Seu sucesso é o meu sucesso?

Uma reflexão sobre o que realmente queremos (ou não) da vida.

Felipe Bittencourt
Pela Metade
3 min readOct 1, 2018

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Acredito que a este ponto já seja bem claro que penso que a resposta para a pergunta do título é um retumbante “não”. Mas não seria um texto do Pela Metade se não tivesse um pouquinho de reflexão, não é mesmo?

Quem nunca se pegou numa boa conversa com os amigos sobre o que realmente desejamos do futuro? Se mantido num nível saudável eu acredito que esse é um comportamento natural a maioria das pessoas. Faz sentido se preocupar com o futuro, sobre seus desejos, metas, expectativas e medos sobre como a vida poderá ser daqui a alguns anos.

E bastante comum também é o vício que nós temos em comparar nossa vida com as vidas alheias. A grama do vizinho é sempre mais verde. E sabe de uma coisa? Por vezes pode ser mesmo.

Mas e daí, diabos?

Seus objetivos realmente envolvem um gramado mais verde? E se o vizinho estiver secretamente desejando um gramado mais florido? Ou uma horta? Um pomar, talvez. Pode ser que o que ele realmente deseja seja algo completamente diferente, que não se relacione em nada ao lugar comum ao qual ele está se conformando, e um gramado mais verde não o deixa mais perto de nenhum desses objetivos.

Resta que você saiba quais são os seus.

É normal que tenhamos o comportamento de comparação com o restante das pessoas à nossa volta, e o tempo em que vivemos é incrivelmente propício para isso: as redes sociais que fomentam a vaidade dos usuários apenas validam que a barra a ser atingida está nos mesmos padrões de beleza e sucesso que já estão estabelecidos há muito tempo. E elas são ferramentas formidáveis para viabilizar essa comparação e o sentimento de culpa que bate quando chegamos a constatação inevitável de que não estamos nos conformando ao padrão.

A questão é que, em meio a todo esse ruído, não somos incentivados a pensar a respeito de nossos próprios planos, em nossa própria definição de sucesso.

A vida é dinâmica, volátil, e em inúmeros casos ela pode resistir teimosamente ao plano mais sofisticado e minucioso do estrategista mais experiente.

Apesar disso tudo, o mais valioso é que o plano, o objetivo, a meta e o desejo sejam autênticos. Que sejam nossos e não dos outros. Que venham de dentro, e não de fora, dos outros. Sem dúvida jamais imposto.

E certamente não pode ser a definição de sucesso do vizinho com aquele gramado impecável. Quem sabe? Pode ser que ele tenha aquele gramado maravilhoso não por vontade própria, e sim pelas mesmas forças e pressões que estão atuando sobre a sua percepção do que deveriam ser as suas próprias aspirações.

É necessário muita força de vontade e determinação para quebrar essas correntes do que o restante da sociedade diz que é o que você deveria querer para seu futuro. Formação de ponta, emprego com estabilidade em que você recebe uma bolada, casa grande, carro do ano, família de comercial de margarina, viagens ao exterior todo ano…

Francamente, o lugar comum não nos pertence. E como ele é tedioso!

E você, já parou pra refletir sobre qual é a sua definição de sucesso? Conta pra gente nos comentários depois de deixar aquele joinha!

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Felipe Bittencourt
Pela Metade

Trekker. Entusiasta do Direito e da tecnologia. Neverending work in progress.