Síndrome de Burnout

Andrigo Oliveira
ultimosparagrafos
Published in
4 min readJul 16, 2018

Como sobreviver no mundo onde a cobrança é maior do que a recompensa

Não é difícil achar quem se auto diagnostique com Síndrome de Burnout hoje em dia. Boa parte das pessoas anda extremamente estressada e fadigada por causa do emprego que tem, ou as vezes, por causa do líder ou gerente que cobra resultados excessivamente. Isso se dá por um grande motivo, os empregadores não conseguem ver o funcionário como um ser vivo e sim como um caixa eletrônico, onde eles precisam apenas passar algumas instruções e podem sacar os seus gordos salários e pagar suas bonanzas no final de semana.

Cada vez mais surgem empresas com ideias humanistas, onde existe uma maior valorização do empregado e na sua qualidade de vida, porém ainda é uma minoria. Esse fenômeno vem aterrorizando os grandes empresários elitistas que não conseguem admitir que um simples estagiário tenha o mesmo valor dentro de uma empresa do que seu irmão com cargo de gerência.

Essa evolução é um processo extremamente lento e nos pegamos hoje em transição de uma situação de total descaso com a saúde física e mental do empregados à uma onde o funcionário é a principal peça do tabuleiro da empresa.

Somos, muito provavelmente (eu espero), a última geração que vai sofrer tanto com esses problemas e também a que mais sofre, justamente por compreender o quanto somos exigidos e o quanto somos sobrecarregados o tempo todo com demandas sem fim do empregador.

E como podemos evitar de sofrer tanto com isso? Bom, a resposta é mais simples do que parece… você tem que se valorizar. Isso mesmo, você e apenas você, sabe o quanto vale sua saúde mental e somente você pode aceitar trocar isso por uma renda melhor. As leis trabalhistas atualmente já nos protegem desse tipo de situação.
Hoje em dia é importante que nós tenhamos um bom conhecimento dos nossos direitos como empregados e também um bom conhecimento do que é boa vontade e o que é abuso por parte dos empregadores.

Existem coisas simples que as vezes não percebemos que nos sobrecarregam o tempo todo, vou dar alguns exemplos:

O famoso grupo da empresa no Whatsapp:

Quase sempre trazendo os problemas da empresa na hora que vamos dormir…

É o local onde o trabalho continua 24/7 e que é disfarçado por momentos de descontração como um “lugar para passar o tempo”. Evite o máximo que conseguir isso, silencie o grupo e veja apenas em caso de urgência, caso contrário estará sempre com o processo “Trabalho” em segundo plano na sua cabeça, trazendo distrações, cansaço e até mesmo alteração de humor.

Aproveite suas folgas:

Tranquilidade é muito importante para manter nossa saúde mental em dia

O próprio nome já diz “folga”, utilize esse tempo para você, para suas particularidades e não para trabalhar remotamente. A ilusão de hora extra sempre vai existir, mas nunca vai valer a pena trocar o tempo livre por mais um dia de trabalho. Não há dinheiro que pague você poder sair, ver as pessoas que você gosta, ver os lugares que você gosta, ou até mesmo ficar em casa apenas desconectado do mundo do trabalho.

Cumpra o seu horário (apenas o seu horário):

Muito comum empregadores utilizarem da psicologia e da “camaradagem” para nos convencer de que ficar um pouco mais é um bom negócio. NÃO, nunca é um bom negócio ficar “um pouquinho mais”. O seu empregador pode até se irritar caso você recuse mas é um DIREITO SEU não aceitar fazer hora extra.

Não atenda ligações do trabalho fora do trabalho:

Esse é o ponto mais difícil de todos e deve ser feito com bastante cautela, mas é um dos fatores que mais aliviam a sobrecarga sobre o empregado. Quando decidi fazer isso, sofri algumas críticas no início até chegar no ponto em que desistiram de me ligar hehe, sério, funciona muito.

É sempre bom lembrar que o processo de se “desconectar do trabalho” é lento e muitas vezes o seu emprego pode exigir muito que você permaneca conectado. Sempre avalie quais serão as consequências disso e se não custará seu emprego.

Nossos empregos podem sim trazer graves consequências à nossa saúde e geralmente, colocando em uma balança, o custo de um tratamento com um psicólogo é mais do que o salário que recebemos. Pense sempre em você, ao invés da corporação apática e desumana.

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