Seu dinheiro já andou por cada lugar…

Você carrega cocaína
no bolso e não sabe

Entenda como 90% das cédulas de real em circulação no Rio contêm vestígios da droga

Redação Trombone
Trombone Media
Published in
3 min readJul 9, 2015

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Que p… é essa? Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) descobriu que 90% das notas de real que circulam no Rio de Janeiro contêm vestígios de cocaína. Calma aí. Obviamente, são quantidades invisíveis ao olho humano ou mesmo impossíveis de consumir. Mas quando você tira 10 reais do bolso tem grandes chances de estar metendo a mão na parada também. Deu n’O Globo.

Como assim?

Se liga, há basicamente três razões para haver vestígios de cocaína no seu dinheiro, segundo os químicos Ricardo Cassella, Wagner Pacheco, da UFF, e a doutoranda Vanessa Gomes Kelly Almeida:

  1. usuários de cocaína e traficantes não raramente enrolam as notas como um canudo e as utilizam para cheirar (é sério!).
  2. é muito fácil da cocaína ficar impregnada no papel da nota, muito poroso e sempre meio úmido.
  3. a circulação intensa do dinheiro ajuda na contaminação de quase todas as notas à disposição na praça. Uma nota pode contaminar várias outras, inclusive dentro da máquina de saque e nos cofres dos bancos.

Como chegaram a essa conclusão?

O estudo examinou 138 notas de real coletadas em diversos lugares, como o aeroporto do Galeão, o Morro da Mangueira, Petrópolis e até Maricá. Para fazer a análise, a nota é colocada em um tubo com um líquido durante uma noite inteira. Na manhã seguinte, ela é retirada do tubo para secar, enquanto o líquido que absorveu todas as substâncias químicas contidas na cédula vai ser analisado por um equipamento chamado cromatógrafo — que identifica quais são essas substâncias.

Notas de baixo valor continham mais vestígios. Notas cedidas pela polícia e que estavam em sacos de drogas apreendidos com traficantes tinham até 30 vezes mais vestígios do que a concentração média — de 50 a 300 microgramas por nota. A “nota normal” com maior concentração foi coletada na Vila Mimosa (885 microgramas). Uma outra, de Paraty, continha 774 microgramas.

Um micrograma é um milhão de vezes menor que um grama. Portanto, os vestígios são mínimos e não fazem nenhuma diferença na vida de quem usa as notas de real normalmente.

Lugar com tráfico tem mais cocaína na nota?

Na prática, não. Como a distribuição e circulação das notas é muito intensa, não existe como dizer que uma nota “pertence a um lugar”. A nota uma hora está na boca de fumo, outra hora na feira, mais tarde no caixa do banco, e finalmente chega a sua mão. :)

Você acha que esse foi um estudo interessante?

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Redação Trombone
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Do Rio de Janeiro para o mundo. Do mundo para o Rio. Contexto da forma como as pessoas consomem informação hoje em dia.