Pensamentos de uma noite azul

Ricardo Rachaus
umvagabundosempalavras
3 min readJul 18, 2018

Pensei em mil coisas para falar aqui, mas agora que chegou a hora de escrevê-las parece que nada vem a minha mente. Por que será que é tão difícil expressar aquilo que está tão claro para você mesmo?

Mas não vim aqui para falar questionar expressões e falas, ou neste caso, escritas, mas sim para outro assunto.

Sabe quando você está parado em um lugar, sente a leve brisa fria da noite enquanto faz nada além do que olhar para o céu? Essa sensação é uma de minhas favoritas, principalmente porque ela me faz refletir, força-me a estar em contato comigo mesmo e perceber aquilo que no dia-a-dia não está visível.

E no meio de momentos desses, quando você está desprotegido de si mesmo, que não há nada para te impedir, veio a mim aquilo de que seria o assunto deste texto.

Como o som que ressoa no ar, seus cabelos se movimentam. É possível perceber cada fio se movendo, propagando-se no espaço como a leveza de algo irreal, mas completamente real. Se há algo de diferente neles? Sinceramente não sei, porém assim que eu posso descrevê-los.

E com seus olhos, seus olhos marcantes, a cor sempre viva e em destaque. Olhos que te fazem se perder ao olhar para eles. Olhos que depois de vistos faz você não saber de nada além do que eles. Sim, olhos assim de que falo. Olhos de que se estivessem em uma moldura, estariam em exposição em museus.

E quando a toco? Bem, isso não é algo que aconteça com tanta frequência e muito menos tem longa duração, no entanto sentir sua pele, a leveza e maciez de sua parte externa… é como se seu calor passasse para mim e aquecesse todo meu corpo frio, como se fosse o calor que aquece minha vida.

Suas feições se encaixam perfeitamente em seu ser. Cada detalhe. Cada detalhe é como aquilo que sempre está presente na hora certa. Não muito antes, nem muito depois, apenas no momento exato de que se é preciso. Quando você menos espera, quando você apenas está em um momento cinza, ali está. Ali está. Suas feições farão mudar o cinza para as cores que representam o quão ainda há para se ver. Representam o que se sabe e o que ainda há para saber (e quanto ainda há para saber!).

Fazê-la sorrir é uma das poucas alegrias de que posso aproveitar em meu estado atual. Causar-lhe um riso é quando percebo de que ainda é possível de algo significar para mim. Ouví-lo me faz perceber o quanto ainda há para eu viver, o quanto ainda há para eu aproveitar. É a minha felicidade que se perde no ar como se fosse nada. Mas ela consegue durar muito além do que realmente dura seu riso.

Sei de que aqueles de que leem podem achar isso ridículo, mas não pode um homem ridículo sonhar? Não o pode fazer aquilo de que todos os outros o fazem?

Porém, meu contato com ela é breve e curto, não é nada que seja significativo, mas ainda o é para mim. E é nesses contatos de que aproveito o máximo que posso, pois neste momento ainda não sei o que há de acontecer… mas isso não me impede de querer e tentar. Pois não me contento apenas em como está agora.

E nessas noites azuis em que o vento frio me acerta, que o sinto percorrer minha pele e me acorda para mim mesmo, essas noites eram destinadas a aproveitar meu antigo vício, minha melancolia. No entanto, desde um tempo larguei esse vício para outro muito pior, e esse vício é ela…

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Ricardo Rachaus
umvagabundosempalavras

Gosto de escrever estórias e pretendo começar a escrever artigos relacionados a programação.