Diário do Pulse #6: os 10.000 km e a tensão pré-revisão

Três e meio
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8 min readOct 4, 2022
Fiat Pulse viajou, ganhou presente e está próximo dos 10.000 km, à espera da primeira revisão. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Faz tempo que não temos uma entrada do Diário do Pulse por aqui, ainda mais considerando que a última foi uma edição especial com outros proprietários. Na ocasião, o Pulse ainda estava na casa dos 6 mil km e cheguei a comentar um pequeno problema: a lâmpada do porta-luvas que não acende.

Nesta entrada, eu conto quais foram as novidades desde então e compartilho com vocês a lista de preocupações para a primeira revisão. É uma entrada movimentada, afinal, são mais de 5 mil quilômetros e quase 5 meses para dar conta, chegando próximo da primeira revisão, de 10 mil quilômetros ou 1 ano.

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Fiat Pulse Audace T200

  • Quilometragem: 9.323 km.
  • Consumo médio até os 3.500 km: 9,5 km/L (abastecido com etanol 80% das vezes).
  • Consumo médio a partir dos 3.500 km: 13,07 km/L (abastecido com gasolina 60% das vezes).
  • Principais ocorrências: baixo nível de óleo e barulho na porta do motorista (1.600 km); tilt-down com tilt (3.000 km); lâmpada do porta-luvas não acende (5.700 km); aumento na vibração com o carro parado e barulho externo ao esterçar para a esquerda (8.000 km).

Antes de contar mais sobre a revisão, e por que eu decidi antecipá-la e fazê-la consideravelmente antes dos 10.000 km, quero retomar o ponto do consumo, que foi o grande foco da entrada 4.

Ao passar dos 8.000 km, o Fiat Pulse ganhou uma vitrificação no Studio Italia. (Studio Italia)

Em trânsito intenso, o Pulse continua vendo suas médias com gasolina caindo ladeira abaixo. Nos últimos meses, cheguei a ficar na casa dos 5 km/L com gasolina, no anda e para matinal da cidade de São Paulo. Considerando um trajeto misto cidade-estrada com trânsito mais intenso do que o normal, foram 8,5 km/L. Portanto, médias não muito diferentes das com etanol.

Porém, considerando qualquer outro cenário, as coisas enfim melhoraram também com a gasolina. Eu finalmente consegui obter médias de consumo próximas aos números do Inmetro (14,6 km/L na estrada e 12 km/L na cidade). E, em trecho rodoviário, é muito fácil passar do número oficial: cheguei a compartilhar nos Stories a marca de 18 km/L, que o carro nunca tinha feito antes.

Em um dia, 18 km/L; no outro, 8,5 km/L. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

O teste dos três tanques e a vida fora do automático

Quando os indícios da melhora com a gasolina começaram a aparecer, eu fiz o teste dos três tanques para comparar os consumos com etanol e gasolina. Esse teste consiste em medir, na bomba, o consumo médio de três tanques com etanol e três com gasolina. Depois disso, você faz uma média dos três tanques com cada combustível para calcular a diferença de consumo e ver qual deles rende mais.

Com etanol, as médias dos três tanques foram:

  • 8,32 km/L.
  • 9,47 km/L.
  • 9,35 km/L.
  • Total (média dos três tanques): 9,04 km/L.

Já com gasolina, foram:

  • 12,77 km/L.
  • 12,82 km/L.
  • 13,45 km/L.
  • Total (média dos três tanques): 13,01 km/L.

Isso quer dizer que o meu Pulse pode chegar a ser cerca de 45% mais econômico com gasolina.

Para calcular o rendimento do etanol em relação à gasolina, devemos dividir o consumo médio com etanol pelo da gasolina; nesse caso, 9,04 por 13,01, o que dá 0,69. Isso quer dizer que para ser mais econômico rodar com etanol, o preço do litro desse combustível precisa ser até 69% mais em conta do que o da gasolina.

Atualmente, na minha região, a gasolina está saindo por R$ 4,79, e o etanol, por R$ 3,49, o que faz com que a relação seja de 72%. Logo, é mais econômico abastecer com gasolina, e por isso mudei de combustível nos últimos meses.

Consumo do Pulse já está muito próximo do Fiat 500 com o motor 1.4 Fire Evo que temos em casa: e o SUV é muito mais potente do que o motor menor. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Para finalizar esse tópico, devo dizer que estou muito feliz, hoje, com o consumo do Pulse. Porque ele está entregando os números oficiais com ambos os combustíveis na maior parte dos cenários. E os números oficiais são bem bons, considerando a potência do carro.

Mas é importante dizer que mudei muito o meu estilo de direção. Agora, confirmando o que tinha dito anteriormente, eu raramente utilizo o modo automático — sempre dou preferência pelo manual, no qual tenho mais controle da faixa de rotação do carro. Mantenho o Pulse no intervalo entre 2.000 e 3.000 rotações, dentro das 7 marchas simuladas.

A redução com freio motor antes de paradas, como em semáforos e lombadas, também virou um hábito, e sempre noto que após a prática as médias tendem a aumentar no computador de bordo, fazendo até me lembrar dos carros elétricos, pelo ganho de energia na desaceleração.

