Hora do show

Bruno Luís Pereira
Underground League
Published in
2 min readDec 15, 2020

Este texto é uma pequena homenagem para Melão e Tixinha, que anunciaram suas saídas do LoL após quase oito anos sendo as vozes das nossas emoções.

Ah, queria que todos vocês soubessem como é…

Ter nas mãos que segura o microfone o poder de guiar toda uma leva de sensações que milhares de torcedores sentem, e ter na voz o instrumento para transformar isso em emoções.

Das que xingam às que apoiam;
que liberam o grito entalado de felicidade ou o urro de raiva;
ou a que é a gota a mais para uma lágrima ser derrubada.

A que carrega a frustração da derrota,
e a felicidade da vitória,
a que transforma heróis em vilões e vilões em heróis,
e que, às vezes, mesmo na pessoa que segura o microfone, dói.
De se entregar e ser ouvido, mas não visto,
tenho certeza que no final é um sentimento misto,
pois a vida é feita de grandes momentos,
e em muitos deles podemos apontar e dizer:
É isso.

Eu estava lá, eu participei, eu falei.

Para qualquer caster, a tarefa às vezes é ser a voz do “não”.
Trazer para a realidade o pé que deixou o chão,
Saber ser torcedor de um ao mesmo tempo que representa um milhão.
Viver de segundos, e seja boa ou ruim, transbordar emoção.

É ter a consciência de que seu lugar está marcado na história,
Construir momentos que ficarão eternamente gravados na memória.

E que, quando o próximo desafio surgir, sejam que nem os personagens dos contos narrados. Que ergam a cabeça em busca de ser uma nova voz, uma nova comunidade, uma nova representatividade e um novo “eu”.

E lembrar que sim, fizemos história. Mas agora é hora de novamente pegar o microfone da mesa e ouvir a companheira contagem regressiva no ouvido. Enquanto a luz apagada vacila em piscar vermelha…

3…
2…
1…

Hora do show.

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