10 Ecossistemas de inovação para começar a internacionalizar sua startup — parte 1

Leo Uchoa
5 min readApr 26, 2016

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A cena de startups mundial é muito dinâmica e envolve diversos países e regiões no globo embora a maioria dos empreendedores no Brasil e órgãos de fomento ainda estejam focados apenas no Vale do Silício nos EUA.

“- Ok, se não é o Vale então, para onde devo ir?”, você pode estar se questionando.

Essa é uma pergunta que não tem resposta fácil e depende de vários fatores, entre eles:

- Qual a sua real experiência internacional, para que países já foi mesmo que a passeio?

- Que outras línguas domina, mesmo que em nível elementar?

- Qual a sua disponibilidade financeira?

- Com quem você precisa se conectar para viabilizar seu projeto internacionalmente?

- Onde estão seus primeiros clientes, ou melhor, onde é mais fácil conseguir clientes?

Partindo do princípio que o ideal seria o empreendedor ficar pelo menos dois meses interagindo com um novo ecossistema e ao final da experiência tenha a oportunidade de se conectar não só com investidores e outros empreendedores, mas também com possíveis parceiros e diferentes clientes, separei uma lista com os dez ecossistemas que julgo oferecerem ótimas oportunidades para nós brasileiros e que (alguns) muito pouco se tem ouvido falar por aqui, são eles:

Santiago do Chile
Talvez o mais conhecido da lista, Santiago oferece ótima qualidade de vida e infraestrutura para montar sua startup, principalmente pelo sucesso do programa Startup Chile que já vai para 17 edição esse ano. Um dos pontos mais legais é que a partir do Chile é bem mais fácil focar no mercado latino americano, prospectar os primeiros clientes na região e ter uma primeira experiência internacional.

Como pontos negativos, está o alto custo de vida que mais barato que os Estados Unidos mas ainda assim, bem mais caro que outros países. Também é importante entender que essa cultura das startups ainda está se formando por lá por isso não espere conhecer tantas empresas de sucesso, mega investidores e etc.

Bogotá
Com nove milhões de habitantes, a capital colombiana é a terceira maior cidade da América do Sul e uma das que mais oferecem benefícios em impostos para startups no continente. Empresas estabelecidas nas “Free Trade Zones” tem diversos incentivos e facilidades que fazem parte de um programa estabelecido desde 2012, com o qual o governo torna o empreendedorismo uma prioridade na região sem contar um programa especial para investidores no qual o governo não só facilita mas assegura o investimento em alguns casos.

Embora a cena ainda seja nova, como na maioria dos países a Colômbia vem mostrando cada vez mais força e diversos cases conhecidos nasceram aqui como Viva Real, Voice Bunny e o .CO um dos mais impressionantes cases de sucesso colombiano, a empresa foi comprada pela Neustar por 109 milhões de dólares em 2014.

Cidade do Panamá
Talvez a menos conhecido dessa lista, o Panamá é uma das melhores oportunidades para abrir uma empresa internacional fora do Brasil. Com uma taxa de crescimento acima dos 7% ao ano, a Cidade do Panamá se vangloria de ser a “Dubai das Américas” e oferece muita infraestrutura e uma política de impostos que é o sonho de qualquer empreendedor — 0% sob as transações fora do país.

Estive ano passado visitando a Ciudad del Saber, um centro de inovação muito legal que atrai projetos do mundo todo e também o Panamá Pacífico que é um dos mais importantes hubs de negócios internacionais no país e fiquei muito impressionado, tanto com a infra-estrutura como com as empresas que estão lá.

A cena de startups na Cidade do Panamá ainda não é das mais quentes, mas o baixo custo de vida, infraestrutura de telecomunicação, localização (está a 6h das principais capitais na América) aliado as facilidades bancárias e de abertura de empresas torna-a extremamente atraente para qualquer empreendedor que deseja operar com clientes fora do Brasil.

Cidade do México
Outra região quase que totalmente ignorada pelas startups brasileiras, a capital mexicana é um das maiores cidades do mundo e um centro financeiro global, além de ser sede mundial de inúmeras empresas focadas em clientes de língua espanhola, segunda língua com maior número de falantes no planeta, acima inclusive do inglês.

A Cidade do México tem uma cena quente, com muita influência do mercado americano e oferece inúmeras oportunidades para as startups, seja para contactar com clientes fora do Brasil, seja para participar de programas de aceleração ou apenas para interagir com a cena empreendedora local. Dado a sua influência, deveria ser a principal opção para empreendedores com dificuldade no inglês, mas que ainda assim desejam uma experiência internacional extremamente inovadora.

Lisboa
A primeira vez que fui para Lisboa foi em 2013 e já me chamou a atenção a cena de startups. Fui de novo ano passado, em 2015 e me surpreendi com o que encontrei. O ecossistema da capital portuguesa é perfeito para a grande maioria das startups brasileiras. Na minha opinião Lisboa deveria ser o destino número um dos nossos empreendedores e o principal parceiro das instituições brasileiras e não o Vale.

Recentemente a BBC destacou como melhor capital para trabalho e diversão dando ênfase ao impacto que o programa Startup Lisboa causou na cidade. Cases de sucesso como Uniplaces e Codacy atraem empreendedores e investidores de toda Europa para lá.

Lisboa possui um ecossistema super ativo, com diversas incubadoras, aceleradoras (com destaque para o Lisbon Challenge), Fablabs e muitas opções para economia criativa. Além disso a cidade esse ano sediará uma edição do Web Summit, um dos mais importantes eventos de empreendedorismo, inovação e tecnologia da Europa.

Pontos para se levar em consideração também são os baixos custos de vida e falta de barreira linguística, fato esse que possibilita uma experiência completa e profunda para praticamente todos os empreendedores no Brasil.

Na parte 2 desse post irei falar de Tallinn na Estonia, Vancouver no Canadá, Dubai, Singapura e Hong Kong. Até lá aguardo seus comentários, críticas e elogios.

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Leo Uchoa

Fundador da Getmundi e co-fundador na uGlobally além de criador da metodologia Mindset Global para internacionalização de empreendedores