Diário do Pulse #7: um ano de Pulse… com o Argo

Três e meio
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10 min readNov 22, 2022
Por pouco o aniversário de um ano do Pulse não foi comemorado com um Fiat Argo.

Nesta entrada, eu conto que fim levou a história da volta do aumento do consumo de óleo do motor Turbo 200 e do barulho ao esterçar o carro, além de como foi de fato a primeira revisão. Mais do que isso: digo por que o Pulse completa um ano sem estar na minha garagem — sendo substituído por um Fiat Argo — e respondo as perguntas deixadas no Instagram sobre como foi ter passado esse período com o SUV da Fiat, abordando consumo, desempenho, desvalorização e gastos com o carro.

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Fiat Pulse Audace T200

  • Quilometragem: 10.364 km.
  • Consumo médio até os 3.500 km: 9,5 km/L (abastecido com etanol 80% das vezes).
  • Consumo médio a partir dos 3.500 km: 13,07 km/L (abastecido com gasolina 60% das vezes).
  • Principais ocorrências: baixo nível de óleo e barulho na porta do motorista (1.600 km); tilt-down com tilt (3.000 km); lâmpada do porta-luvas não acende (5.700 km); aumento na vibração com o carro parado e barulho externo ao esterçar para a direita (8.000 km).

E vamos então para as respostas sobre o 1 ano de Pulse e por que ele está meio ausente. No YouTube, você confere esta entrada — e as respostas — com mais detalhes:

Qual a quilometragem?

Meu Pulse está com 10.364 km rodados, bem pouco em relação à última entrada, feita com 9.323 km. O motivo disso é que o meu carro ficou quase 30 dias parado na concessionária, como veremos a seguir.

Houve manutenção? Quanto?

Essa é uma boa pergunta para comentar como foi a primeira revisão, já que, fora isso, não houve gasto com manutenção nesse primeiro ano de Pulse.

Sobre a revisão, dá para dizer que foi boa. O atendimento demorou um pouco para começar, mas eu também cheguei atrasado em virtude do trânsito intenso. Pelo menos, o consultor foi atencioso e ouviu todas as demandas que listei na entrada anterior. Ele inclusive chamou o chefe da oficina para que eu pudesse relatar todos os barulhos e até dar uma volta no pátio da concessionária para ver se o carro fazia esses barulhos.

A concessionária ofereceu um kit para lubrificação de portas e guarnições, pelo valor de R$ 98,00, como um modo de resolver barulhos. Porém, eu prontamente recusei e pedi que fosse feito na garantia do veículo. Como um dos barulhos era o grilo no sistema do ar-condicionado, foi sugerida também a descontaminação do sistema e a troca do filtro, por R$ 289,00. Além disso, ofereceram a lavagem por R$ 49,00 e o alinhamento, balanceamento e rodízio dos pneus, que eu já havia pedido, por R$ 179,00.

Empurroterapia leva os valores das revisões lá para cima.

Lembrando que, no site da Fiat, o valor da primeira revisão para o Pulse com motor Turbo 200 está tabelado em R$ 596,00, contemplando uma série de verificações e apenas a substituição do óleo de motor e do filtro de óleo, além do filtro de combustível. Com os serviços oferecidos, a conta subiria para R$ 1.171,00, ou seja, praticamente o dobro.

Eu fiquei apenas com a revisão, que saiu por R$ 556,00; o alinhamento, balanceamento e rodízio dos pneus, que fizeram por R$ 129,00; e a troca do filtro de ar, por R$ 249. Apesar desse último estar novo, considerei que uso muito o ar-condicionado e andei bastante por estrada de terra, então optei por trocá-lo. Me deram de brinde, então, a descontaminação do sistema.

O pagamento foi feito com os pontos do cartão Fiat Itaucard. Tudo que precisei fazer foi multiplicar o valor da revisão por dois e pedir o resgate dessa quantidade de pontos pela central do cartão. Foi gerado um código, que eu informei diretamente ao consultor responsável por me atender na concessionária. Apesar de não estarem acostumados com o procedimento, deu tudo certo.

O carro ficou pronto no mesmo dia, contrariando a previsão de que talvez não ficasse, pelo número de verificações que pedi para fazerem. A entrega em si foi meio demorada, por conta da fila de atendimentos, mas o consultor bateu comigo um a um os itens que pedi para se atentarem.

