5 carros da Fiat oferecidos aos argentinos, mas não aos brasileiros

Jacob Paes
Três e meio
Published in
6 min readFeb 4, 2022
Projeção do Fiat Pulse na versão Abarth.
Pulse Abarth virá ao Brasil, já outros modelos não tiveram essa sorte… (Reprodução/Motor1)

Você já deve estar sabendo dos rumores envolvendo o Pulse Abarth. Segundo a revista Quatro Rodas, o SUV da Fiat deve ganhar uma versão esportiva — de verdade — neste ano, equipada com o motor Turbo 270 de 185 cv de Toro e Compass, o que por si só já seria um grande feito, embora inigualável ao de trazer de volta a grife Abarth ao Brasil.

A matéria da Quatro Rodas diz que Marco Tamolonis, gerente das marcas Fiat e Abarth na Argentina, adiantou ao portal Autoblog que novos modelos da divisão chegariam à América do Sul. Tamolonis fez questão de reforçar que “outros segmentos”, como SUVs, eram cogitados. As palavras exatas do executivo foram estas:

Estamos trabalhando para manter a marca Abarth viva na Argentina e planejamos expandir o alcance para o nosso mercado. Continuaremos a oferecer o 595 Turismo e em breve teremos novidades sobre outros modelos Abarth, não só os baseados no Fiat 500. […] Pode ser conversível ou de outros segmentos. Não posso dar mais informações por enquanto: a marca continua atual e teremos mais novidades em breve.

Fica claro, portanto, que Tamolonis promete um carro que não existe, afinal, atualmente, na Europa a gama da Abarth só conta com derivações do 500. Nos Estados Unidos, há um roadster conversível disponível, o 124 Spider, mas que está em suas unidades finais, uma vez que a produção já foi encerrada.

Prefere ouvir? Então dê play no episódio 34 e saiba mais detalhes, além de conferir outros modelos que os argentinos tiveram e nós não:

Por sorte, tudo indica que o Pulse Abarth não ficará restrito à Argentina, afinal, o SUV é um projeto brasileiro, que vai atender toda a região, mas pensado para atacar tudo aquilo que o brasileiro pede. Por outro lado, não seria a primeira vez que os argentinos receberiam um carro tão desejado que nós não temos, como mostra a lista a seguir, começando pelo próprio Abarth 595 Turismo citado por Tamolonis.

Fiat 500 Abarth 595 Turismo andando pela cidade.
Abarth 595 Turismo foi a última versão trazida do esportivo. (Abarth/Divulgação)

1. Abarth 595 Turismo

A entrevista de Tamolonis foi feita em um evento para entregar um novo lote de unidades do 500 Abarth 595 Turismo a quinze argentinos sortudos, que ainda ganharam um track day no Autódromo de San Nicolás em 25 de agosto de 2021, enquanto nós recebíamos o novo Fiat 500 elétrico. Mas o 500 Abarth já havia sido oferecido de 2017 a 2019 no país vizinho — oferta maior do que a do 500 Abarth no Brasil, lançado no fim de 2014. O nosso Abarth foi trazido do México, enquanto o da Argentina vem da Polônia. Isso quer dizer que os argentinos têm acesso a discos de freios perfurados e ventilados, suspensão traseira Koni com tecnologia de absorção FSD, exaustor exclusivo Abarth e motor 1.4 T-Jet de 165 cv, acoplado a uma transmissão manual de cinco marchas, que resulta em máxima de 218 km/h e de 0 a 100 em 7,3 segundos. As rodas são aro 17 e ele também traz a central Uconnect de 7 polegadas. Para 2022, já está planejado um novo lote do esportivo — mas só para os hermanos.

Fiat 500X na neve.
Fiat 500X não recebeu o facelift na Argentina. (Fiat/Divulgação)

2. Fiat 500X

Sim, os argentinos receberam o único SUV da Fiat à venda no mundo todo até o lançamento do Pulse, no ano passado. O modelo era oferecido nas versões Pop e Cross, podendo ser equipado com câmbio manual ou automático de 9 velocidades, sempre com motor 1.4 turbo. Porém, a importação do 500X foi encerrada em abril de 2021, sem ter recebido o facelift apresentado em 2018 na Europa. A decisão foi tomada justamente por conta da chegada do Pulse. Lançado em 2017 na Argentina, o modelo importado não era muito competitivo e, ao longo de quatro anos, vendeu apenas 1.479 carros, de acordo com dados da Acara, a associação que compila os dados de vendas no país vizinho. Considerando o tamanho do mercado argentino, não dá para dizer que foi um desempenho ruim, mas é fato que a expectativa é maior pelo potencial do Pulse.

