Diário do Pulse #4: como o consumo do meu Pulse melhorou

Três e meio
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7 min readMay 10, 2022
Primeira viagem do Pulse foi para Pedra Bela, no interior de São Paulo. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Na entrada anterior deste diário, eu disse que o Fiat Pulse passaria pela sua primeira viagem maior. Aqui, veremos como ele se saiu, mas também outras novidades, especialmente sobre o consumo de combustível do motor T200. Afinal, o tempo passou e o Pulse andou bastante nesse período.

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Fiat Pulse Audace T200

  • Quilometragem: 4.459 km.
  • Consumo médio: 9,5 km/L (abastecido com etanol 80% das vezes).
  • Velocidade média: 37 km/h.
  • Principais ocorrências: baixo nível de óleo e barulho na porta do motorista (1.600 km); tilt-down com tilt (3.000 km).

Comecemos pela questão em aberto da última entrada, a respeito do consumo de óleo. Eu consegui confirmar que as atualizações feitas foram aquelas que todo mundo anda fazendo mesmo. Quem me confirmou foi o atendimento da Fiat via chat no site, em contato feito no dia 31 de março.

De acordo com eles, as atualizações 8448 e 8451 foram realizadas em uma data estranha: 03 de março de 2022 — estranha porque a atualização teria sido feita, então, depois de eu ter sido informado pela concessionária de que meu carro estava pronto, já que esse contato aconteceu um dia antes, em 02 de março de 2022. Mas é possível que a informação só tenha entrado no sistema depois, o que explicaria a confusão nas datas.

Sobre o consumo de óleo, a percepção continua a mesma do meu último relato: nesses dois meses, rodei, como disse, 3 mil quilômetros e o nível não baixou nem um pouco; ainda está no topo da vareta. Desse modo, estou bem menos preocupado com a questão. Vamos ver o que acontece até a revisão de 10 mil quilômetros, que deve ser feita antes do período de um ano, entre agosto e setembro, se o ritmo de uso se mantiver como está.

Fiat Pulse posando para foto com o cartão-postal da cidade. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Primeira viagem

Ainda no mês de março o Pulse embarcou em sua primeira viagem. O destino foi Pedra Bela, município localizado a 117 km da capital, na região de Bragança Paulista. Além de ter se dado bem com as belas paisagens da cidade interiorana, o Pulse não fez feio quando o assunto foi desempenho: o carro estava com quatro pessoas e demonstrou fôlego para subir alguns trechos de aclive acentuado sem parecer que perdia vitalidade.

A suspensão também foi bem, porém, havia regiões bem acidentadas e, nelas, senti que o Argo Trekking filtrava um pouquinho melhor as irregularidades. O Pulse não chega a ser desconfortável, mas dá para perceber que ele é um pouco mais firme para os padrões da Fiat em casos mais extremos.

Em termos de consumo, o Pulse não brilhou, ficando apenas pouco acima dos números divulgados pelo Inmetro. No percurso de ida e volta, foram 324 km rodados, com velocidade média de 56 km/h e consumo médio de 11,4 km/L com etanol. De acordo com os dados do Inmetro, o consumo médio do motor T200 em ciclo rodoviário seria de 10,2 km/L.

A mágica melhora no consumo do Fiat Pulse

No entanto, em termos de consumo, as coisas milagrosamente começaram a mudar nos últimos dias. Notei uma melhora perceptível desde que o hodômetro passou dos 3.500 km.

Por exemplo: no dia 12 de abril, fiz uma viagem de 73,3 km com velocidade média de 30 km/h e consumo médio de 8,8 km/l. Selecionei essa viagem porque ela considera o meu trajeto cotidiano, que já comentei aqui um tempo atrás: trecho urbano com trânsito; depois, trecho rodoviário — alguns quilômetros de trânsito muito intenso e outros bem livres; e então trecho urbano de novo, com trânsito moderado. Saindo do trabalho, vou para a faculdade; e, no fim do dia, a volta para casa é sempre a velocidades na faixa dos 90 km/h para cima, sem nenhum trânsito.

A marca de 8,8 km/l, obtida com etanol, foi aos poucos melhorando. No dia 18 de abril, uma viagem semelhante rendeu 9,8 km/l; no dia 19, foram 11 km/l. Só que, nessas duas ocasiões, o Pulse estava com gasolina. Alguns dias depois, em 25 de abril, a média foi de 10,1 km/l; e no dia 26, de 11,1 km/l — nesses casos, o Pulse estava com etanol.

Considerando que foram dias de trânsito intenso — com velocidade média sempre na casa dos 30 a 35 km/h –, são números bem animadores. Em uma viagem similar com o Fiat 500 da minha mãe, que usa o motor 1.4 Fire Evo, bastante econômico, a média foi de 12 km/l, também com etanol.

