Relatos da Espiritualidade como aprendizado

Nicolas Wasem
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3 min readJul 20, 2018

No auge dos 20 anos, já tive algumas experiências no que diz respeito à relações. Nas vezes em que me envolvi, tirei muitas lições, aprendizados, tive também decepções, como qualquer um de nós sempre tem. Aquela famosa frase define o que digo: “Ou aprende pelo amor, ou pela dor”. Entendo que, na verdade, aprendemos com os dois — afinal, a vida é feita de momentos, hora estamos em um pico de felicidade, hora estamos em um momento de tristeza. E tá tudo bem. Devemos aprender a abraçar nossa dor e senti-la quando ela se faz necessária para tirarmos o que precisamos.

Em determinado momento de uma das relações que tive, conheci e me interessei pela minha espiritualidade — gratidão à moça que, é bem verdade, me apresentou o tema — e, claro, como um bom geminiano, fui atrás com minha curiosidade e decidi me dedicar a descobrir do que afinal se tratava a tal da espiritualidade. Houveram momentos de medo, mas nunca de incerteza. Sempre com respeito e humildade, busquei (e ainda busco) orientação, conhecimento e aprendizado sobre determinadas situações em que me encontro e sobre como ajudar o próximo quando este se encontra necessitado.

O fato é que, entre os altos e baixos da vida, a espiritualidade foi, e segue sendo o meu guia. Não me entendam mal, não digo que estudando e aprendendo sobre espiritualidade (até por cada um ter a sua e a mesma deve ser respeitada) todos os problemas da vida se resolvem e somos felizes para sempre. Nada disso não, meus amigos. Vamos cair, chorar, perder e apanhar ainda nesta vida. O que muda é a forma como encaramos tal queda; como aprendemos a cair com suavidade e tirar o máximo de cada experiência para evolução pessoal e — por que não? — do relacionamento que se tem, ou terá. A partir de um conhecimento de si mesmo, podemos também aprender a conhecer outras pessoas e, aí sim, se entregar a um relacionamento. De nada adianta querer conhecer alguém quando nem mesmo nos conhecemos.

Uma das coisas que aprendi, é que temos de ter gratidão a cada autodescoberta que é feita. Nossa “intuição” ajuda muito nessa questão e, a partir de então, entendemos que a vida é tão ampla que, na verdade, nossa felicidade depende apenas de nós; o relacionamento apenas transborda. Devemos ser completos por nós mesmos e a pessoa que nos relacionamos também promove tais autodescobertas. Afinal, é alguém na qual deve prevalecer a segurança para dividir os anseios da nossa alma, assim como nossos planos, sonhos e devaneios.

De fato, a vida é verbo “to be”. Ela não é, ela está. Somos seres transitórios, e saber mais sobre como encarar nossas transições — sejam quais forem — só nos favorece. Aí que entra a espiritualidade. Como forma de autoconhecimento e acima disso, de aprendizado. O segredo está na forma como vemos as situações e no que retiramos disso. Redirecionando nosso pensamento para a parte “luz” dos acontecimentos é que conseguimos o contato com nossa luz interna, e, assim, a espiritualidade segue em nossas vidas mesmo para aqueles que não tem uma religião específica mas se preocupam com sua luz interna.

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Nicolas Wasem
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20. Gaúcho, escritor, fotógrafo e estudante de Direito. Um geminiano na casa dos vinte, que coloca o sentimento em palavras.