Entrevista: Flávia Oliveira
Colunista do jornal O Globo e com trabalhos na TV e no rádio, Flávia Oliveira conta sobre sua trajetória profissional e pessoal
por Clara Araújo e Iracema Dantas*
Em seu perfil em uma rede social, Flávia Oliveira se define assim: “Mulher negra. Mãe. Brasileira. Carioca. Jornalista. Do candomblé. Do samba. Democrata”. Nessa entrevista à revista do Ibase, Flávia foi generosa ao abrir mão do papel de entrevistadora e nos contar sua história pessoal desde a infância até a atualidade — como uma das mais importantes profissionais da sua área.
Você nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro?
FO — Sim, todas as minhas memórias de infância e juventude remetem para o Irajá, mas na verdade não foi lá que eu nasci. Quando eu já tinha três anos, minha mãe foi sorteada em um programa habitacional e poderia escolher um apartamento na Praça Seca ou no Irajá. Fomos para o Irajá e só saí de lá aos 22 anos, quando casei pela primeira vez. Mas antes, minha família já tinha morado em Turiaçu, Marechal Hermes e Campo Grande.
Você tem irmãos ou irmãs?
FO — Sou filha única por parte de mãe, falecida há oito anos; e meu pai teve um casal de filhos de um casamento anterior que só encontrei duas vezes na vida. Ele foi embora quando eu estava perto de completar oito anos de idade e eu só o reencontrei aos 12. Depois, ele se mudou para o Espírito Santo e passamos a ter uma convivência anual, sempre por telefone, até meus 17 anos. Tivemos uma briga e nunca mais nos falamos. Só fui ter notícias quando ele morreu, em 1994. Há cinco anos, eu reencontrei minha irmã biológica no Facebook e passamos a trocar mensagens, mas não nos vimos pessoalmente. Minha família mesmo sempre fomos eu e dona Ana Lúcia, minha mãe. O fato de sermos nós duas revela muito sobre a minha trajetória.
Como parte de um núcleo ampliado de amigos, que é bem típico nos bairros do subúrbio, tivemos sempre a companhia da dona Anita, uma amiga da minha mãe que morava no mesmo conjunto que a gente. Ela criava uma neta chamada Ana Cristina, a quem considero uma irmã e que me deu dois sobrinhos, Romário e Paulinho, e uma afilhada, a Ana Carolina. Essa é efetivamente a família com quem mantenho laços afetivos e de muita proximidade. Quando olho para minha história vejo que foram esses laços de solidariedade que permitiram ser quem eu sou.
Sua mãe assumiu a casa sozinha?
FO — Durante os quatro anos que meu pai sumiu, ela sustentou a casa — um quarto e sala — sozinha. A vida era dura e tudo muito precário. Minha mãe trabalhava como datilógrafa e auxiliar de escritório; e acordava às 4 horas da manhã para preparar a comida e lavar roupa antes de ir para o emprego no Centro da cidade. Eu, desde muito nova, ia para a escola e na volta ficava em casa sozinha. Tinha muita coisa para dar errado — uma criança sozinha atravessando a rua, usando fogão a gás — mas se minha mãe não trabalhasse a gente não comeria.
Mas apesar das dificuldades, você seguiu com os estudos.
FO — Minha mãe sempre teve um empenho enorme para que eu tivesse uma educação formal de qualidade. Ela tinha apenas cinco anos de escolaridade, mas valorizava demais o aprendizado porque ela própria lamentava não ter estudado mais. Acho que o fato de não ter irmãos por parte de mãe influenciou para que eu pudesse ter uma carreira acadêmica completa. Talvez, se houvesse mais uma criança em casa, como filha mais velha, eu teria que entrar no mercado de trabalho mais cedo. Vi isso acontecendo com vários amigos de infância, que abandonaram os estudos para contribuir com as contas.