Já quando consideramos uma viagem com menos trânsito, os números são ainda mais animadores. Uma vez por semana, eu vou para a faculdade mas não para o trabalho, o que me permite pegar bem menos trânsito. Nessas ocasiões, a velocidade média costuma ficar na faixa dos 55 km/h para percorrer uma distância de pouco mais de 60 km. E, com etanol, eu obtive médias de consumo que variaram entre 12 e 13,7 km/l. Sim, com etanol!

O consumo do Pulse também já se equivale ao do Argo, com etanol, no trecho que percorro na minha região. Nesse cenário, são 5 km de trecho urbano e mais 5 km de trecho rodoviário. Considerando ida e volta, sem trânsito, venho obtendo médias de 10,1 a 10,3 km/l.

Por fim, no cenário puramente urbano, com semáforo, lombada e pequenos trechos de trânsito, as médias vêm ficando na faixa dos 8,5 km/l — exatamente o número do Inmetro para o consumo urbano com etanol.

Consumo de 13,7 km/L com etanol surpreendeu. (Fiat/Divulgação)

Mas cadê a gasolina?

Os benefícios de se usar gasolina em um motor como o T200, com turbo e injeção direta, são mais do que conhecidos. No entanto, se o consumo com etanol está melhorando, não obtive boas notícias com o carro movido a gasolina. E, considerando os preços absurdos que vêm sendo praticados para ela, simplesmente não consigo encontrar razões que justifiquem o seu uso.

Eu fiz um mesmo trajeto com etanol e com gasolina para tirar a prova dos nove — e o resultado foi revelador. Em uma semana, fui para o interior de São Paulo, com etanol no tanque, e na outra, com gasolina. Nesse percurso, há um trecho de estrada de terra. Na primeira ocasião, o resultado foi uma viagem de 102 km, velocidade média de 35 km/h e 7,7 km/l de consumo médio; já na segunda, com gasolina, os números foram, na mesma ordem, 101 km, 42 km/h e 10,3 km/l.

Como a velocidade média deixa claro, a viagem com etanol teve mais trânsito, mas como ambas foram feitas em feriado prolongado, esse foi um mal enfrentado nas duas ocasiões. Mesmo assim, a viagem com gasolina custou R$ 68,50, contra R$ 68,00 daquela com etanol, considerando o preço dos combustíveis na ocasião.

Em trechos urbanos, as médias que obtive com gasolina foram muito próximas às daquelas com etanol, basta ver os 9,8 e 11 km/l que citei há pouco, superados pelo etanol mais recentemente.

Será que trocar marchas deixou o Fiat Pulse mais econômico? (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Sempre tem como melhorar…

É verdade que o consumo está bem mais próximo do que os números do Inmetro apontam, pelo menos com etanol. Mas ainda assim há uma coisa que me incomoda: como o carro gasta combustível quando está parado, em marcha lenta ou em manobras. É parar no semáforo e ver as médias caírem 0,3, 0,5 ou até 0,6 km/l! Nesse sentido, a ausência do start&stop faz muita falta, porque as médias poderiam ser congeladas, afetando menos o consumo.

Outra coisa que notei é que a melhora no consumo veio não só pelo aumento na quilometragem, mas também pela prática de fazer reduções com o freio-motor, utilizando as aletas atrás do volante. Na hora de passar por uma lombada, por exemplo, não deixo o câmbio CVT se virar — vou lá e eu mesmo faço a redução de marcha antes de brecar. Isso acaba deixando o motor mais próximo das duas mil rotações na hora de retomada.

Minha teoria é que isso reduz o esforço que o carro precisa fazer para voltar a ganhar velocidade e, assim, há um benefício no consumo. É apenas uma tese por ora; estou fazendo mais testes, mas talvez você também possa se beneficiar tentando aí (e por favor me diga que surtiu efeito ou não!).

Confira no YouTube mais detalhes sobre o consumo de combustível:

As pequenas coisas estranhas

O tilt-down está meio louco. Ou podemos dizer que o tilt-down está com tilt e, às vezes, fica se mexendo e remexendo. Será informado na revisão, porque já ocorreu de o espelho não voltar para a posição correta após trocar o câmbio para D.

Outro ponto é o carregador por indução. Na primeira entrada, eu disse que ele me incomodava um pouco por às vezes parar de carregar. Eu não sabia se era um problema no meu celular ou no item em si. Pois bem, após passar um dia com o Fiat 500e, posso atestar que o problema é do Pulse.

Depois de uma atualização no Uconnect, ele até parece funcionar com maior constância, mas ainda assim não é 100%. Sem contar que o celular fica muito quente e é praticamente impossível espelhar Google Maps ou Waze sem fio por mais de 1 hora sem travar tudo. A posição na qual ele fica e a ausência de uma melhor ventilação na área devem ser os principais fatores para isso.

A Fiat poderia talvez reduzir a potência do carregamento para evitar que o celular esquente tão rapidamente. Não sei se isso é possível, mas é um ponto que merece atenção.

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O podcast para quem gosta de carros. Carros da Fiat.