Para Entender o Judaísmo
Quais são as origens do Judaísmo?
Judaísmo é o nome dado à religião dos israelitas ou hebreus ou judeus. Israelitas vem de Israel, que significa Deus combate ou Forte contra Deus. Israel é o nome que foi dado por Deus a Jacó, filho de Isaac e Rebeca, por ter lutado contra Deus e os homens e vencido.
Jacó será o pai de José, que, apesar de não ser seu primogênito, torna-se seu filho favorito. Enciumados pelo favoritismo do pai, os irmãos de José o vendem por 20 moedas de prata para mercadores que o levariam ao Egito. No Egito, José será responsável por decifrar o sonho do faraó, de 7 vacas gordas e 7 vacas magras, ganhando influência e sendo responsável por introduzir os israelitas no Egito.
A palavra hebreu significa as pessoas do além. Foi utilizada pelos indígenas de Canaã para designar os imigrantes chegados da outra margem do rio. O etnônimo foi utilizado a partir da época grega para nomear os judeus.
Já judeu designava os habitantes do reino do Sul ou de Judá. Um judeu é aquele que pertence a um grupo étnico e religioso. Assim, se faz necessário uma distinção entre o judeu como pessoa que pertence à continuação do povo judeu, designando um agrupamento étnico, e ao judeu como pessoa seguidora da religião judaica.
Entenda o judaísmo pelo relato de uma judia:
No que os Judeus acreditam?
O judaísmo apresenta várias etnias, que são as ramificações da comunidade judaica. Essas etnias se dão de acordo com a disposição geográfica das comunidades pelo mundo. Algumas delas são a dos asquenazi (judeus da Europa Central e Oriental), sefarditas (judeus ibéricos) e romaniotes (judeus gregos).
Além da divisão étnica, há também divisões de acordo com a tradição religiosa, podendo elas serem ortodoxa, conservadora, reformista e caraíta.
Com todas essas divisões dentro da comunidade judaica, surge diferenças de pensamentos teológicos, filosóficos, de costumes, cultura e tradições. Contudo, dentro da religião há alguns preceitos que continuam imutáveis independentes da região ou da tradição religiosa.
Assim, a doutrina judaica professa uma fé monoteísta rígida, na qual Deus é o criador de todas as coisas. O documento essencial da religião é o livro Sagrado de Israel, o Antigo Testamento, também denominado Pentateuco (os cinco rolos) pelos gregos e de Torá pelos judeus, que significa ensinamento.
A crença em Jesus Cristo varia de acordo com as diferentes ramificações do judaísmo. Enquanto alguns o veem como um falso profeta ou ídolo do cristianismo, outros o enxergam como um grande professor moral. Alguns grupos acabam nem mesmo repetindo seu nome. Mesmo assim, muitos historiadores veem Jesus como um judeu leigo, por ser descendente da tribo de Judá. E seria a fé na ressurreição de Cristo que daria origem ao cristianismo — o que não é aceito por nenhuma comunidade judaica.
Outro ponto em comum entre as diversas comunidades judaicas é a obediência ao decálogo. De acordo com o Gênese, Moisés, abandonado em um rio e criado na corte real do Egito, será responsável por liderar a fuga dos israelitas do Egito, onde eram oprimidos e escravizados. A esse episódio denomina-se êxodo e, após viverem por quarenta anos no deserto, Moisés chega ao Monte Sinai e recebe as tábuas do decálogo. Assim, Moisés unirá as tribos israelitas em um verdadeiro povo por meio da fundação de uma religião nacional. Iavé será o Deus de Israel e Israel o povo de Iavé.
O Holocausto
Já no século XIX pairava pela Europa, um clima anti-semita. Os judeus eram acusados de manipular as finanças do mundo. Muito antes, em 325 a.C., com o Concílio de Niceia, os judeus foram denunciados como tendo sido os responsáveis de terem entregue Jesus Cristo aos romanos. Com a ascensão de Hitler na Alemanha, o anti-semitismo acabaria se tornando uma das características intrínsecas do regime nazista.
A perseguição racista aos judeus seria justificada pela afirmação de que, na Primeira Guerra Mundial, os alemães perderam por terem sido traídos pelos judeus marxistas. Além disso, o povo judeu, que ao longo de sua história foi vítima de inúmeras perseguições e diásporas, era visto pelos nazistas como antinacionais — o que ia contra o ideário de nacionalismo exacerbado do regime.
Além disso, a ideia do nazismo expressa na frase “Ein Volk, ein Reich, ein Führer” (Um povo, um império, um líder), também contribuiu para a perseguição dos judeus, uma vez que, de acordo com a ideologia nazista, eles ameaçavam a constituição da grande raça ariana alemã.
Em 1935, as leis de Nuremberg são aprovadas. A partir desse momento, aos judeus não é mais permitida a cidadania alemã, eles ficam proibidos de terem relações sexuais com não judeus, além de não poderem se casar com não judeus.
Em 9 de novembro de 1938 teve início o progrom (evento que se caracteriza pela perseguição e o extermínio em massa de uma comunidade) que ficaria conhecido como “A noite dos cristais”. Tratou-se de um ataque violento e maciço contra a comunidade judaica. Em apenas dois dias, mais de 250 sinagogas foram queimadas, 7.000 estabelecimentos comerciais judaicos destruídos e mais de 100 judeus foram assassinados. Os progroms aos judeus, apesar de parecerem atos espontâneos da população alemã, foram cuidadosamente elaborados por Joseph Goebbles, ministro da comunicação alemã, e outros líderes nazistas.
Como meio para atingir o objetivo da “Solução Final”, a destruição em massa dos judeus, os nazistas criaram campos de extermínio e trabalho forçado. O primeiro, Chelmno, foi criado na Polônia em 1941 e aniquilava judeus e ciganos romanovs através do asfixiamento. Aushwitz, o mais conhecido campo de concentração e extermínio criado pelo regime nazista, começou a funcionar em 1940 e funcionou até o último ano da guerra, em 1945. Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre esse campo de concentração.
Veja a galeria de fotos de Auschwitz.
O Holocausto, palavra grega que significa “sacrifício pelo fogo”, adquiriu o significado da perseguição e extermínio sistemáticos do povo judeu pelos nazistas. Cerca de 6 milhões de judeus morreram durante o período da Segunda Guerra Mundial perseguidos pelo ideologia da raça ariana pregada por Hitler.
Conheça o museu do holocausto da cidade de Curitiba
Cultura Judaica
Dentro da cultura judaica, destacam-se duas grandes festividades, o Rosh Hashaná e o Yom Kippur. O primeiro é conhecido como o Ano Novo Judaico ou festa das trombetas e é uma celebração de dois dias que ocorre no primeiro dia do Tishrei. O Tishrei é o primeiro mês do calendário civil judaico e cai no sétimo mês do calendário eclesiástico. A comemoração da data envolve banquetes festivos com doces típicos, rituais para acender velas e oração na sinagoga. São dois dia em que os judeus devem se afastar de seus trabalhos.
Já o Yom Kippur é considerado o dia mais sagrado do ano para os judeus e acontece no décimo dia do Tishri. O nome significa Dia do Perdão e a data tem como objetivo a reflexão dos pecados. Na data, os judeus não comem e bebem (nem mesmo água), se abstém de relações materiais e comparecem à sinagoga. O objetivo da data é a expiação dos pecados.
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