Minha mãe era uma mulher inteligente, com muita leitura e boa expressão, mas que nunca pôde ser uma referência como eu hoje posso ser para minha filha Isabela, que já nasceu com pai e mãe com curso superior completo.
E que escolas você frequentou?
FO — Eu sempre estudei em escolas públicas. Inicialmente, na Escola Municipal Francisco Sertório Portinho, em Irajá. Por orientação de uma das professoras, minha mãe me transferiu para a Escola Municipal Mato Grosso, no mesmo bairro, onde fiz o ginásio. Foi nessa escola que recebi um panfleto que anunciava um cursinho preparatório para as provas de escolas técnicas do antigo segundo grau. Mostrei para a minha mãe e ela disse: “quer fazer? Pode se matricular”. Esse cursinho se chamava Percepção e ficava em Vaz Lobo.
Fiz as provas para o Cefet, para Visconde Mauá, para o Pedro II e outras mais. Acabei passando para a Ence, Escola Nacional de Ciências Estatísticas, que ficava entre a Lapa e o Bairro de Fátima. Eu tinha 14 anos e fazia essa travessia do Irajá ao Centro da cidade.
Ali eu tive uma convivência muito maior com pessoas brancas e de classe média, além de funcionários de nível superior da própria escola. Foi nesse momento que comecei a caminhar no que seria a possibilidade de também fazer uma faculdade. E minha mãe me apoiou e incentivou o tempo todo a prestar vestibular.
E como você se interessou pelo jornalismo?
FO — Quando eu comecei a cogitar fazer faculdade, pensava em história e psicologia. O jornalismo era algo muito distante da minha realidade, que surgiu como uma possibilidade inesperada. A Cris, uma amiga minha, colega da Ence, disse que eu “conhecia todo mundo e devia fazer jornalismo”. E aí eu comecei a me dar conta que era isso mesmo. Eu já gostava de colecionar cadernos de jornais e assistia furiosamente a programas de entrevistas como o “Sem Censura”, o “TV Mulher” e um programa que o Ziraldo tinha na TV Bandeirantes.
Eu tinha um aparelho de som e um microfone e gravava entrevistas com amigos, sobre uma espécie de agenda de comportamentos dos anos 80. As perguntas eram do tipo “você teria um amigo maconheiro?”, “você se casaria com uma moça que não fosse virgem?”, coisas do tipo. Além disso, eu ouvia muito os programas de rádio. Eu era fã do radialista Waldir Vieira, um super comunicador que acabou morrendo por causa de um vazamento de gás em um motel na Glória. Ele era casado, estava com a amante e eu fiquei bastante decepcionada. Foi um escândalo. O programa dele começava com uma “carta para a vovó”, um editorial bem conservador. E o sujeito acaba morrendo junto com a amante.
Quando eu decidi fazer mesmo jornalismo, minha mãe me apoiou. Mas vivi um episódio que nunca esqueço: um vizinho nosso, chamado Moisés, ao saber da minha escolha disse: “acho que você devia fazer administração ou ciências contábeis. Jornalismo é para moças ricas e bonitas”. Eu agradeci, perplexa, pelo conselho e entendi que aquilo era racismo. Eu tinha 17 anos. Do jeito dele, isso era cuidado. Uma amiga da minha mãe também teve uma atitude parecida. Ela mandou para mim o edital para o concurso de bilheteira do Metrô, mesmo sabendo que eu queria fazer jornalismo. São dois exemplos sintomáticos de uma época em que o horizonte de sonho de uma jovem negra, carioca, suburbana e pobre era no máximo um emprego público, uma atuação na área de serviços ou uma faculdade bem na borda do ensino.
Você acha que o fato de ter cursado escolas públicas minimizou os episódios racistas na sua infância e juventude?
