Obscuro Espectro
Em meio a sombras difusas, ao longe
Contemplo um fogo-fátuo
Uma incandescente centelha de vida
Caminho em meio a caveiras e ossos
Nas desgastadas paredes da minha mente
Retratos pendurados, quebrados, desvanecidos
Pensamentos moribundos e delirantes
Sigo em busca dessa distante luz
Que me tira aos poucos a ânsia de morrer
Entre túmulos ancestrais
Vejo um obscuro espectro
Mesmo em meio a intempérie
Sobre as negras colinas
Caminho sobre o chão encharcado com meu sangue
O sofrimento panorâmico emoldurado em meu passado
Vou em busca desse fogo-fátuo
Que mesmo ao longe posso sentir esse calor
Para que possa livrar-me dessa dor
Para que possa acabar com o sofrimento
Para que possa me desamarrar das memórias
Para que possa viver, ou ao menos morrer em paz
24/10/2010 E.V.
Por Maharany Moloch