Instintinho

Daniel Prata
Tudo Envolve Tanta Coisa
2 min readFeb 19, 2019

vai meu menininho: segue seu instintinho.

tantas dúvidas virão — vieses, desvios — sinais nublados, de atração e desconexão. supere: arrepios primitivos e matemáticas avançadas. sustente. tome fôlego e mergulhe — zenital — na natureza das coisas.

por que o céu é azul? como funciona essa mágica? de onde eu vim? por onde eu começo agora?

não se assuste.

existe um caminho mais certo que o outro? existe outra física atrás da física? quantos lados tem o agora? quantas vias de acesso? essa resposta é eterna? e eu? no comum das coisas e no alheio, qual é o jogo? perfeição? desencaixe? disputa? a presença é tudo ou não é nada? nutre ou digere? por onde eu começo agora?

não se assuste.

qual é minha mais íntima verdade? entre certeza e dúvida, quanto vale a intimidade? a intuição é ordem, rebelião? que dúvida é chave? que outra é labirinto? quem gira o moinho do peito e controla a íris do sonho? existe certo medo em ser humano? existe medo certo? existe engano? como ser fractal e infinito? deus é a ponta de alguma escala? por onde eu começo agora?

não se assuste.

quanto do chão e do céu é atento ao tempo? o que se encontra com quê no meu encontro com você? como chamo meu coração: locomotiva, vagão, socorro, chão? como saber de amor sem soar absurdo? como saber a hora? como silenciar? einmal ist keinmal? o que unifica? onde termina? que vaidade sobrevive além da vida? o que jaz do que fica? o que evapora? por onde eu começo agora?

não se assuste.

continue perguntando, como é da natureza das coisas — lembrando que, na alvorada do dia, solavancos desorientados sabendo a lágrimas no peito serão seu mais valioso juízo.

vai meu menininho, não se apegue à demora: tome fôlego e siga, cego mesmo, seu instintinho.

eu aqui, sigo você - como se fosse fora.

--

--