Sobre o melhor amor: o próprio.

Nicolas Wasem
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2 min readJul 27, 2018

Somos diariamente bombardeados com a ideia de que estar em um relacionamento, estar com alguém, é o que traz a felicidade. “Temos” que casar aos vinte e poucos, que ter filho no máximo aos trinta, se não fica velho demais e não consegue acompanhar. “Temos” que ter casa própria aos trinta e cinco e carro próprio aos vinte, afinal o que é de um jovem sem seu carro? Minha resposta a quem diz isso é a mais simples possível: “não sou obrigado”. E tá lá na constituição, art. 5º, inciso II, pra quem quiser ver. E não, meus amigos, a vida não é todo esse turbilhão de acontecimentos que atropela nossos próprios sonhos.

Das lições de vida que tirei, nessas duas décadas, esta é uma das que considero essenciais: cada coisa em seu tempo. Acalma esse coração e respira. A vida acontece, mas não é uma corrida louca por quem adquire mais em menos tempo. Ter alguém que nos aconselhe, dê carinho, amor, apoio nas horas difíceis e compartilhe momentos felizes é ótimo e certamente é um dos motivos que nos faz sorrir. Porém, de nada adianta termos em nosso coração uma pessoa assim, e não sabermos nem para onde vamos, ou qual nossos sonhos, enfim, o que queremos. Para se doar ao próximo, primeiro precisa-se estar bem consigo mesmo. Felizmente, nessa longa estrada da vida, percebi que nosso primeiro amor é o mais especial, sem dúvidas, mas o que mais nos faz felizes, quando o descobrimos, é o mais óbvio de todos — o próprio.

Praticar o autoamor não é uma tarefa fácil. Não se julgar. Ter orgulho de si mesmo. Ter a consciência de que deu seu melhor — e realmente dar — em todas as situações. Viver intensamente e respeitar seu próprio tempo. São coisas simples de se falar, nem tanto de se praticar.

Não devemos nos enganar, não é egoísmo querer a própria felicidade. E a vida, meus amigos, ela não espera nossa percepção de felicidade se expandir para acontecer. É como trocar um pneu com o carro em movimento. Não tem jeito. Por isso, às vezes devemos parar e refletir sobre o que estamos transmitindo para o universo. Paz? Felicidade? Amor? O melhor de nós mesmos? O universo devolverá. Assim acontece quanto aos amores, eles vêm de acordo com o que somos e pensamos, na hora certa. Invista naquele que lhe deixará pronto para a próxima vinda — o amor próprio.

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Nicolas Wasem
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20. Gaúcho, escritor, fotógrafo e estudante de Direito. Um geminiano na casa dos vinte, que coloca o sentimento em palavras.