Portanto, o saldo final foi positivo: o atendimento foi atencioso, o carro ficou pronto logo e todos os serviços solicitados foram feitos corretamente, ao que tudo indica. O rodízio dos pneus, por exemplo, foi feito em X, como pede o manual. No entanto, a empurroterapia foi uma derrapada, bem como o carro ter sido entregue sujo, já que não aceitei pagar pela lavagem com preço “premium”.

A primeira revisão foi boa, mas o barulho na direção continuou aparecendo. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Quantas revisões já fez?

Só essa mesmo, a primeira. Antes disso, eu tinha levado o carro para resolver o alto consumo de óleo. Sobre isso, eu falo nas entradas 2 (veja aqui) e 3 (veja aqui).

Porém, isso me lembra que eu havia dito na última entrada que o consumo de óleo tinha voltado a aumentar. Na revisão, eu pedi que verificassem se estava de novo baixando de modo anormal ou se estava dentro do previsto. Eles me garantiram que o consumo está normal, ou seja, um pouco acima dos motores tradicionais pelo fato de ser um um motor turbo, mas dentro do previsto no manual, como eu mesmo já tinha suspeitado.

Cadê o Pulse?

Ele foi levado para diagnóstico no dia 26 de outubro e, desde então, foi necessário fazer testes, aguardar chegada de peça, troca da peça e lidar com um problema inesperado, que o manteve lá por 27 dias, até 21 de novembro.

Nesse período, eu estive com um Fiat Argo 1.0 2023, oferecido pelo programa de carro reserva do Confiat. Fiz o pedido no dia 26 de outubro e só consegui pegar o carro em 01 de novembro. Ou seja, em vez de 48 horas, foram necessários 4 dias úteis ou 6 dias corridos — o dobro do prazo estabelecido pela marca. E isso porque insisti bastante, caso contrário, não sei se conseguiria ter pegado o carro antes do feriado do dia de finados, em 02 de novembro.

O Fiat Argo 1.0 2023 foi cedido como carro reserva pelo Confiat após a recusa em aceitar o Fiat Mobi. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Fora isso, mais uma vez foi colocada em prática aquela política sem o menor sentido da Fiat, de oferecer ao cliente um Mobi como carro reserva. Não é apenas falta de noção, beira o desrespeito com o consumidor, já que o Mobi não é minimamente compatível com um modelo como o Pulse.

Sabendo disso, porque já havia acontecido comigo da outra vez, ao realizar o pedido do carro reserva eu já pedi que esse upgrade fosse acrescentado como uma observação. Pois de nada adiantou. Após várias cobranças, quando enfim obtive a resposta do pedido, mais uma vez disse que não aceitaria o Mobi e, olha só a surpresa, quando recebi o código da reserva, para qual grupo era? O do Mobi.

Depois de algum estresse e insistência na recusa do hatch de entrada da marca, quando cheguei à locadora, me informaram que a reserva tinha sido alterada, do grupo do Mobi para o grupo do Argo. E foi assim que me juntei ao meu companheiro provisório.

A parte boa da história é, pelo menos, gastar menos com combustível.

O que aconteceu com o seu Pulse?

Como eu relatei na entrada anterior, eu estava ouvindo com maior frequência um estalo do lado de fora do carro ao esterçar para a direita.

Esse barulho não acontecia sempre, é o que se chama de barulho intermitente, daí a dificuldade da concessionária em identificá-lo. No entanto, tem dois lugares nos quais vou que o Pulse SEMPRE estalava. Por isso, não perdi tempo, logo fui a esses locais e fiz uma gravação.

Peça foi trocada, mas a central eletrônica não a reconheceu — e por isso o Pulse ficou quase um mês fora de casa. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Eu encaminhei a gravação para o consultor, que me orientou, então, a marcar um horário para fazer o diagnóstico. Como eu tinha a gravação, ficou mais fácil para a assistência abrir o chamado com a Fiat. A concessionária subiu as informações no sistema e rapidamente foi orientada pela montadora a fazer a troca da peça. No entanto, ela precisaria vir da fábrica, com o prazo de 7 a 10 dias. O pedido foi feito na segunda-feira, dia 31, e ela chegou na segunda-feira da semana seguinte.

Após a chegada da peça no dia 07, eu estava com esperanças de ter o carro até o fim daquela semana. Foi aí que veio a surpresa: recebi a notícia de que o carro estava rejeitando a peça nova instalada. Mecanicamente, a troca havia sido feita e estava tudo certo, mas a central eletrônica não reconhecia a nova caixa de direção. A própria Fiat precisaria, então, orientar a concessionária a como proceder, provavelmente ajustando o software no sistema da fábrica. No entanto, o nível 1 de atendimento da montadora para a concessionária não conseguiu resolver o problema; o ticket de suporte passou do nível 1 para o nível 2, e essa resposta só chegou em 21 de novembro.