Juntando tudo isso, venho obtendo médias excelentes mesmo com o modo Sport ativado — e passei a utilizá-lo muito mais. Isso porque, como uso o modo manual e mantenho o carro quase sempre nesse intervalo de rotações, a diferença no consumo de combustível não fica tão grande. Em compensação, o carro fica mais do jeito que eu gosto: esperto, com a direção mais precisa e o pedal do acelerador com abertura mais progressiva. De quebra, se preciso fazer uma ultrapassagem ou retomada, o carro está mais disposto.

Pulse posando para foto na entrada de Pedra Bela, no interior de São Paulo. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Visitando Pedra Bela, parte II

Fiz uma nova viagem a Pedra Bela em agosto, para comemorar o Dia dos Pais. Desta vez, o Pulse foi ainda mais cheio: com cinco pessoas a bordo, estava em sua capacidade máxima.

Desta vez, com gasolina, o Pulse fez 14 km/L ao longo dos cerca de 320 km, com velocidade média de 57 km/h. Esse número fica 4,1% abaixo do número oficial do Inmetro. No entanto, não considero uma marca ruim nem contraditória com o que disse acima, pois, na outra viagem, éramos em apenas quatro no carro. E, agora, duas das pessoas (meu pai e minha avó) são um pouco mais… robustas (😅), vamos assim dizer.

Como se pode imaginar, nesse cenário, o que mais pegou foi o aperto na ida, quando ambos ficaram no banco traseiro. Segundo eles, não foi sofrível, mas foi sim apertado. Na volta, minha avó sentou no banco do carona e a reorganização já melhorou bastante as coisas.

Não se trata de uma reclamação, apenas a óbvia constatação de que estamos falando de um SUV bastante compacto, feito para carregar quatro pessoas com conforto e cinco apenas quando necessário.

Alguns pontos de atenção já foram levantados para a revisão dos 10.000 km do Fiat Pulse. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Revisão antecipada: o óleo volta à tona

Depois de muito tempo sem me preocupar com o consumo elevado de óleo (na verdade, desde a atualização), acendi novamente o sinal de alerta quando o carro atingiu 8.000 km. Isso porque o nível voltou a baixar. Não de modo preocupante como antes, em que a vareta chegou a sair seca, e sim dentro do limite aceitável declarado no manual do Pulse.

Relembrando: o manual do proprietário estipula que o consumo máximo de óleo pelo motor Turbo 200 deve ser de 400 mL a cada 1.000 km. Considerando que o reservatório tem 3,5 L, poderiam ter sido consumidos até 3,2 litros aos 8.000 km.

Beirando os 10.000 km, o consumo de óleo volta a ser ponto de atenção. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

A vareta não está nesse nível, e sim pouco acima da metade. Porém, achei mais garantido antecipar a revisão e prevenir qualquer problema, já que a troca de óleo é contemplada nela. Assim que o carro estava prestes a passar dos 9.000 km (as revisões têm tolerância de 1.000 km/30 dias para mais ou para menos), fiz uma estimativa de quando a marca seria batida e providenciei o agendamento para esta primeira semana de outubro.

Além da questão do óleo, tenho alguns outros pontos para endereçar, que surgiram ao longo deste quase um ano com o Pulse. São eles:

  • A tampa da vareta do nível de óleo, que está muito dura para abrir e fechar, e no início não era assim.
  • O barulho na porta do motorista, que já tinha comentado aqui antes.
  • A também já comentada luz do porta-luvas — que descobri, na verdade, ser o interruptor com mau contato.
  • O tilt down, pois como relatei antes ele parou de funcionar corretamente e, diferentemente do que vocês disseram que poderia ser, não é sujeira. O retrovisor não salva a programação, fica se movendo toda hora e não volta para a posição normal ao engatar D.
  • Um barulho de grilo no sistema de ventilação, notado recentemente; talvez haja alguma coisa presa no interior dele.
  • A vibração um pouco mais acentuada quando o carro está parado, também notada mais recentemente. Como antes a vibração era praticamente imperceptível, achei que vale pontuar nesta lista.
  • Um barulho externo ao esterçar o carro, virando o volante até o final, como uma pancada metálica. Esse item pode ser mais sério, e eu já tinha notado antes, mas como ocorreu apenas uma vez ou outra, o ignorei; ultimamente, está mais frequente. É algo que já vi outras pessoas relatarem não apenas no Pulse, mas também em unidades de Argo e Cronos, então vou pedir para checarem.
Atualização no Uconnect chegou ao Pulse em 23/09, mas não trouxe grandes novidades — os mapas, por exemplo, continuam desatualizados, mesmo com o Connect////Me ativo. (Jacob Paes/Três e Meio Podcast)

Por fim, vale dizer que já recebi o primeiro aviso de renovação do Connect////Me, ou seja, do fim do período de degustação, que se encerra em novembro. Por enquanto, ainda não decidi se vale a pena continuar assinando, mas fiz um post com todos os valores e importantes considerações sobre o custo de aquisição da tecnologia, logo não vou me prolongar aqui por ora.

Então agora vem uma das principais provas de fogo para a experiência de ter o Pulse: o atendimento da concessionária no pós-venda. Me desejem sorte!

Na próxima entrada, eu conto como foi.

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O podcast para quem gosta de carros. Carros da Fiat.