FO — Não. A escola é profundamente racista. Sempre soube que não seria eu a sinhazinha da festa junina, ainda que eu vendesse todas as rifas e prendas. Nunca me senti acolhida nessa direção da beleza, da normalidade. Existem diferenças entre branco pobre e preto pobre; e é mais fácil ser branco pobre. No ensino médio, o racismo é diferente. Eu tinha ótimos amigos e essa questão não era nem tocada. Os meninos querem mais ser seus amigos mas não querem te namorar ou mesmo “ficar”. A gente acaba sendo aquela que “desenrola” para o amigo e para amiga. As mais bonitas são sempre as lourinhas e as mais miúdas. Eu só fui ter um relacionamento afetivo mesmo no ensino médio, quando conheci meu primeiro marido. Ele era de Vila Valqueire, namoramos durante cinco anos e ficamos casados mais seis. Temos uma filha juntos. Na universidade, as meninas brancas eram muito mais paqueradas.
Como foi o início da sua carreira como jornalista?
FO — Fui estagiária em um jornal chamado Espaço Livre, em Caxias, em 1989. Saía de Irajá, ia para Caxias, ia estudar na UFF (Universidade Federal Fluminense) à tarde e depois voltava para Irajá. Depois, fui ser estagiária na Publicom, uma agência de assessoria de imprensa bastante conhecida. Em 1992, eu me casei, terminei a faculdade e acabei contratada por essa agência. No jornalismo diário impresso, eu já comecei no Jornal do Commercio, direto na área econômica. O convite veio do João Baptista, que havia sido meu professor na UFF e era chefe de reportagem do JC. Minha primeira coletiva foi no Instituto Brasileiro de Siderurgia. Depois comecei a cobrir negócios, varejo, franquia etc. Saí do JC em abril de 1994 e fui para O Globo no mês seguinte, por meio de uma indicação de Cezar Faccioli, que também tinha sido do JC e havia assumido como subeditor de O Globo. O mercado jornalístico era muito intenso naquela época; vários profissionais circulavam em diferentes veículos.
São 25 anos em O Globo?
FO — De certa forma, sim, mas em diferentes funções e contratos. Entrei como repórter no nível mais básico; e minha primeira matéria foi sobre declaração de imposto de renda. Cobri a “geral” da economia, acompanhei o Plano Real e todo o noticiário das conversões, a quebradeira da Mesbla, Casas Pernambucanas etc. Depois, cobri mercado financeiro e, enfim, a macroeconomia, área que mais gostei e que me dediquei a cobrir indicadores sociais. Acredito que isso se deve ao fato da minha facilidade em lidar com números mas também com a minha própria vivência de quem já experimentou e conhece as desigualdades.
Seguindo essa linha, participei dos cadernos de reportagens “Retratos do Rio”, sobre IDH, do suplemento “A Cor do Brasil” e dos cadernos “Pirataria S/A” e “Exclusão Digital”, todos em O Globo.
“A Cor do Brasil” teve uma grande repercussão e foi um marco na cobertura sobre racismo no Brasil.
FO — A ideia original foi da Miriam Leitão, a quem considero uma madrinha, alguém que me enxergou entre tantas pessoas da redação. Em 2001, ela me convidou para ser sua interina no Panorama Econômico, que já era uma coluna de sucesso. Depois, me convidou para fazer parte do projeto “A Cor do Brasil”. E eu aceitei na hora. Além dos textos, o projeto gráfico era incrível, com fotos de Leonardo Aversa. Foram oito páginas de alto padrão em O Globo, admitindo a existência do racismo no Brasil. Fizemos uma entrevista com Abdias do Nascimento sobre a luta histórica do movimento negro. E tudo isso precedido do debate sobre a implantação de cotas, que o próprio jornal se colocava editorialmente contra, na época.
E quando você se tornou colunista?
