Inspiração
Uma ode a todos os procrastinadores esforçados que existem por aí
Esse texto já começa com um intervalo. Ele é a representação máxima, pelo menos pra mim, do que o Pela Metade representa: vencer a procrastinação.
Ok, somos guerreirinhos orgulhosos e vencemos toda semana o ostracismo e a preguiça….? Não (pelo menos euzinha, não posso falar pelos outros). Desde o último texto, não fazia ideia do que viria a seguir; escrevi um esboço no domingo, tomada pela inspiração momentânea de sair para andar numa avenida fechada, mas o resultado final foi muito íntimo. Ainda não estou preparada.
Depois de decidir que aquele texto não seria pra essa quinta (talvez ele não seja para quinta nenhuma), tentei explorar as opções que tinha pela frente. E é daí que vem a famigerada inspiração.
Ela não veio, amigos. Eu tentei de tudo. Pensei em escrever sobre o poder das palavras, depois de assistir um documentário sensacional sobre Maya Angelou. Até anotei no meu Keep, mas a ideia morreu ali. Meu Keep parece um cemitério de ideias que não avançam.
Depois, pensei em fazer um texto sobre a juventude: insira um bocejo aqui. Morreu também. Ainda pensei em falar sobre gatos, preguiça, contemplação da relação entre vida e morte, a lista segue….. e morre, lá no meu Keep também.
No fim das contas, cheguei a conclusão de que tudo gera inspiração. Descer as escadas me faz pensar no paradoxo que é odiar fazer exercícios físicos e adorar a sensação que eles me trazem; comer me faz pensar em quanto eu amo comer mas ao mesmo tempo, me sinto mal por gastar tanto dinheiro em algo que vira, inevitavelmente, cocô; acordar cedo me faz pensar em o quanto eu odeio acordar cedo mas ao mesmo tempo, acordar tarde acaba com a minha produtividade; até o fato de ter bebido ontem e ter acordado podre de ressaca hoje, me fez pensar em escrever sobre escolhas.
Vocês conseguem ver a linha tênue que separa os insights dos textos criados? Caso não veja, olha com mais atenção… vou te dar uma dica: ela começa com P, de procrastinação. Eu enrolei a semana inteira; enrolei o dia inteiro.
Fiz tudo que a minha rotina me permitiu fazer (com o fantasma da ressaca me rondando, obviamente) e pensei seriamente em jogar pra cima e pagar os benditos R$10 que nem tenho nesse momento.
Então, para a minha surpresa, estou aqui com esse esqueletinho chamado meu texto da quinta feira no Pela Metade. Venci mais uma semana, mandei a procrastinação a merda e pude concluir que a inspiração está por aí, nos corredores mais escuros e nos pontinhos mais escondidos do nosso dia a dia. Basta ter coragem de sentar e discorrer sobre ela.
Quem sabe qual vai ser a da próxima quinta, não é mesmo?!