Venezuela, Argo ELX e carro-chefe da Ram: 10 curiosidades sobre a Fiat na América Latina

Jacob Paes
Três e meio
Published in
6 min readJan 29, 2024
Em países como México e Chile, a Fiat Strada é vendida como Ram — e salva as vendas da marca norte-americana. (Stellantis/Divulgação)

Fiat com 0% de participação e sendo uma das marcas menos vendidas da Stellantis, atrás inclusive da Peugeot. Ou então sendo responsável pelo modelo mais vendido… da marca Ram. E que tal Cronos e Pulse como os modelos mais emplacados da marca?

Não é um universo paralelo, e sim apenas a realidade da Fiat em outros países da América Latina, como Argentina, Uruguai e Chile — onde toda a marca vendeu menos que as unidades do BYD Dolphin no Brasil.

Além disso, a Fiat reforçou sua presença em mercados como México, graças aos SUVs, e Venezuela, de onde esteve ausente nos últimos anos — o último modelo vendido por lá foi o Siena de quarta geração.

Que tal conhecer um pouco dessas outras realidades em dez curiosidades sobre como a Fiat se sai em outros mercados vizinhos? Confira a seguir!

Produzido em Córdoba, Fiat Cronos completou três anos consecutivos na liderança do mercado argentino. (Fiat/Divulgação)

1. Na Argentina, Cronos corresponde a 85% das vendas da Fiat

Dos 55.552 carros vendidos pela Fiat na Argentina em 2023, 47.580 emplacamentos foram do Cronos, ou seja, o sedã corresponde a 85% das vendas da marca no mercado argentino. Alguns motivos para isso foram elencados no episódio 17 do podcast. Toro e Pulse são o segundo e o terceiro modelos mais vendidos da marca.

Na Argentina, a Fiat também está no mundo das competições — e até a Toro, um dos principais veículos da marca por lá, já foi parar nas pistas. (Fiat/Divulgação)

2. Apesar de o Cronos ser o número um, Fiat não é líder

Ao contrário do que acontece no Brasil, em que é líder de mercado e tem o carro mais vendido do país, a dobradinha da Fiat não se repete na Argentina. Segundo a Acara, entidade que faz o levantamento das vendas no país, a Fiat ficou atrás de Toyota e Volkswagen mesmo tendo o carro mais vendido do mercado: em 2023, a marca italiana obteve 13,1% do mercado — uma queda de 0,2% em relação ao ano passado. Foram vendidos 55.552 carros da marca, contra 93.571 da Toyota e 56.589 da VW.

Totalmente voltado aos jovens, Pulse foi o Fiat mais vendido do México — mas não tem versões turbo por lá. (Reprodução/Fiat México no YouTube)

3. Pulse é o Fiat mais vendido no México — mas só com motor 1.3

Em 2023, foram 5.163 emplacamentos do Fiat Pulse no México, o que corresponde a 42% das vendas na marca, que totalizaram 11.815 unidades. Ainda assim, o modelo — que mesmo na versão Impetus só é vendido com o motor Firefly 1.3 aspirado por lá — ficou bem distante do líder do segmento, o Kia Seltos, que teve pouco menos de 20 mil emplacamentos e foi o nono modelo mais vendido do mercado. O Pulse ficou em 68º lugar, curiosamente 24 emplacamentos à frente do VW Nivus.

No México, o Fiat Fastback utiliza sempre o motor Turbo 270, mesmo na versão Impetus — que pode receber a cor vermelha. (Reprodução/Fiat México no YouTube)

4. 2023 foi o melhor ano da Fiat no México

Ao longo do ano passado, a Fiat quebrou recordes de vendas no mercado mexicano. Isso fez com que ela crescesse 59% em relação a 2022. O segundo modelo mais relevante, depois do Pulse, foi o Mobi. Já o Fastback, lançado em maio, teve 1.621 emplacamentos ao longo do ano — e por lá ele pode ter mais cor do que no Brasil.

Ram 700, um rebadge da nossa Fiat Strada, foi o modelo mais vendido da Ram no México. (Stellantis/Divulgação)

5. Mas, na verdade, o Fiat mais vendido no México é uma Ram

A marca mais vendida do grupo Stellantis no mercado mexicano foi a Ram — porém graças a um modelo da Fiat: a Ram 700, como é vendida a Fiat Strada por lá. Foram 13.942 emplacamentos, ou seja, 40,8% das 34.158 picapes comercializadas pela marca.