FO — Em 2006, o Rodolfo Hernandez, diretor de redação do jornal, disse que tinha um novo espaço editorial e me convidou para assumir a coluna Negócios e Cia, que durou até agosto de 2014. Com o fim da coluna, fui convidada a publicar artigos duas vezes por semana na editoria de sociedade. Hoje, meu trabalho fixo para O Globo é a coluna da página 3, às sextas-feiras. Virei colunista de artigo e passei, efetivamente, a ser remunerada para escrever sobre o que me motiva e não sobre o que pedem que eu escreva. Desde então, posso dizer que a pauta é minha. No jornalismo, a gente melhora com o tempo; só tem que insistir.
Existem outros(as) colunistas negros em O Globo?
FO — Autodeclarados negros, que eu lembre, tem a Ana Paula Lisboa, uma empreendedora social de altíssima qualidade e escreve quinzenalmente no Segundo Caderno, e o Paulo Cesar Caju, ex-jogador de futebol e que escreve no Esporte. Tínhamos o Jorge Bastos Moreno, que infelizmente morreu em 2017 e também se autodeclarava negro.
Sua trajetória é inspiradora para muitos, principalmente para jovens negros.
FO — Fico muito comovida e orgulhosa disso. Mas nunca pensei em ser referência, o que busquei foi entender essa geração. Eu já vinha pensando em desenvolver algo que tivesse uma relevância no mundo digital e que me permitisse ampliar meus leitores. De forma intencional mesmo, desde 2013, eu vinha estudando e procurando entender melhor as juventudes. Busquei informações sobre indicadores sociais e políticas públicas para esse segmento da população. Então, esse diálogo que hoje mantenho com os jovens eu venho construindo há seis anos. O fato de ter uma filha jovem também me levou a buscar esse diálogo e entendimento com as juventudes.
Hoje, escuto especialmente das jovens negras que sou uma referência e tenho um enorme prazer em relação a isso. É comovente ter esse papel diante de uma juventude tão informada, tão capaz e tão cheia de si. Me emociono quando essas meninas dividem comigo as mesmas inseguranças que um dia eu tive.
Além disso, sempre fiz trabalhos voluntários que me aproximavam desses grupos. Há mais de 10 anos, dou aulas sobre cidadania e redação para os alunos do curso pré-vestibular do Educafro; já participei também do jornal comunitário feito por jovens do Complexo da Maré. Minha conexão com a juventude negra e pobre é muito forte e não vem de agora.
Existe uma enorme cobrança sobre essa juventude e seu papel no momento atual do país.
FO — Essa juventude, por ter sido criada em um ambiente mais democrático, tem uma pressa e uma liberdade que só são possíveis devido a toda essa tecnologia atual. E, com isso, a frustração também é maior. Muitas vezes esses jovens não conseguem ver a vitória, a conquista alcançada. Precisam aprender a ser generosos com eles mesmos e enxergar que a luta já foi mais difícil. Especialmente nesse momento do país, a juventude está passando por muita dificuldade e não tem nem trabalho. São pessoas cheias de consciência política e que vivem muitas incompreensões, muitas vezes nas próprias famílias. São jovens que experimentam a liberdade das ideias nas universidades e que, ao voltarem para casa, encontram um conservadorismo forte. Acabam muitas vezes sentindo uma enorme solidão.
Como você vê a gestão do atual prefeito em relação ao carnaval carioca?
FO — Acho uma lástima! Defendo o carnaval do Rio de Janeiro porque sou carioca, suburbana, mulher preta e macumbeira. Por essas e outras razões, essa festa tem uma relevância cultural histórica que, por si só, já justificaria um grande investimento. O carnaval é a perpetuação da nossa história e da nossa tradição como povo capaz de transformar dor em música e festa, dor em alegria. Mas, se por questões morais e religiosas, nosso prefeito não se sensibiliza, ele deveria então pensar na sofisticação dessa indústria cultural e fonte econômica. Para além da sazonalidade do desfile das escolas de samba, existe um ciclo de produção amplo e composto por várias atividades e serviços. O carnaval como indústria é perfeito.
E como diz o Luiz Antonio Simas, o carnaval ao longo da história sempre foi tensionado entre a repressão e a liberdade. O próprio carnaval é fruto da opressão contra a alegria. Mas sempre digo que não se pode perder a esperança.
