Íris e Pupila.
De: Gabriel Vaz
Vão nos datar as ações,
As concepções, as conclusões
E mesmo os ideais.
Pois para alguns
Tudo jaz no tempo
E agora é evento passageiro.
Irão diagnosticar nossa rebeldia
Como valia de hormônios
E substituir nossa perspectiva
Por sinônimos de tolice.
Destacar como corriqueiro crime
A vontade de nossa luta
Pela mudança que espera inquieta.
De pronto apontarão
A ausência de maturidade,
Como se tal fosse medida
Por quantos anos fazem que se passou
Desde a época da maternidade.
Nos apontarão como falsos alardes,
Sirene de exageros,
Desespero dos despreparados
E dos adjetivos de perdido.
Todos que tentam diminuir o nosso ímpeto.
Mas nós que somos velhos
Nesse mundo antigo,
Sabemos que ser jovem
Vai além do entendimento primitivo
De substanciar uma existência
Pela evidência de um calendário inventado
Pelos que se prendem a um relógio
E se esquecem do lógico
Que vem do sentir.
Pois a juventude jamais
Poderá ser estipulada
Pelo tempo quadrado
Dos homens seculares,
Já que tal atributo punge
Na infinidade dos olhares
Nos mares do infinito
Que emancipa e brilha
Entre a íris e a pupila.
Autoria de: Gabriel da Rocha Vaz.
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