Top 5 — livros que li em 2015
Que ano.
2015 foi uma montanha russa pra mim. Muitas mudanças, desafios, derrotas e vitórias. Se ficar desempregado boa parte do ano tenha sido algo desagradável, em contrapartida acabei utilizando esse tempo para aproveitar e participar melhor do crescimento e descobertas dos meus filhos (que não são poucas. Neil Degrasse Tyson já disse: se quer que seu filho seja um cientista e adore a ciência, saia do caminho dele). Também aproveitei o tempo para adquirir conhecimento. Conhecimento exterior e principalmente interior. Acabei me conhecendo melhor e colocando a cabeça no lugar, e a leitura e a escrita tiveram um papel significativo nisso.
Não há uma conexão tão boa quanto ler e escrever — Francine Prose
Embora não tenha sido muitos livros, pois alguns amigos lá no goodreads leem o dobro, o triplo ou até quatro vezes mais livros que li, 2015 foi o ano em que li mais livros do que em qualquer outra época da minha vida. E o melhor de tudo: livros que mudaram a minha vida e me ajudaram em diversos aspectos (no autoconhecimento principalmente) e que pude colocar em prática no meu dia a dia.
Por isso não foi fácil fazer esta lista e pra quem quiser vê-la por completo, só me adicionar lá no Goodreads, cuja rede social acabou se tornando a minha principal fonte de indicações e recomendações.
Vamos à lista:
1. O Poder do Hábito — Charles Duhigg
O melhor livro que li este ano, pois além de descobrir como funciona o hábito em nosso cérebro e seu forte impacto em nossas vidas, consegui colocar algumas coisas em prática.
O autor divide o livro em três partes mostrando através de inúmeras pesquisas científicas, como o hábito exerce uma poderosa influência em nosso modo de agir e pensar. Alguns hábitos são tão arraigados que não percebemos o que fazemos e não sabemos o motivo. Vencer um hábito não é fácil e nem simples, mas entender como este funciona é fundamental e um grande passo para iniciar as mudanças necessárias, sejam elas no âmbito pessoal ou profissional.
2. Criatividade S.A — Ed Catmull
Ed Catmull é co-fundador e presidente da PIXAR (hoje o grupo faz parte da Disney Animations). No livro ele narra sua longa, difícil e empolgante trajetória acadêmica e profissional, passando inclusive pela Lucas Film, com um único objetivo: criar o primeiro filme longa metragem inteiramente por computação gráfica. O filme veio em 1995 depois de muito suor e contratempos, com o Toy Story.
Os ensinamentos do livro são valiosos, e mostra como um ambiente que estimule a criatividade é importante, embora extremamente difícil de ser assimilado totalmente por parte dos envolvidos, para que se tenha inovação, resolução de problemas de forma eficiente e profissionais mais colaborativos. Ed dedica o livro a Steve Jobs (tem um capítulo inteiro que ele fala sobre o lado humano de Jobs), que veio a comprar a PIXAR logo no início e foi responsável por grandes conquistas da empresa, inclusive a venda para a Disney e o desenho e arquitetura do prédio da empresa (empreendimento que Jobs exigiu que ficasse por conta dele, sem que ninguém interferisse. Os funcionários da PIXAR acabaram apelidando de “O Filme de Jobs”.)
3. O Filtro invisível: o que a internet está escondendo de você — Eli Pariser
O livro inspirou dois posts aqui no blog, um deles foi o que mais gostei de escrever: Judite e o filtro bolha.
O autor mostra como somos de certa forma manipulados pelas redes sociais e internet. Por natureza nos aproximamos de pessoas com pensamentos e ideias semelhantes às nossas, e as ferramentas sociais trabalham com esse fator. Curtimos, compartilhamos, engajamos com conteúdo que mais se aproxima com nossa forma de pensar. Como consequência, acabamos formando uma opinião sobre um mundo que na real não existe. Acredito que explica bem o binarismo que vivemos atualmente.
4. Rápido e Devagar: duas formas de pensar — Daniel Kahneman
O livro mais denso que li este ano. Muita informação, muitas anotações para consultas posteriores. O autor passou a sua vida inteira estuando a psicologia, neurociência, comportamento, participando e realizando diversas pesquisas científicas. Vencedor do premio nobel, o autor explica com extremo cuidado um assunto tão complexo para o senso comum. Nossos julgamentos, decisões e opiniões muitas vezes são altamente contaminados por coisas que não tem fator direto com o assunto relacionado em questão, como por exemplo fome ou o que acabamos de almoçar exercem um certo peso no fator de decisão.
5. Um Passarinho me contou — Biz Stone
Sou fã assíduo do twitter, e quando vi uma resenha desse livro sendo divulgada na minha timeline no próprio twitter, não pensei muito para comprar o livro. Biz Stone é co-fundador do Twitter, juntamente com Jack e Ev Williams(fundador do Medium). Biz conta de uma forma atraente e muitas vezes engraçada a sua trajetória até criar um site que “vivia fora do ar”. O twitter dava muitos problemas no início e o papel do Biz era falar com o público e explicar o que estava acontecendo. Certa vez, em um desses momentos não raros em que o site saiu do ar, o pessoal acabou virando a noite trabalhando e Biz soltou um comunicado que estavam fazendo o possível para que o sistema retornasse à normalidade. A mensagem obteve várias respostas de apoio e um usuário respondeu perguntando se queriam pizza. Minutos depois as pizzas começaram a chegar no escritório sem que ningém entendesse o que era aquilo. Biz vai ao fórum e lê a mensagem “espero que as pizzas que enviamos tenham chegado”.
Biz mostra também o lado humano dos sócios em sempre dizer a verdade, ser justo e propagar o bem. Biz chegou a morar no sótão com a namorada na pior fase financeira da sua vida. Uma historia inspiradora de empreendedorismo e criatividade.
· Bônus: Roube como um artista — Austin Kleon
Para quem gosta do assunto criatividade, esse é um livro que vai ajudar muito para quem já é familiarizado com o tema. O livro é curto em formato de lista com dicas para que você crie o hábito de praticar o pensamento criativo. Anote tudo, leia muito, compartilhe e rabisque bastante.
Boa leitura :)
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