Somos um e somos vários. Somos tudo e somos nada.

Hugh Everett III e o Universo Paralelo

Ou “Para onde foi o gato?”

Fabio Ismerim
Published in
3 min readDec 2, 2016

--

Descobri que hoje é dia nacional da Astronomia. Ciência que aprendi a gostar e me apaixonar há pouco mais de 2 anos. E para não deixar passar essa data em branco, resolvi publicar esse texto que estava nos meus rascunhos aqui há alguns meses. A origem dele é um post que fiz no meu facebook na época em que estava lendo — e me encantando a cada página, o livro O Universo em Suas Mãos, do Christophe Galfard.

Para quem não entendeu a pergunta ali no em cima no subtítulo, dá uma passada antes lá no texto que fiz sobre Gato de Schrödinger.

Hugh Everet era um cientista norte-americano nascido em 11 de novembro de 1930.

Everet era considerado um homem muito estranho. Extremamente brilhante, estudou matemática, química e física e escreveu uma tese de doutorado sob a orientação de um dos físicos mais influentes de todos os tempos, John Archibald Wheeler (conhecido por cunhar o nome buraco negro e tem entre seus orientados nada mais nada menos que Feynman e Kip Thorne) da universidade de Princeton.

Everett desistiu da física logo depois do doutorado, por não encontrar respostas e de certa forma por não ter sido levado muito a sério pela comunidade científica. Aos 21 anos, deixando a física teórica de lado, começou a trabalhar na divisão de armas supersecretas das forças armadas dos estados unidos. Aos 51 anos, morreu por causa do consumo excessivo de álcool e cigarros.

Algo muito semelhante aos poetas e pintores famosos que dissiparam seus talentos logo nos primeiros anos, enquanto eram desprezados pelos colegas, a dissertação de Everett tornou-se um clássico posteriormente. — Cristophe Galfard

Hugh Everett

Mas o que dizia Everett para que a comunidade não aceitasse sua visão e sua teoria? Por que Wheeler não conseguiu que os cientistas levassem a tese de Everett a sério?

Se cheguei mais longe, foi porque me apoiei nos ombros de gigantes. — Isaac Newton

Tal frase relata muito bem como a ciência evolui e o processo das pesquisas como um todo.

Não foi diferente com Everett.

Intrigado com as descobertas e teorias quânticas de Erwin Schrödinger, Everett disse que se as possibilidades quânticas estavam funcionando tão bem nas escalas muito pequenas, elas deveriam também ser seriamente consideradas em nossa escala observável. Ou seja, todas as possibilidades existem e acontecem, só não conseguimos ver.

Tudo em nosso universo sendo feito de matéria quântica, tudo deveria, portanto, ser considerado uma imensa onda quântica de possibilidades existindo simultaneamente.

Tudo.

Possibilidades.

Simultaneamente.

Esse é você agora entendendo tudo

Mas o que isso quer dizer?

De acordo com este ponto de vista, o universo inteiro se ramifica a cada momento. Você não foi ao trabalho hoje pois estava de saco cheio do chefe? Bem, em outro universo você enfrentou mais um dia chato pra poder pagar as contas. Em um outro você pediu demissão por telefone.

Todas as possibilidades acontecem, você só não sabe disso.

Não é de se estranhar que ele desistiu da física e que seus coleguinhas não o levaram tão a sério.

Porém, a ideia de Everett é considerada seriamente por alguns dos maiores físicos da atualidade, com diversos modelos matemáticos que utilizam o modelo espaço-tempo de Einstein. Não há, ainda, confirmação e nem rejeição experimental em relação à afirmação de Everett.

Ou há, só não sabemos ainda.

Se você gostou clica no ❤ logo abaixo e compartilhe o texto nas suas redes sociais :)

NÃO DEIXE DE SEGUIR O TSN AQUI NO MEDIUM clicando no botão “FOLLOW” logo mais abaixo!

--

--