A lua de mel continua?

Eu não sei se o problema da caixa de direção é grave ou não. Mas descobri, graças ao Ricardo do MyCar Stilo, que há relatos de casos similares nas comunidades do hatch médio. Nos grupos de Argo e Cronos, e do próprio Pulse, também. Conversei com pessoas que me disseram que até unidades da Toro sofrem com o problema, portanto, não é algo restrito à plataforma MP ou sua evolução, a MLA. Matérias da Quatro Rodas e Mobiauto também relatam problemas na direção desses modelos e até do Jeep Renegade, embora não seja possível saber se se trata exatamente da mesma coisa.

Sendo assim, quero acreditar que se trata mais de um incômodo pelo barulho, e não algo que apresente risco sério, afinal, se fosse o caso, já teria passado da hora de a Stellantis fazer um recall. Tudo bem se for só um incômodo que não traga riscos. Mas, como a montadora não se pronuncia, a incerteza é o que paira no ar. E foi por isso que optei por levar o caso adiante, enquanto o Pulse ainda está na garantia.

O atendimento da concessionária foi presente a atencioso, mas o estresse pela demora foi inevitável. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

A sorte da Fiat é que existe o outro lado da coisa.

Que é o carro em si. E tudo o que eu mais quero é só ter o meu carro de volta, porque, sim, em relação a ele, a lua de mel continua existindo. Nesse um ano de Pulse, a minha relação com ele só melhorou.

Eu aprendi a lidar com o su consumo de combustível, eu passei a utilizá-lo mais no modo Sport, que é o que eu gosto, e eu me apaixonei cada vez mais pelo desempenho maravilhoso que ele tem com o motor Turbo 200. Eu tenho o carro que imaginei que teria quando estava comprando e quando vim aqui falar para vocês na entrada 1 do Diário do Pulse.

É o carro versátil, que me leva para a estrada de terra quando eu preciso, com conforto e robustez, mas que eu adoro dirigir na rodovia, porque é esperto demais e anda muito! É o carro bonito, na cor azul que eu sempre quis. É o carro que me mima com os seus confortos e tecnologias que, hoje, eu já não vejo mais sem.

O que você está achando do desempenho do motor 1.3 turbo?

O meu Pulse é o Turbo 200, até porque Pulse 1.3 turbo só o Abarth. Se eu já acho o Pulse uma maravilha de dirigir com o 1.0 turbo, imagina com o 1.3! Mas, sério, o desempenho é uma das melhores coisas do Pulse, então acho isso ótimo.

E, como já disse, o que tinha de problema, hoje, um ano depois, foi resolvido, ou seja, o consumo excessivo de óleo, graças à atualização, e o consumo de combustível, que foi melhorando progressivamente, especialmente depois dois 3.500 km.

Pulse Abarth é um carrão, mas falta um tom de azul para o esportivo. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Vai trocar pelo Abarth?

É evidente que eu gosto da ideia de ter um carro mais esportivo e com o poder que o Pulse Abarth tem. Porém, também precisamos levar em conta a questão financeira. E até por isso eu trouxe essa pergunta aqui.

Eu sondei quanto pagariam no meu Pulse na troca pelo Abarth e não gostei nada da resposta. Vi outras pessoas comentando situações parecidas. A própria rede da Fiat oferecendo R$ 15 mil abaixo da tabela para um modelo recém-lançado é, para mim, bem desanimador.

A tabela Fipe, hoje, do Pulse Audace Turbo 200 2021/2022 é de R$ 110.978,00. É uma pequena redução, de 0,41%, em relação à tabela de R$ 111.435,00 que ele tinha no momento da compra — porém, sem considerar opcionais (tela de 10,1 pol. e Pack Connect Me) ou o valor da pintura metálica. Nesse caso, considerando o valor total que eu paguei, a desvalorização seria maior, de 5,36%.

Porém, se eu aceitasse uma proposta de R$ 95.000 como a que a concessionária propôs, seria uma desvalorização de praticamente 20%. Isso, para a troca em um carro da própria Fiat. A rede poderia valorizar melhor os modelos da casa, não?

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O podcast para quem gosta de carros. Carros da Fiat.