Fiat Tipo sedã é exemplar raro no continente americano — mas nós já testamos! (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

3. Fiat Tipo

O 500X foi lançado como um dos integrantes da linha Italian Garage, ou seja, representantes diretos da gama europeia da marca. Além dele, desembarcaram por aqui 500 hatch (incluindo o Abarth) e o Fiat Tipo Sedan, mais um modelo que os hermanos tiveram e nós não, avaliado no episódio 3. O sedã desembarcou no continente em 2017, vindo da Turquia com o motor 1.6 EtorQ. A promessa era de que motores turbodiesel e a carroceria hatch viriam depois, mas eles nunca foram oferecidos. O modelo acabou saindo de linha apenas três anos depois, em 2020, afinal, como foi abordado no episódio, não fazia sentido comercializá-lo em conjunto com o Cronos, que já oferecia opções mais interessantes, como o Firefly 1.3, com desempenho próximo do 1.6 e maior eficiência, e o EtorQ 1.8 atualizado, além de uma central multimídia mais avançada. Na Argentina, o Tipo teve pouco mais de 1.100 emplacamentos na sua curta trajetória.

Fiat Fiorino Qubo em estrada de terra.
Fiorino Qubo: uma versão de passageiro que poderia substituir o Doblò no Brasil? (Fiat/Divulgação)

4. Fiat Fiorino Qubo

Em 2011, os argentinos também receberam o Fiorino Qubo, a versão de passageiros do Fiorino vendido na Europa. A minivan é um pouco menor do que o nosso Doblò e vinha da Turquia, mas já deixou de ser vendida no país vizinho. Agora, por lá, só está disponível o nosso Fiorino. Mas, de acordo com a consultoria IHS Markit, a Stellantis estuda utilizar a capacidade ociosa da fábrica da PSA em El Palomar para produzir um novo modelo comercial da Fiat, chamado de Doblò pelo informe da empresa, a partir de 2022. No entanto, não é possível dizer se isso irá se confirmar nem qual carro será, uma vez que poderia ser um rebadge dos modelos da PSA, como o Citroën Berlingo ou o Peugeot Partner. Há também a possibilidade de ser a segunda geração do Fiat, que nunca vimos no Brasil. Isso poderia resultar em um substituto para o Doblò por aqui, já que o encerramento da produção da multivan em Betim foi confirmado no fim do ano passado.

Alfa Romeo Giulia e Alfa Romeo Stelvio acelerando em um galpão.
Alfa Romeo Giulia e Stelvio são oferecidos na Argentina, causando grande inveja aos brasileiros. (Alfa Romeo/Divulgação)

5. Alfa Romeo

A presença da marca de expressão máxima da italianidade na Argentina não foi interrompida como no Brasil e, atualmente, a Alfa comercializa o Giulia e o Stelvio no país vizinho. Mas também é possível ver modelos de um passado recente pelas ruas argentinas, como os hatches MiTo e Giulietta, que chegaram a ser testados aqui. Os argentinos contam com o Giulia em três versões: Distinctive, Veloce e Quadrifoglio Verde — esta com motor V6 2.8 de 510 cv desenvolvido em parceria com a Ferrari e tração traseira. Mas todas as opções apresentam números impressionantes: a de entrada faz de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos, alcançando velocidade máxima de 230 km/h; a intermediária reduz o de 0 a 100 para 5,2 segundos e aumenta a máxima para 240 km/h; e a Quadrifoglio faz de 0 a 100 em impressionantes 3,9 segundos com 307 km/h de velocidade máxima! O Stelvio, que tem o título de SUV mais rápido do mundo na pista de Nurburgring, não é diferente, com seu de 0 a 100 km/h em 3,8 s. Os modelos da Alfa são vendidos em dólares, custando entre 280 e 300 mil nas versões de topo. Uma quantia equivalente, hoje, a cerca de R$ 1,5 milhão — o prêmio do Big Brother Brasil.

Qual desses modelos você gostaria que tivesse vindo para o Brasil?

--

--

Três e meio
Três e meio

Published in Três e meio

Apresentado por Jacob Paes e feito de fã para fãs, o Três e meio traz notícias, análises, lançamentos, segredos, saudosismo com carros clássicos e história, dicas de manutenção, avaliações e até respostas aos haters da marca. Para todo mundo que tem, quer ter ou já teve um Fiat!

Jacob Paes
Jacob Paes

Written by Jacob Paes

Editor de livros, graduado em Produção Editorial e estudante de Letras/Italiano. No tempo livre, curte séries, filmes, carros e, claro, livros @tresemeiopodcast