E sua paixão pela Beija-Flor de Nilópolis?
FO — Desde criança, eu e minha mãe víamos os desfiles pela TV. No carnaval de 1989, eu estava fora do Rio e assisti sozinha ao desfile do enredo “Ratos e Urubus Larguem minha Fantasia”. Eu já torcia pela Beija-Flor e sempre me ficava impressionava com a arte da Joãosinho Trinta, mas aquele desfile me fez prometer que nunca mais viajaria para fora do Rio durante o carnaval.
Pisei no sambódromo pela primeira vez em 1994, mas só fui desfilar em 1998, pela Unidos da Tijuca, com um enredo sobre o time Vasco da Gama. O meu primeiro desfile na Beija-Flor foi em 1999, contando a história da cidade mineira de Araxá. E, desde então, só não desfilei em 2012, porque estava em luto pela morte da minha mãe, e em 2018, por divergir de algumas decisões da escola. E já desfilei em muitas outras escolas, como Salgueiro, União da Ilha, Paraíso do Tuiuti e Império da Tijuca.
Podemos falar sobre religião?
FO — Falo sobre minha religiosidade com o maior orgulho. Minha mãe era de umbanda; eu sempre frequentei terreiros e me lembro das festas que só terminavam de manhã. Mas mesmo assim ela me obrigou a fazer catecismo e primeira comunhão. Talvez por isso eu tenha uma devoção muito grande por Nossa Senhora e pela Sagrada Família, que é um arranjo familiar muito diferente do que os falsos profetas querem nos impor como perfeito. São José representa um padrasto que assume e acolhe uma mulher grávida.
Então, minha religiosidade sempre transitou entre a Umbanda e essa devoção por alguns santos católicos. Mas na minha juventude eu acabei me afastando de qualquer prática religiosa; e sempre coube a minha mãe esse papel de zelar espiritualmente pela nossa família. Já idosa, ela foi para o Candomblé e, no fim da vida, ela se tornou messiânica. Segundo ela, as duas religiões têm em comum o culto à ancestralidade.
Em 2009, eu me aproximei do candomblé porque eu tive uma intuição de uma questão relacionada a um amigo que estava doente. Ele me pediu que indicasse um terreiro de candomblé; eu perguntei a uma amiga que era da religião e passei a informação para ele. Com isso, eu mesma acabei conhecendo a casa e estou lá até hoje.
Além disso, depois da morte da minha mãe, aumentou ainda mais a minha relação com a religião. Passei a me sentir desprotegida espiritualmente, o que me fez buscar ainda mais a minha fé. Hoje eu ouso dizer que o encontro com o candomblé foi o que de mais bonito aconteceu na minha vida, perdendo apenas para meu encontro com a minha filha.
Mas você é iniciada no candomblé?
FO — Ainda não. Meu pai de santo é uma pessoa muito cautelosa e tem compreensão das minhas atividades profissionais atuais. O candomblé tem me proporcionado um mergulho no autoconhecimento, uma tranquilidade diante das escolhas e dos caminhos que optei seguir. Me trouxe também a clareza de que disseminar a religião faz parte da minha missão de vida.
Tenho um grande orgulho por ter sido escolhida para fazer parte do candomblé. Sou completamente devotada e pronta para seguir adiante na religião. Até o momento, sou abiã[1] do terreiro mas ainda não sou raspada. Sei que essa hora vai chegar mas, por enquanto, não é essa a determinação de meu orixá. No dia que Iemanjá decidir, estarei totalmente entregue e farei a iniciação com a certeza que será o melhor para mim.
[1] Pessoa que frequenta regularmente um terreiro de candomblé mas ainda não fez os rituais de iniciação obrigatórios na religião.
*Clara Araújo e Iracema Dantas são jornalistas e trabalham na comunicação do Ibase.