Se você “pensar” como um asteroide, vai viver menos ansioso

Dicas histéricas para levar uma vida mais tranquila.

Matheus Galvão
Pela Metade
3 min readMay 23, 2019

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Ele simplesmente vai.

Eu não sei você, mas eu tenho uma mania constante de achar que eu estou sendo inconveniente (nota, levar isso para a terapia), que tudo o que eu falo ou faço pode incomodar alguém ou causar um distúbio que vai desestabilizar o universo e gerar o caos.

Isso é péssimo.

Isso dá uma angústia do cacete porque, vira e mexe, eu estou me policiando e deixando de fazer alguma coisa que eu julgo relevante ou importante para mim porque — simplesmente — alguém pode pensar de outra forma e ficar incomodadinho ou falando “mas nossa, que desnecessário”.

Aí eu paro e percebo que só o fato de eu estar evitando agir em razão de outras pessoas que nem mesmo extrernalizam suas críticas às minhas ações é problemático. Muito problemático.

É nessas horas que eu admiro a loucura.

Sem controle.

Porque a loucura é — e isso sou eu dizendo sem nenhuma comprovação científica e desprezando os milhões de psicólogos ou psiquiatras que poderiam explicar isso de uma forma mais técnica, mas eu não quero ser técnico agora porque isso estragaria todo meu raciocínio, isso é só uma ilustração. Voltando…

Porque loucura é a falta de controle total de filtro da realidade. E às vezes é bom tomar uma dosesinha dessa falta de filtro. P-o-u-q-u-i-n-h-o.

Um dia desses eu vi um morador de rua daqueles que — pobrezinho — já perdeu juízo encarando um bando de gente aleatória na rua. Encarando mesmo de chegar pertinho e dar medo, ser ameaçador. Ele não fazia nada, só encarava com uma cara de mau. Ele não tinha medo de ser julgado, ele não tinha medo de levar um murro na cara — e olha que chegou perto.

Ele simplesmente queria encarar as pessoas. Por alguma razão que fazia sentido no mundo dele.

Olha, quando minha vó falava que cada cabeça era um mundo eu nem dava ouvido. “Maluquice é essa, gente, como assim, cada cabeça um mundo?”.

Aí eu cresci e comecei a pensar mais ou menos assim, com a diferença de que acho que cada cabeça é um asteroide. Aliás, um meteoroide seria mais correto, mas vou continuar usando asteroide [porque é mais dramático].

Um asteroide é uma bola gigante que — talvez, eu tô deduzindo, tá — pudesse ser um planeta mas é uma rocha gigante que fica por aí vagando podendo bater em qualquer coisa (isso é um metoroide mas, como disse, continuo chamando de asteroide)¹. Essa pedrinha gigante não tem medo de se quebrar toda e atingir um corpo celeste maior e cheio de cabeças pensantes ou cheio de mundinhos — já que cada cabeça é um mundo.

O asteroide não está nem A-Ì.

Lindo isso. Um asteroide ensinando humanos a viverem sem se importar com causar uns danos bestas.

Óbvio que esse asteroide não sai por aí dizendo “ah, hoje eu vou machucar a Terra”…

Ele simplesmente vai, porque ele simplesmente é.

É simples. Poético. Filosófico isso, não?

Só não aconselho você a ser como o Sol, que é quem ele é mas destroi tudo que chega perto. Esse tipo de gente existe. Mas é uma outra história.

Parar por aqui… a autoerapia de hoje tá paga.

¹ Na verdade asteróides têm uma órbita e meteoroides são fragmentos desprendidos de matéria. Meteoroides, como se vê, são bem mais felizes.

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