Nada é, tudo está
Hoje, em pleno horário de almoço — que começou atrasado por causa de uma reunião que demorou um tantinho mais do que o planejado — entrei numa reflexão sobre a vida.
Vendo o instagram de uma pessoa aleatória, por dois segundos pensei “caralho, a vida dessa pessoa tá um sonho, né?” e logo depois, refleti sobre isso. O instagram é feito pra mostrar: o que você faz, o que você deixa de fazer, como seus amigos fazem e deixam de fazer. O grande ponto é que a gente escolhe o que compartilhar.
No instagram, minha vida também parece perfeita… meu instagram tem meus amigos, meus gatos, muuito pouco da minha rotina. O instagram não mostra que hoje acordei mal humorada porque dormi tarde, que estou com cólica, que minha pia tá cheia de pratos sujos e que ainda nem decidi o que vou almoçar.
O instagram não mostra que na semana passada não consegui pensar em uma grande conquista dos últimos seis meses (apesar de saber que elas existem) e também não mostra os detalhes de quase um ano longe da minha família, de boa parte dos meus amigos, dois empregos novos e uma série de outras mudanças que aconteceram.
O grande lance é que a minha vida não é perfeita. A de ninguém é. Minha vida é recheada de momentos bons e ruins e completamente tediosos que não tem uma ordem correta, que acontecem em sequência e aleatoriamente, que vão existindo de acordo com o caos.
Talvez esse texto despretensioso seja só uma forma de me lembrar, seja agora ou no futuro, que a vida de ninguém vai ser efetivamente mais perfeita que a minha, porque é a minha vida. As decisões que tomei, as decisões que não questionei, as decisões que eu só aceitei tornam meu dia-a-dia e o meu presente o que ele é.
Todas as lições que aprendi e tudo que me faz única estão acontecendo todos os dias, até nos dias em que fico chateada por coisas que não farão sentido daqui a 10 anos ou coisas que vão ter um impacto gigantesco e que hoje, parecem ordinárias.
No fim das contas, é deixar pertinho do coração a máxima de que rede social não é uma representação fiel da realidade. É uma curadoria do que você tende a se orgulhar e sente conforto em compartilhar com os outros.
Fim da história.
P.s.: no twitter, sou muito mais fiel a realidade. Deve ser por isso que lá só tenho 20 seguidores, pessoas que eu realmente confio mostrar a maluquice quase não curada dos meus dias.
