5 carros da Fiat oferecidos aos argentinos, mas não aos brasileiros
Você já deve estar sabendo dos rumores envolvendo o Pulse Abarth. Segundo a revista Quatro Rodas, o SUV da Fiat deve ganhar uma versão esportiva — de verdade — neste ano, equipada com o motor Turbo 270 de 185 cv de Toro e Compass, o que por si só já seria um grande feito, embora inigualável ao de trazer de volta a grife Abarth ao Brasil.
A matéria da Quatro Rodas diz que Marco Tamolonis, gerente das marcas Fiat e Abarth na Argentina, adiantou ao portal Autoblog que novos modelos da divisão chegariam à América do Sul. Tamolonis fez questão de reforçar que “outros segmentos”, como SUVs, eram cogitados. As palavras exatas do executivo foram estas:
Estamos trabalhando para manter a marca Abarth viva na Argentina e planejamos expandir o alcance para o nosso mercado. Continuaremos a oferecer o 595 Turismo e em breve teremos novidades sobre outros modelos Abarth, não só os baseados no Fiat 500. […] Pode ser conversível ou de outros segmentos. Não posso dar mais informações por enquanto: a marca continua atual e teremos mais novidades em breve.
Fica claro, portanto, que Tamolonis promete um carro que não existe, afinal, atualmente, na Europa a gama da Abarth só conta com derivações do 500. Nos Estados Unidos, há um roadster conversível disponível, o 124 Spider, mas que está em suas unidades finais, uma vez que a produção já foi encerrada.
Prefere ouvir? Então dê play no episódio 34 e saiba mais detalhes, além de conferir outros modelos que os argentinos tiveram e nós não:
Por sorte, tudo indica que o Pulse Abarth não ficará restrito à Argentina, afinal, o SUV é um projeto brasileiro, que vai atender toda a região, mas pensado para atacar tudo aquilo que o brasileiro pede. Por outro lado, não seria a primeira vez que os argentinos receberiam um carro tão desejado que nós não temos, como mostra a lista a seguir, começando pelo próprio Abarth 595 Turismo citado por Tamolonis.
1. Abarth 595 Turismo
A entrevista de Tamolonis foi feita em um evento para entregar um novo lote de unidades do 500 Abarth 595 Turismo a quinze argentinos sortudos, que ainda ganharam um track day no Autódromo de San Nicolás em 25 de agosto de 2021, enquanto nós recebíamos o novo Fiat 500 elétrico. Mas o 500 Abarth já havia sido oferecido de 2017 a 2019 no país vizinho — oferta maior do que a do 500 Abarth no Brasil, lançado no fim de 2014. O nosso Abarth foi trazido do México, enquanto o da Argentina vem da Polônia. Isso quer dizer que os argentinos têm acesso a discos de freios perfurados e ventilados, suspensão traseira Koni com tecnologia de absorção FSD, exaustor exclusivo Abarth e motor 1.4 T-Jet de 165 cv, acoplado a uma transmissão manual de cinco marchas, que resulta em máxima de 218 km/h e de 0 a 100 em 7,3 segundos. As rodas são aro 17 e ele também traz a central Uconnect de 7 polegadas. Para 2022, já está planejado um novo lote do esportivo — mas só para os hermanos.
2. Fiat 500X
Sim, os argentinos receberam o único SUV da Fiat à venda no mundo todo até o lançamento do Pulse, no ano passado. O modelo era oferecido nas versões Pop e Cross, podendo ser equipado com câmbio manual ou automático de 9 velocidades, sempre com motor 1.4 turbo. Porém, a importação do 500X foi encerrada em abril de 2021, sem ter recebido o facelift apresentado em 2018 na Europa. A decisão foi tomada justamente por conta da chegada do Pulse. Lançado em 2017 na Argentina, o modelo importado não era muito competitivo e, ao longo de quatro anos, vendeu apenas 1.479 carros, de acordo com dados da Acara, a associação que compila os dados de vendas no país vizinho. Considerando o tamanho do mercado argentino, não dá para dizer que foi um desempenho ruim, mas é fato que a expectativa é maior pelo potencial do Pulse.
3. Fiat Tipo
O 500X foi lançado como um dos integrantes da linha Italian Garage, ou seja, representantes diretos da gama europeia da marca. Além dele, desembarcaram por aqui 500 hatch (incluindo o Abarth) e o Fiat Tipo Sedan, mais um modelo que os hermanos tiveram e nós não, avaliado no episódio 3. O sedã desembarcou no continente em 2017, vindo da Turquia com o motor 1.6 EtorQ. A promessa era de que motores turbodiesel e a carroceria hatch viriam depois, mas eles nunca foram oferecidos. O modelo acabou saindo de linha apenas três anos depois, em 2020, afinal, como foi abordado no episódio, não fazia sentido comercializá-lo em conjunto com o Cronos, que já oferecia opções mais interessantes, como o Firefly 1.3, com desempenho próximo do 1.6 e maior eficiência, e o EtorQ 1.8 atualizado, além de uma central multimídia mais avançada. Na Argentina, o Tipo teve pouco mais de 1.100 emplacamentos na sua curta trajetória.
4. Fiat Fiorino Qubo
Em 2011, os argentinos também receberam o Fiorino Qubo, a versão de passageiros do Fiorino vendido na Europa. A minivan é um pouco menor do que o nosso Doblò e vinha da Turquia, mas já deixou de ser vendida no país vizinho. Agora, por lá, só está disponível o nosso Fiorino. Mas, de acordo com a consultoria IHS Markit, a Stellantis estuda utilizar a capacidade ociosa da fábrica da PSA em El Palomar para produzir um novo modelo comercial da Fiat, chamado de Doblò pelo informe da empresa, a partir de 2022. No entanto, não é possível dizer se isso irá se confirmar nem qual carro será, uma vez que poderia ser um rebadge dos modelos da PSA, como o Citroën Berlingo ou o Peugeot Partner. Há também a possibilidade de ser a segunda geração do Fiat, que nunca vimos no Brasil. Isso poderia resultar em um substituto para o Doblò por aqui, já que o encerramento da produção da multivan em Betim foi confirmado no fim do ano passado.
5. Alfa Romeo
A presença da marca de expressão máxima da italianidade na Argentina não foi interrompida como no Brasil e, atualmente, a Alfa comercializa o Giulia e o Stelvio no país vizinho. Mas também é possível ver modelos de um passado recente pelas ruas argentinas, como os hatches MiTo e Giulietta, que chegaram a ser testados aqui. Os argentinos contam com o Giulia em três versões: Distinctive, Veloce e Quadrifoglio Verde — esta com motor V6 2.8 de 510 cv desenvolvido em parceria com a Ferrari e tração traseira. Mas todas as opções apresentam números impressionantes: a de entrada faz de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos, alcançando velocidade máxima de 230 km/h; a intermediária reduz o de 0 a 100 para 5,2 segundos e aumenta a máxima para 240 km/h; e a Quadrifoglio faz de 0 a 100 em impressionantes 3,9 segundos com 307 km/h de velocidade máxima! O Stelvio, que tem o título de SUV mais rápido do mundo na pista de Nurburgring, não é diferente, com seu de 0 a 100 km/h em 3,8 s. Os modelos da Alfa são vendidos em dólares, custando entre 280 e 300 mil nas versões de topo. Uma quantia equivalente, hoje, a cerca de R$ 1,5 milhão — o prêmio do Big Brother Brasil.
Qual desses modelos você gostaria que tivesse vindo para o Brasil?