Tecnologia e Hype: quando implementar uma novidade
Não é de hoje que quem gosta de tecnologia adora estar surfando na onda das novidades, seja ela um hardware, uma tecnologia específica, uma metodologia de entrega ágil ou até mesmo em arquiteturas de sistema.
Quando sai uma tecnologia X que resolve um problema Y, queremos adotar isso como a bala de prata daquele problema que nos incomoda há anos e vamos lá estudar, implementar e muitas vezes não resolver nada.
Pois é, quem nunca passou por isso, né? Dedicar horas ou dias estudando algo para ver que não chegará ao resultado prometido ou até alcançando-o mas pagando-se um preço alto por isso.
Quando falamos de arquitetura de sistema, temos a confiança que seguir os passos de grandes empresas de tecnologia nos trará um resultado bom. Afinal, eles são as referências e muitas vezes os grandes fornecedores de tecnologia para nós meros mortais.
Mas será que as novidades sempre são melhores que a velha guarda? Devemos utilizar bala de prata para nossos dilemas diários ou muitas vezes confiar que estes projetos tecnológicos serão mantidos pelos criadores?
Mas o que tem a ver arquitetura de sistemas com isso? O que mudou nestes últimos dez anos?
Inicialmente gostaria de explicar que estou falando de padrões de mercado e não aquele vanguardista que tinha conceitos, ideias, mas não era amplamente utilizado no desenvolvimento de sistemas.
De início tivemos o aumento da velocidade dos protocolos de comunicação, que nos fez melhorar a integração entre serviços. Algo que antigamente era levado em conta apenas para integrações entre empresas ou talvez sistemas de escopos diferentes, mas que na última década começou a nos levar a pensar que poderíamos criar sistemas em múltiplas camadas, mas totalmente separados.
Depois disso veio a ideia separar domínios do sistema em serviços com mais independência, cada vez menor, cada vez mais micro.
Não quero entrar em questões relacionadas a vantagens e desvantagens da utilização de micro serviços e sim dizer do risco que acontece ao utilizar-se algo que está em um hype, mas muitas vezes não é o aconselhável para o nosso escopo de trabalho.
A mensagem que quero passar de fato é que devemos sim estar antenados às novidades, estudá-las, mas aplicá-las apenas nos casos que de fato trarão ganho. Nem sempre aquela tecnologia ou arquitetura antiga faz do seu sistema pior ou melhor que o sistema dos outros.
Reflita: simplificar pode trazer paz no seu dia a dia. Imagine que algo mais difundido vai exigir menos esforço das equipes para entender, manter e muitas vezes escalar. Mas claro, que muitas das novidades são ótimas e devemos mudar quando o impacto e o ganho são claros.
O mais importante é ponderar com calma, não tomar decisões sozinho e ser feliz nesta jornada de desenvolvimento de software que cada dia muda, às vezes pouco e muitas vezes muito.
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Marcos Tavares é desenvolvedor na unico.
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