Hyperledger Global Forum 2018 — Destaques pela Trubr

Marison Souza
Trubr
Published in
6 min readDec 13, 2018

12/12/2018

Em Basel/Suiça no dia 12 de dezembro tivemos o início do primeiro fórum global de Hyperledger. Muito mais que discussões técnicas sobre blockchain, tivemos uma miscelânea de conteúdos interessantes para todos os níveis de interesse, desde desenvolvimento, arquitetura, infraestrutura, legislação, negócios, cases e carreira.

São diversos painéis, palestras, demos e hands-on acontecendo ao mesmo tempo, então não tem como participar de tudo. Trago aqui meu ponto de vista mais técnico dos que participei no primeiro dia.

Embora o fórum seja de Hyperledger, tivemos conteúdo sobre Ethereum, Monax e vários casos interessantes da Hyperledger usando Sawtooth, Burrow e integrações multi-chain com Quilt.

Um dos temas discutidos, como sempre, foi a escalabilidade da Blockchain permissionada. Neste cenário os casos de uso apresentados por Aaron Symanski, CTO da ChangeHealthcare, uma insurtech norte-americana e Shan Yu, engenheiro do Alibaba demonstram bem que os avanços de escalabilidade não param. A Change atende hoje mais de 5500 hospitais, 60 mil farmácias, e grava 50 milhões de transações por dia na blockchain, ou, uma média de 550 por segundo.

Já Shan Yu apresentou o caso do Alibaba e como eles fazem para estimar o crescimento de uma rede de blockchain permissionada usando Fabric. Quando se trata de Fabric, o storage tem que ser muito bem dimensionado, pois temos o diretório de produção de cada peer, de cada orderer, logs do kakfa, dados, logs do zookeeper e claro o banco do couchDB.

Integração entre diferentes plataformas de blockchain é algo que sempre me preocupa, ainda mais quando temos que desenhar um projeto de longo prazo usando uma nova tecnologia. Nikolai Iushkevich fez uma demonstração de interoperabilidade entre Hyperledger Iroha e Ethereum. Para demonstrar a viabilidade ele criou uma exchange descentralizada que transaciona assets entre uma rede pública Ethereum e uma rede privada e Iroha usando o método 2Way-Peg.

Disclosure:

The 2-Way peg is often said to be a method to transfer BTC into RBTC and vice-versa. In practice, when BTC are exchanged for RBTC, no currency is “transferred” between blockchains. There is no single transaction that does the job. This is because Bitcoin cannot verify the authenticity of balances on another blockchain. When a user intends to convert BTC to RBTC, some BTC are locked in Bitcoin and the same amount of RBTC is unlocked in RSK. When RBTC needs to be converted back into BTC, the RBTC get locked again in RSK and the same amount of BTC are unlocked in the Bitcoin blockchain. A security protocol ensures that the same Bitcoins cannot be unlocked on both blockchains at the same time.

O CTO da fundação Sovrin, Nathan George, apresentou o conceito do DID e o trabalho da fundação e da Evernym. Interessante como o conceito de identidade pode ser tão igual e ao mesmo tempo com desafios e necessidades tão diferentes em vários lugares do mundo. No Brasil a Trubr desenvolve o eID+, plataforma descentralizada de identidade digital que segue os conceitos e padrões do DID e ERCS da Ethereum e Hyperledger, mesmo assim, temos que nos preocupar com cenários e problemas muito distintos quando se trata de identidade digital.

Para quem quiser conhecer um pouco mais das várias redes descentralizadas com Ethereum, Corda, Hyperledger, Sawtooth, entre outras, conheçam a plataforma https://unbounded.network/ que é como um Coinmarketcap mas de redes de blockchain. Desenvolvido pela Hacera, você pode participar de diversas redes de seu interesse.

Também sobre identidade digital, Mike Brown, diretor de inovação da ATB fez uma demonstração de como um banco canadense, com a mentalidade de ser mais do que um banco mas sim uma plataforma de serviços para a população, criou um blockchain de identidade para todos em parceria com a Telus, empresa de telecom, em Alberta, Canadá. Você pode ver mais sobre as iniciativas em https://atbalphabeta.com/

13/12/2018

Mais um dia de muito conteúdo descentralizado[rá!] no Hyperledger Global Forum. Como ontem, trago os principais destaques na minha opinião.