Peugeot 208 e Citroën C3 vendem muito mais do que os Fiat Argo e Mobi no Uruguai. (Stellantis/Divulgação)

6. No Uruguai, nem somando Argo e Mobi a Fiat alcança a Peugeot

No país vizinho, a situação da Fiat é bem diferente da vivida pela Peugeot no Brasil. Para se ter uma ideia, nem mesmo somando as vendas de Mobi (529 unidades) e Argo (288 unidades) se chega próximo aos emplacamentos do Peugeot 208, que teve 2.070 unidades comercializadas ao longo de 2023. Já o Citroën C3 teve 1.507 emplacamentos, também ficando à frente da dupla da Fiat, segundo a Acau, entidade responsável por compilar os números uruguaios. O Chevrolet Onix foi o hatch mais vendido por lá.

Ainda que não seja líder, Strada é o carro-chefe da Fiat mesmo em outros mercados. (Fiat/Divulgação)

7. A Strada é o Fiat que mais lidera

Além de ser o carro-chefe da Fiat no Brasil, onde também foi o veículo mais emplacado no país, e no México, com a marca Ram, a Fiat Strada foi o carro mais vendido da marca no Uruguai. Além disso, tal como no Brasil, a picape foi líder de mercado no país vizinho, com 4.298 emplacamentos ao longo de 2023.

Pulse e Fastback iniciaram a revitalização na imagem da Fiat na região, mas o percurso para a marca se tornar mais relevante ainda é longo. (Fiat/Divulgação)

8. Os SUVs da Fiat estão distantes do topo

Se no Brasil a somatória de Pulse e Fastback dá à Fiat um vistoso segundo lugar no segmento de SUVs compactos (como comentado no episódio 65), o cenário é bem diferente em outros mercados. Por exemplo: além do já citado México, em que o Pulse — o Fiat melhor colocado no ranking — só aparece na 68ª posição, os SUVs da Fiat ficaram apenas em sexto lugar no mercado uruguaio. Com 526 unidades, Pulse e Fastback perderam posições para Peugeot 2008 (615); Chery (633), com Tiggo 2 e Tiggo 4; Chevrolet Tracker (693); Nissan Kicks (765); e VW, com Nivus e T-Cross (1.930).

BYD Dolphin sozinho vendeu, no Brasil, mais do que toda a Fiat no Chile. (BYD/Divulgação)

9. No Chile, Fiat vendeu menos do que o BYD Dolphin no Brasil

No mercado chileno, a Fiat teve apenas 0,3% de participação — um cenário bem diferente do Brasil, onde beirou os 22% em 2023. Se por aqui ela é a marca mais vendida da Stellantis, no Chile está atrás de Peugeot (5,4%), Citroën (2,3%), Ram (1,7%), Opel (1,2%) e Jeep (0,5%). Com seus 1.077 emplacamentos, ficou à frente apenas de Alfa Romeo, Maserati, Dodge e Chrysler — todas com 0% de participação, segundo a Anac. Foi menos até do que o BYD Dolphin vendeu em nosso mercado: 2.248 emplacamentos, segundo a Fenabrave.

Sem alarde, a Fiat voltou a ser importada na Venezuela depois de dez anos ausente do mercado. (Reprodução/Fiat Venezuela no Instagram)

10. O ano de 2023 marcou o retorno da Fiat à Venezuela

Em 2023, a Fiat voltou a comercializar seus modelos na Venezuela, após alguns anos de hiato. A marca será representada pela Comercializadora Todeschini, sua parceira desde 1999. Mobi, Argo e Cronos serão disponibilizados, segundo as fichas técnicas divulgadas, respectivamente nas versões Like e Trekking com motor 1.0 Fire; "Drive ELX" e Trekking, ambas 1.3 Firefly; e Drive 1.3 MT ou 1.8 AT. Mas há informações conflitantes: o site diz que o sedã usa câmbio CVT, transmissão não disponível com o motor E.torQ, por exemplo. Os preços vão de 21.120 a 27.518 dólares.

Qual dessas curiosidades sobre a presença da Fiat na América Latina te deixou mais surpreso?

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Jacob Paes
Três e meio

Editor de livros, graduado em Produção Editorial e estudante de Letras/Italiano. No tempo livre, curte séries, filmes, carros e, claro, livros @tresemeiopodcast