Sobre Publicar e Vender na CCXP19
Não é o que vocês querem ler sobre o evento, mas é o que quero escrever.
Chegar até a ComicCon Experience não é pra todo mundo. Chegar lá com seu primeiro quadrinho, mesmo tendo que entrar como público, menos ainda. Vender para seus ídolos no meio do evento? Nossa, é insano.
Eu cheguei lá neste ano, com o Rancho do Corvo Dourado, quadrinho no qual eu escrevi duas histórias e fui editor assistente. Uma antologia de sátiras steampunk pós-apocalípticas com versões da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Uma colaboração entre doze artistas, que gerou oito histórias, uma galeria de pin ups, 110 páginas e uma ameaça de processo — sobre a qual falarei em outro momento.
Mas mesmo assim, tem uma concorrência ENORME no maior evento desse tipo no Brasil. Muitas mesas, a maioria delas com dois autores. Muito networking pra fazer, também. Então todo tempo em mesa precisa contar. Virei o tipo feirante e comecei a vender meu peixe.
Aos poucos a gente percebe que é algo meio 50/50. Nem todos vão prestar atenção. Outros não têm dinheiro — lembrem, é difícil entrar lá, que dirá ter mais grana sobrando. Vários te seguirão nas redes sociais, e aí você planeja a cauda longa, vai atrás.
(aliás, sigam o Corvo no Facebook, no Twitter e no Instagram!)
Mas os poucos que compram, sem dúvida, são público que você cria. Falei com uma família inteira na fila do domingo. Dei informações sobre o evento e pedi, em troca, a atenção deles. Fui direto, transparente e simpático. Vendi dois exemplares, mas ganhei uns oito fãs, no mínimo!
No mais, acredito que vender em um espaço tão grande é um microcosmo do mercado. Há pouca grana, muita gente querendo, e você precisa conquistar cada cliente. E mantê-lo: assim que terminar isso aqui, vou mandar um WhatsApp para a mãe daquelas crianças do domingo. Bora fazer isso ainda mais em 2020?