Blocos

Natan Andrade
tripa
Published in
1 min readJan 10, 2018

--

Dividimos nosso relacionamento em blocos. Atos, falhos ou geniais, caminhando para o incontível fim dessa peça que você me pregou. E mesmo sem claque avisando a hora certa, eu ri, pois quando você disse que queria conversar eu previ o final tão óbvio. O primeiro bloco foi a ilusão, o segundo a catarse, o terceiro foi o de Carnaval.

Afinal, bobeira minha querer um relacionamento assim, tão perto do início do ano que, todos sabem, começa logo ali, na modorrenta quarta-feira de cinzas. Enquanto você queria bailar debaixo da chuva irritante de Brasília, a de água e a de confetes, eu queria estar debaixo das cobertas, no clichê mais feio possível. Por isso, nosso caso não teve jeito, chegou ao fim. Fim do segundo bloco.

Agora, já no meio do ano (setembro), imagino que o assunto vá fluir, a saudade bater e o chamego ficar. Se quiser tentar, eu sou todo sim. Não posso negar que sou fácil. Nem teria como não ser, pois quando os passos me guiam, como foliões apressados, já estou no último bloco da quadra, o Bloco P, respondendo ao chamado seu. Carnaval outra vez.

--

--

Natan Andrade
tripa

Escrevo histórias de amor, de boteco e mais algumas coisas.