Minha experiência na Casa das Orquídeas

Uma Questão de Fé
Uma questão de fé
3 min readJun 11, 2017

Por Isabela Mendes

Gira do dia 2 de junho de 2017, na Casa das Orquídeas (Imagem: Vanessa Mikos).

No dia 2 de junho de 2017, visitei a Casa das Orquídeas (CDO), casa espiritual de Curitiba que segue os ensinamentos da umbanda. A casa era branca, com nome de flor. Detalhes por todas as partes, muita luz presente, seja pelas velas que estavam acesas ou pelo puro sentimento que se encontrava ali. Essa foi a primeira impressão desta noite tão especial e singular.

Fomos recebidas com total simpatia e atenção por todas as pessoas da corrente espiritual. Recebemos explicações sobre como funcionavam as atividades no centro e seguimos todas as recomendações sobre nos desligarmos do mundo externo, concentrarmo-nos apenas em pensamentos positivos e atitudes de bem.

Tudo me chamava a atenção. As cores vibrantes das velas, as estátuas, os elementos de fé, o cheiro de tudo. Cheiro de flor, de incenso, de lavanda. A gira começou.

O batuque se iniciou, os pontos começaram a ser cantados, as pessoas começaram a bater palmas e a cantar com o coração. Observei como me sentia naquele momento, minhas mãos estavam formigando e meu olho fechava com facilidade. Perguntei o porquê a uma amiga, e logo ela me respondeu que era pela energia presente no local. Eu estava me sentindo bem.

Meu coração estava ansioso, me ajoelhei em frente a uma integrante que incorporava uma Preta Velha, a Vó Maria Conga.

Após escutar com atenção todos os pontos e consagrações, foi iniciado o momento do passe. A energia era tão singular, tão especial, que me senti motivada a ir em busca deste passe por motivos pessoais. Entrei em uma fila, chegou a minha vez.

Meu coração estava ansioso, me ajoelhei em frente a uma integrante que incorporava uma Preta Velha, a Vó Maria Conga. Ela me perguntou se eu estava bem. Passou água e arruda em minhas mãos e fez sinais de limpeza e purificação. Estalar de dedos. Colocou a mão em minha cabeça e me disse coisas que eu precisava ouvir. Beijei sua mão, me levantei e não contive as lágrimas.

Voltei ao lugar em que estava desde o início e senti que todo o meu corpo estava amortecido — novamente pela energia, percebi. Os pontos continuaram. Ao mesmo tempo em que eram delicados, havia um envolvimento muito forte de todos que ali estavam presentes. Um tempo depois, foram iniciados os atendimentos, com a coordenação de Seu Zé Pelintra e o auxílio e outros Malandros presentes.

Observei as palmas, os pontos, as cores e luzes. Esperava por este momento. Seu Zé Pelintra foi incorporado e ele logo soube que havia estudantes de jornalismo por ali, que iriam observar todos os detalhes da casa. Ele nos chamou de flor e brincou com a nossa presença, de maneira querida e generosa.

Fomos avisadas que, antes de iniciar os atendimentos, Seu Zé gostava de falar palavras de inspiração e esperança, e que com certeza, guardaríamos algo do que ele falou e levaríamos para a nossa vida. Ele falou sobre o ego, sobre os caminhos que são colocados em nossa vida, sobre o livre-arbítrio e aprendizados.

Tudo o que ele disse serviu para o meu aprendizado e para a minha experiência. Este momento foi um dos mais especiais naquela noite. Ele se apresentava, tomava sua cachaça e interagia com todas as pessoas da casa, aquelas que já compareciam há semanas, meses, anos.

Minha experiência estava chegando ao fim. Todos os meus sentidos foram manifestados. Tive esta experiência e senti com a minha consciência, com meu coração, e com o meu corpo, tudo o que se passou naquela noite. As luzes ainda estavam acesas, o cheiro de lavanda ainda estava presente, muita graça, muita luz e muitas energias boas e de luz. Naquela noite, peguei no sono de uma maneira muito específica e positiva. A experiência com toda a certeza me marcou.

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