Destaco a palestra do professor Alysson Bessani da Universidade de Lisboa, criador do projeto BFT-Smart [https://github.com/bft-smart/library] que trás um formato de alto desempenho para atingir o consenso em redes descentralizadas usando BFT. No caso do Fabric ele demonstrou a limitação/menor-desempenho dos protocolos Raft e PBFT e como o BFT-Smart substitui com sucesso o orderer em uma rede com Fabric.

Quem quiser ler o paper do BFT-Smart: https://www.di.fc.ul.pt/~bessani/publications/dsn14-bftsmart.pdf

Muito se fala em Blockchain e o impacto da GDPR, e LGPD no caso do Brasil. E o direito ao esquecimento? E o processo de anonimização da pessoa física? Em um rico painel com a advogada Silvia Garrote/NY, Joe Oehmke/Promontory e Miguel Sanchez/CIPP, moderado pela Sovrin, foi debatido o impacto da GDPR em aplicações de blockchain públicas e privadas, meios de prevenção e técnicas e premissas relacionadas à coleta, processamento e armazenamento de dados.

Não poderia gostar de tudo também né? Respeito muito o Corda, acho uma ferramenta completa e pelo fato de ser desenvolvida em Java facilita muito para introduzir no mercado um número muito maior de profissionais, contudo, particularmente achei o Condentity um conjunto de componentes avulsos que só dificultam — poderia ser melhor planejado. Mike Ward da R3 apresentou a plataforma integrada com o Indy — pegou alguns conceitos Sovrin de DID, implementação do Indy e integrado com a estrutura do Corda. Funciona, só achei muito canhão para pouca formiga.

Oracle: Grata surpresa conhecer a plataforma de blockchain fabric da Oracle. Não conhecia e achei muito mais intuitiva que a da própria IBM. Mark Rakhlevich, diretor sênior do produto fez a apresentação com o produto PAAS ao vivo de um novo ambiente, configurado, executando transações e exibindo dashboards — pareceu bastante empolgante.

O criptógrafo David Nuñes da NuCypher apresentou as fragilidades do modelo de criptografia ponto a ponto entre chaves públicas e privadas e apresentou o modelo descentralizado chamado de split-key proxy re-encryption. O legal foi ver que na Trubr já trabalhamos com um modelo parecido, com exceção do método de split das chaves.

Ao final o fechamento com o diretor executivo da Hyperledger, Brian Behlendorf, trouxe um resumo dos dois primeiros dias e apresentou a agenda do terceiro dia, mais técnico e focado em hands-on e prática de todas as platafomas hyperledge. #gocode

14/12/2018 e 15/12/2018

Hands-on Day!

Hoje foi o dia de colocar a mão na massa [ou nos blocos?] e ir para a prática. Como os hands-on eram step-by-step tinha que escolher um ou dois e ficar só nesses, senão não teria como acompanhar.

Ao todo as aulas foram concentradas em:

  • Hypeledger Fabric
  • Hyperledger Sawtooth
  • SC com Solidity e web3 com Fabric
  • Hyperledger Indy
  • Fabric com Kubernetes/Helm
  • Burrow/Monax
  • SLC [Smart Legal Contracts] Accord

No caso escolhi participar dos que ainda não havia sequer testado nada que foi o caso do Burrow e Accord.

Nos workshops os tutores realizam as operações ao vivo no telão e as dezenas de developers vão testando e tirando dúvidas ao vivo. Alguns ambientes que dependem de um trabalho prévio muito grande de instalação eles entregaram VMs prontas para facilitar.

No caso do Burrow o workshop foi conduzido poe Casey Kuhlman, CEO do Monax e Silas Davis, CTO do Monax. Já no caso do projeto Accord foi apresentado por Dan Selman e Matt Roberts, CTO e diretor de engenharia da Clause.

O Burrow é muito parecido com ethereum, com SC em solidity. O projeto Accord eu achei interessante pois ele define padrões técnicos e legais para contratos inteligentes legais — No handson testamos com Fabric[Composer ]mas os padrões podem ser aplicados para Corda, Ethereum e Fabric.

Por fim no último dia ainda tivemos aulas de smart-contracts, chaincodes, deploy, instalações passo-a-passo — tudo muito legal e interativo.

Esperamos o próximo HF \o

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Marison Souza
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