. Tal quantia seria o suficiente para produzir 3 bilhões de metros quadrados do Wineleather.
Atualmente, são realizados diversos testes para verificar a viabilidade do produto na produção de acessórios, interiores de carros, mobília etc. A Vegea também foi ganhadora do prêmio Global Change, promovido pela H&M, incentivando a inovação no mercado de moda.
