ReOps do 0 | Template de estudos
Segundo post da série que conta iniciativas de construção de uma operação de pesquisa na unico.
Em 2021 comecei a contar algumas práticas que estão contribuindo com a construção de uma operação de pesquisa aqui na unico (se quiser um pouco mais de contexto, volte uma casa, aqui neste post).
Nossa contribuição agora é em relação à criação de um template para comunicar os estudos feitos pelos times de produto.
A definição de padrões, templates e guias é algo que permeia diversas disciplinas e áreas, e em geral tem objetivos ligados à busca de eficiência. Logo, é razoável assumir que definir um bom template de comunicação de pesquisa deve ser uma das primeiras iniciativas de quem está estabelecendo novos fluxos de trabalho. Afinal, muitos processos irão depender e se conectar a este artefato.
Já tive experiências que me mostraram o quanto a falta de um template traz complexidade para o processo de fragmentação de reports em um repositório atômico de pesquisas – e isso me ajudou a dar importância e prioridade a esta questão.
Então vamos contar um pouco de como construímos o nosso, a partir dos nossos objetivos e de como pensamos os elementos que fazem parte dele.
Objetivos
Apesar de tentar racionalizar aqui o que direcionou a criação do nosso template, reforço que experiências anteriores e testes de formatos diversos em outros contextos foram fundamentais para chegarmos no nosso modelo. Da mesma forma, a soma das suas experiências em relação a reports e templates pode te levar por caminhos diferentes e ainda mais efetivos para sua realidade.
Os principais objetivos que traçamos para construção do template foram:
Orientação por hipóteses
Existem diversas possibilidades e métodos quando falamos de pesquisa de experiência para produtos digitais. Essa variação é um dos desafios quando você busca encontrar um padrão de comunicação. Porém existem características comuns, independente do tipo de estudo. Uma das mais importantes sem dúvida é a hipótese. Como falamos no post anterior, conseguimos interpretar e conectar qualquer resultado e pergunta a uma hipótese. Estruturar um storytelling a partir daí se torna muito natural — além de ser um gatilho para comunicação e fomento do uso das hipóteses nos processos de produto.
Fragmentação dos insumos
A atomização de estudos é uma prática adotada por diversos times hoje. Existem inúmeras ferramentas, formatos e processos para suportar iniciativas de repositório. Assumimos que a documentação dos estudos teria de refletir os átomos de conhecimento para facilitar a associação e também a documentação dos nossos estudos.
"Automação" do resumo executivo
Sintetizar um estudo de maneira que você consiga trazer contexto, palavras chave para acionamento e atributos mais técnicos que justifiquem os resultados é fundamental para uma comunicação efetiva. O template de estudos deve suportar a construção desse resumo e, ao mesmo tempo, viabilizar o seu recorte de maneira simples, para que não seja necessário reescrevê-lo para compartilhar em outros formatos e canais.
Flexibilidade e consistência
Independente do método, quantitativo ou qualitativo, buscamos consistência compartilhando os mesmos espaços para fatos e insights com o objetivo de facilitar a associação dos átomos.
Seguindo essas ideias, construímos nosso modelo — que continua sendo iterado, mas que tem servido nossos times de maneira eficiente até aqui.
Vamos às partes do nosso template:
1- Descritivo do estudo
Em 3 parágrafos comunicamos aos leitores dos nossos estudos:
a) Tipo de método aplicado
b) Objetivo do estudo
c) Critério de participação
d) Link para tabulação / dados completos
e) Lista de hipóteses avaliadas no estudo
Este conteúdo é o mesmo adicionado no nosso card de estudos do atomic no Notion, equivalente ao nível “experiments” da abordagem do Daniel Pidcock (em breve faremos um post com mais detalhes sobre o repositório atômico).
2- Participantes
O segundo slide do nosso template é sempre dedicado aos critérios de recrutamento e perfil da amostra participante do estudo.
A definição da seção é suficiente em termos de padronização, pois as possibilidades são várias e a leitura deste é em geral mais simples de comunicar.
Assim como o descritivo, o conteúdo deste slide também é considerado na primeira coluna do nosso repositório.
3- Resultados
Chegamos ao core do template. Considerando os objetivos que descrevemos antes, entendemos que este seria o wireframe da seção de resultados:
Começar pela hipótese, dando sequência com a análise, que naturalmente se conecta com os fatos na sua redação, e concluir com insights — que, apesar de estarem em um espaço pouco privilegiado considerando modelos mentais e padrões ocidentais de leitura, só podem ser entendidos após o consumo das outras informações.
Há outros elementos que adicionamos durante o uso e experimentação do template. São eles:
- Tag de confirmação / refutação da hipótese estudada
- Pergunta / contexto analisado para responder a hipótese
- Tag de ocorrência para enfatizar problemas graves identificados no contexto do estudo
A partir deste template, a fragmentação do report em um repositório atômico será feita sempre pelos conteúdos descritos nos espaços de fatos e insights.
Atualmente replicamos estes conteúdos copiando e colando nas respectivas colunas e adicionando as tags relacionadas, mas pretendemos em breve testar algumas integrações do Google Slides com o Notion para automatizar esse processo.
4- Conclusão
O último slide do template é dedicado à construção da síntese do estudo com uma análise textual de todas as ocorrências. O objetivo é sempre o de ressaltar os aprendizados principais para que os times de produto possam embasar as suas decisões da melhor forma e priorizar suas iniciativas.
Este é também o terceiro slide que, somado ao de participantes e de descritivo, forma o resumo executivo do estudo compartilhado nos cards de repositório e em outros canais.
Próximos passos
Depois da definição do template, o esforço de documentação diminuiu, o processo se tornou mais eficiente, e os resultados mais claros. Um certo trabalho manual ainda é exigido, mas pretendemos otimizar a fragmentação no repositório atômico de pesquisa para poder nos concentrar no refino e comunicação de insights para os times de produto.
Ao longo do ano voltaremos aqui para contar.
Como isso acontece no seu time? Como vocês entendem e trabalham os templates? Se você tem outras experiências e quiser trocar, teremos prazer em contar mais das nossas ações e aprender com as suas :)
Voltamos em breve com mais um post da série "Reops do 0".
Tks Alessandra Nahra por existir e pela contribuição e revisão s2