Hare Krishna, a religião milenar

Uma Questão de Fé
Uma questão de fé
3 min readJun 13, 2017

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A região do Largo da Ordem é famosa em Curitiba. O bairro histórico abriga uma infinidade de restaurantes, lojas, bares e feiras e é muito querido tanto pelos locais quanto pelos turistas. Outro grupo tomou o Largo como seu, instalando sua moradia e vivenciando costumes milenares em meio ao caos urbano. O templo Hare Krishna Iskcon (Sociedade Internacional para Consciência de Krishna), único na cidade, abriga os seguidores da religião, que convivem com seus ideais de pureza e devoção à espiritualidade junto com aqueles que seguem por um caminho diferente, mais convencional.

O surgimento da religião

Procedente da Índia, o movimento Hare Krishna é milenar, já que se baseia nas escrituras Vérdicas, geradas por Krishna (o único Deus dos devotos) e compiladas por Vyasadev. Tradicionalmente, o conhecimento é transmitido entre mestres e devotos, garantindo uma certa fidelidade, até os dias de hoje, aos ensinamentos.

A religião Hare Krishna foi trazida para o Ocidente em 1996, no auge do movimento hippie. A década, que foi marcada por ideais como amor livre e uso de drogas psicotrópica, movimentos políticos e estudantis e crescimento do mercado armamentista, não parecia propícia para a popularização de tal corrente. Apesar disso, o pensador indiano A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (Srila Prabhupada) conseguiu difundir o Movimento Hare Krishna e, atualmente, existem mais de 350 centros culturais, 60 comunidades alternativas, 60 restaurantes e 50 escolas ligadas ao movimento no mundo todo. O primeiro contato da religião com o Brasil foi na década de 70, graças aos esforços do devoto Hridayananda Goswami.

A vida no templo

Em Curitiba, apesar de não ser obrigatório, muitos devotos moram no templo, sejam eles casados ou celibatários. Entretanto, até depois do casamento é necessário dormir em quartos separados. Por vezes, o templo recebe membros da religião vindos de outras cidades ou países, transformando-se, também, em casa de passagem para os devotos. Eles também são donos de uma propriedade rural nos arredores de Curitiba, de onde provém muitos de seus alimentos.

A rotina do templo é puxada, mas recompensadora. Normalmente, os devotos acordam às 4h da manhã para rezar e cantar e, após isso, todos têm seus afazeres para cumprir, seja na limpeza, cozinha, preparo para as celebrações ou na entrega de livros sobre a religião nas ruas da capital. As doações (por meio das compras dos livros, por exemplo) são fundamentais para o mantimento da instituição que, diariamente, serve refeições gratuitas para mais de 300 pessoas. Todas as noites os devotos realizam uma celebração com cantos, danças, estudos filosóficos do Bhagavad-gita (seu livro sagrado) e um jantar, tudo gratuito e aberto ao público. No domingo, também é realizado um evento, intitulado Festival do Amor, que possui os mesmos preceitos que as festividades diárias.

Apesar de boa parte dos devotos viverem no templo, muitas pessoas visitam a comunidade Hare Krishna em Curitiba e participam das ações. Seja por curiosidade, seja por um desejo de paz interior ou mudança de vida, o fato é que, segundo os devotos, pode-se ver um aumento do interesse da sociedade civil em conhecer mais sobre o modo de vida Hare Krishna.

Preceitos do movimento

Os princípios da religião Hare Krishna são voltados para a propagação do conhecimento espiritual na sociedade, a fim de alcançar um equilíbrio no mundo. A divulgação da consciência de Krishna também é fundamental para os devotos, que devem buscar unir os membros da sociedade para torná-los mais próximos de Deus. Os praticantes acreditam que todos os seres humanos correspondem a uma só alma e, por isso, é necessário cuidar do aspecto espiritual em detrimento de características físicas ou materiais.

Para se manterem mais próximos da divindade, os devotos são aconselhados a seguir quatro princípios fundamentais, conectando o praticante a religião e estando de acordo na busca pela bondade humana.

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