Fábrica da Fiat em Turim poderá ser usada para produzir elétricos chineses
De acordo com o portal Automotive News, a Stellantis estuda utilizar a histórica fábrica da Fiat em Turim, na Itália, para produzir carros elétricos da montadora chinesa Leapmotor.
Atualmente, a planta de Mirafiori produz veículos da Maserati e o Fiat 500e, modelo 100% elétrico da marca italiana, desenvolvido antes da fusão entre a Fiat Chrysler (FCA) e a Peugeot Citroën (PSA), concluída em 2021.
A Stellantis fechou uma parceria com a chinesa Leapmotor no ano passado, como mostrado no Instagram do Três e Meio. O grupo adquiriu 21% das ações da montadora e assumiu o posto de única distribuidora oficial dos carros da marca fora da China por meio de uma joint venture.
Na ocasião, o grupo ítalo-francês declarou que posicionaria a marca como uma opção de baixo custo em meio ao seu catálogo já inchado com 14 marcas. A ideia seria atingir clientes preocupados com custo-benefício, “mas que querem o melhor da tecnologia”, segundo Natalie Knight, CFO da Stellantis.
Produzir os carros chineses em Turim os ajudaria a escapar de possíveis restrições que a União Europeia estuda implementar a veículos elétricos feitos na China.
E ainda seria uma saída para atingir o número de 1 milhão de unidades produzidas na Itália por ano, meta tão pedida pelo governo italiano, com quem a Stellantis vem brigando publicamente nos últimos dias.
Fontes do Automotive News Europe disseram à publicação que o início da produção poderia ser marcado para algum momento entre 2026 e 2027. O objetivo seria fazer 150 mil carros da Leapmotor por ano na Europa.
A imprensa italiana diz que Carlos Tavares, CEO da Stellantis, teria confirmado os planos. “Se tivermos a oportunidade, porque faz sentido do ponto de vista econômico, de fabricar os carros da Leapmotor na Itália, é claro que o faremos”, teria dito o executivo.
E o Fiat 500 e a Maserati?
Recentemente, a fábrica de Mirafiori, que já produziu veículos históricos, como os Fiat 500 e 600, teve suas atividades interrompidas devido à baixa demanda pelos modelos produzidos no local.
O Maserati Levante, um dos veículos fabricados lá, poderia sair de linha antes do esperado, ainda este ano. Recentemente, a marca divulgou que o SUV grande só ganhará uma nova geração em 2027 — dois anos depois do previsto inicialmente. Isso porque o modelo será 100% elétrico, e a demanda por esse tipo de veículo deu uma esfriada na Europa.
Com isso, a Maserati está revendo todos os planos para a sua gama e outros modelos da marca também vão demorar mais para chegar às lojas.
O Quattroporte, por exemplo, tinha uma nova geração prevista para o início de 2025, mas ela também foi adiada — em três anos, para 2028. Já outros modelos, como o Ghibli, não serão substituídos. Ambos os sedãs já tiveram sua produção em Mirafiori encerradas no ano passado.
A produção dos veículos da marca poderia ser transferida para a planta de Casino, segundo o Automotive News, onde são produzidos carros da Alfa Romeo e, por isso, ela já é compatível com a nova plataforma STLA Large do grupo, derivada da utilizada por Giulia e Stelvio. Essa plataforma dará origem a novos produtos da Maserati.
Já o Fiat 500e poderia ganhar uma nova geração entre 2026 e 2027, quando a fabricação dos projetos chineses deve ser iniciada. A nova geração do hatch retrô deve trocar de plataforma, utilizando a STLA Small do grupo.
Por conta disso, ele já não seria compatível com a planta de Mirafiori. Logo, sua produção poderia ser facilmente transferida para outra unidade do grupo, como Pomigliano D’Arco, onde atualmente é produzido o Fiat Panda — que ganhará sobrevida até 2026.
Uma nova geração do Panda será apresentada neste ano, mas ela utilizará a plataforma Smart Car, uma variante da STLA Small, e será produzida na Sérvia. Com o fim de linha do antigo Panda, a produção de um novo 500e poderia ser alocada lá para manter o fator “made in Italy”.
