Aprendizados da Quarentena #1

Autoconhecimento, questionamentos e buscas pessoais.

Mileide Signorini
Trocando ideias
4 min readApr 24, 2020

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Hoje ouvi que somos seres naturalmente empáticos ao mesmo tempo que somos tendencialmente violentos. E a tela azul surgiu. Oi?

a vida saudável talvez seja uma jornada diária de amor conosco e empatia com os outros.

Muito do que leio apenas por curiosidade sem pretenção de ditar conteúdo me leva a alguns debates internos, esse conhecimento empírico nosso de cada dia sabe?rs. Nossos pseudos (…) e refletindo sobre os contra pontos do início entendo que se somos naturalmente empáticos, tendemos sempre a nos colocar no lugar do outro okay, mas por que a nossa resposta muitas vezes é violenta?

Eu em minha bolha de quarentena estou me propondo exercitar o autoconhecimento, pessoal e em um grupo de mulheres debatendo vários assuntos onde o conhecer a si mesmo e fazer auto-análise é o ponto focal, e durante nossas reuniões e pós chegamos a algumas colaborações, primeiro que não temos nenhuma educação emocional em nossas casas, escolas e afins, podemos ter a sorte de convivermos com bons exemplos acerca disso e é ótimo porque sabemos que o meio sim nos influencia, mas quando essas influências, (sejam familiares ou de amigos) não são assim tão saudáveis?

E ainda mais quando com o passar do tempo não nos questionamos sobre nossas ações, reações, nossos padrões comportamentais? A vida segue, e nós apenas repetimos os padrões errôneos, tóxicos, egoístas, machistas e outros istas que vimos, convivemos e absorvermos.

Esse é um convite para reflexão para acharmos algumas respostas, mas para que haja resposta cada um precisa se questionar sobre seus próprios padrões. E aí se inicia a jornada do #Autoconhecimento.

Meu aprendizado atual vem com reflexões do tipo: Por que casais não estão conseguindo ter um relacionamento saudável com seus pares nesse isolamento social? Porque (talvez) além do convívio agora não ser uma opção e sim obrigação isso acarreta responsabilidades, divisão de espaço, respeito e talvez o desafio maior seja o diálogo aberto e saudável, para alguns aprender a ter uma conversa e não um debate ainda pode ser algo em construção, e partindo do princípio que mesmo com amor continuamos a divergir em ideias, vivências, valores e outros, nesse momento o convite é ao diálogo, minha ideia de reflexão é sobre estudarem juntos sobre a CNV (comunicação não violenta), sigo com essa abordagem nesse post.

Resignificar nossos sentimentos para não magoar os outros.

Por que também evitamos aquele grupo da família que há pessoas contrarias a nossa posição politica? E por que essa necessidade de certo ou errado, pólo positivo ou negativo? Durante esse processo de autoconhecimento passamos pelo campo das emoções x sentimentos x não sentimento (julgamento do outro), e hoje entendo que precisamos saber dividir, emoção o que eu sinto em determinada ocasião, onde a origem sou eu, e sentimento que é o nome que eu dou para aquela emoção. Exemplo: abri um livro antigo e me veio um cheiro e com ele uma memória, me deu um aperto no peito (emoção) e eu fiquei triste (sentimento), aquele cheiro era do meu avô, eu acolhi aquele sentimento, chorei e passou, aquela situação é sobre mim.
Eu me permito sentir.

Agora se eu estou em um debate com amigos e alguém me criticou (julgamento) de uma forma que me deu um calor (emoção), me senti ofendida e triste(sentimento), senti isso por quê? 1) o que a pessoa disse é uma verdade sobre mim, 2) triste por conta do julgamento do outro, mesmo que não represente uma verdade, 3) ofendida pela forma de expressão do outro e etc. Esse exemplo representa o não-sentimento, quando parte do outro, mas nós empoderamos o outro e sua opinião e ela passa a importar e a despertar emoções em mim. Quando eu permito que o outro me atinja.
Já ouviu aquela frase:

“não importa o que o outro fala sobre mim e sim o que eu faço, (como resignifico) sobre o que o outro fala sobre mim”, é isso com outras palavras. rs

São entendimentos teoricamente fáceis que se digeridos e aplicados da forma certa você dificilmente vai precisar sair de um grupo de Zap por conta do tio mala rs, a partir do momento que você não dá permissão que outro lhe atinja entendendo que aquele sentimento não vem de você e sim do julgamento do outro fica mais fácil.

Ouvi hoje de uma profissional de Neurociência que as terminações emocionais são construídas por nós ao longo da vida conforme estímulos diários. Bom saber neh?! Só precisamos praticar, realmente exercitar, essa é a parte mais complexa, como passar de uma pessoa irritada quando você lê determinado comentário sobre você ou situação que te fere, para uma pessoa menos irritada, depois indiferente a situação, na sequência para um campo de entendimento do outro através da observação, empatia e não julgamento? A resposta é que da mesma forma como qualquer exercício; treino. Parte primeiro de você e sua busca diária por autoconhecimento, saúde mental, espiritual, inteligência emocional e tantos frutos advindos desse combo. Treine!

Com exercício e repetição, com observação das suas emoções e sentimentos. E respondendo a questão inicial de como nos tornamos menos violentos e mais empáticos é justamente buscando se conhecer melhor, seus valores, suas prioridades, do que você gosta? de onde você veio, quem foram ou são suas inspirações e influências, isso diz muito sobre você, mas quem você é sempre pode melhorar através do autoconhecimento.

Portanto, boa sorte na sua jornada nessa quarentena, nessa vida, creio que conseguiremos nos tornar uma versão melhor de nós mesmos. Bons treinos para você e pra mim!

#1diário de quarentena

Mileide S Signorini
“outra coisa que ajuda nessa jornada é escrever”, mesmo que ninguém leia é primeiro pra você, sobre você!
E se vc leu, chegou até aqui obrigada!

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Mileide Signorini
Trocando ideias

Questionadora, Educadora Financeira, produtora de conteúdo no Trocando ideias, cristã, ouvinte de podcasts e amante de bons livros e trocas saudáveis! ;)