Mudanças — e o que temos com elas

Um relato de como mudanças acontecem e quais são as lições aprendidas com elas.

Talita Sobral
Pela Metade
3 min readAug 16, 2018

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Mudar é natural. Mudar é humano. Nós mudamos constantemente; seja fisicamente, seja mentalmente, seja emocionalmente. Somos mudanças ambulantes, jurando que nunca vamos mudar.

Eu sou a rainha (e se houver outra/outro, por favor, venha para a disputa do título) em dizer que NUNCA vou mudar a opinião sobre algo (ou alguém). A piada dos meus amigos é como eu falo sobre as coisas como se elas fossem definitivas e imutáveis.

Ilustração de instagram.com/emba_dibujos

Vamos aos exemplos: eu jurava que nunca mudaria meu gosto musical. Se fizermos um apanhado do que eu ouvi em dez anos (vide meu Last.fm, que uso desde 2006 — se você for aventureiro e tiver estômago forte, clique aqui), podemos avaliar o quão cara de pau eu sou, KKKK. Se avaliarmos a forma como eu me visto hoje e compararmos como eu me vestia a quatro anos atrás, a mudança também é absurda.

É curioso pensar o quão certos estamos sobre coisas que vão se movendo ao ponto de estarem lá: completamente mudadas. Por muito tempo, eu odiei mudanças. Não gostava de mudanças minúsculas em minha rotina — como acordar 2h mais cedo — muito menos das mudanças abruptas. Mas hoje, consigo ver a beleza da mudança.

Ilustração de instagram.com/emba_dibujos

Em um determinado momento de minha trajetória profissional, trabalhei com atendimento ao público. Boa parte desses atendimentos era de instruções sobre a utilização de um aplicativo e de tempos em tempos, me deparava com alguém que tinha muita dificuldade em aprender; seja por falta de contato com aquela tecnologia ou por medo de não saber como aprender. Para essas pessoas, minha fórmula era muito simples… paciência e emitir o seguinte mantra:

a melhor qualidade do ser humano é a habilidade de aprender coisas novas.

E o que é a mudança, senão isso? Aprender, explorar, avançar (ou retroceder)… se transformar. A lição que eu levava para os outros, também servia pra mim. Hoje consigo ser um pouco menos chata em relação a mudanças ou opiniões fixas.

Ilustração de instagram.com/emba_dibujos

Não adianta ficar (ou tentar ficar) preso. O movimento vem e você acaba indo com ele, querendo ou não. É aprender a navegar.

Atualmente uma das minhas bandas favoritas é Foster the People (caso queira conhecer, sugiro esta playlist aqui). A primeira vez que ouvi foi no distante ano de 2012 e eu ODIEI. Achei chata, achei um saco. Pra não dizer que odiei absolutamente tudo, eu gostava de uma música — Call It What You Want — e só. Só esse mês, eu já ouvi 17 vezes, só no meu celular. Fora as vezes que ouvi no carro ou no trabalho.

A lição que fica é: as vezes o que você odeia com todas as suas forças hoje, é algo que lá na frente vai fazer parte de momentos muito legais. Um corte de cabelo que hoje te faz se sentir ridícula, pode ser o corte que vai te fazer se sentir incrível daqui a uma semana.

Mudar é inevitável…. o que vale mesmo, é aprender com a mudança.

Ilustração de instagram.com/emba_dibujos

P.S.: Igor, não use esse texto como argumento sempre que eu falar “aff, odeio tal coisa” já que talvez isso também mude! 😝.

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Talita Sobral
Pela Metade

31. Gatos, leitura fragmentada e muitas horas de sono.