Um planeta para Spock
Planeta é descoberto orbitando a estrela hospedeira do planeta Vulcano de Star Trek
Star Trek, além de ser uma franquia de ficção científica de sucesso e ter ótimas histórias, sempre teve um rico universo de personagens, planetas e até mesmo conceitos científicos bem explorados. Agora, astrônomos detectaram um candidato a exoplaneta orbitando uma estrela que, em 1991, o criador da série de TV, Gene Roddenberry, estabeleceu como a estrela hospedeira do planeta Vulcano de Spock.
Jian Ge e Bo Ma da Florida University, com Matthew Muterspaugh e Gregory Henry da Tennessee State University, e outros colaboradores utilizaram um telescópio de 1,3 metro no Arizona para detectar o possível planeta, que tem cerca de 8,5 vezes a massa da Terra, com o dobro do tamanho aproximadamente. Trata-se da primeira detecção de uma super-Terra por velocidade radial de alta cadência e alta precisão do Dharma Planet Survey, um programa que tem como objetivo monitorar cerca de 150 estrelas, num raio de até 50 parsecs, de 2016 a 2020 para detecção e caracterização de planetas de baixa massa
O planeta está em órbita da estrela HD 26965 também conhecida como 40 Eridani. Ela faz parte da constelação de Eridanus, a cerca de 16 anos-luz da Terra e é brilhante o suficiente para ser vista a olho nu. Porém, não se trata de um estrela, mas três, na verdade. Em 1783, o compositor e astrônomo alemão Wilhelm Herschel fez observações que mostraram inicialmente 2 estrelas. Depois, em 1851, Otto Wilhelm von Struve descobriu que uma dessas duas estrelas era na verdade duas, somando então três estrelas.
Esse sistema estelar, diferente e mais velho que nosso (5,6 bi anos), tem a seguinte configuração. No centro temos a estrela principal, 40 Eridani A, que tem aproximadamente 84% da massa do Sol. Orbitando ela temos a dupla B e C. A estrela 40 Eridani B é uma anã branca com 50% da massa do Sol e 40 Eridani C é um anã vermelha com 20% da massa solar.
Mas vamos ao planeta… Por que “candidato” a exoplaneta? Bem, para um exoplaneta ser confirmado ele precisa ser detectado por pelo menos mais de um método (imageamento direto, velocidade radial, transito planetário etc). No caso desse candidato, só houve detecção pelo método de velocidade radial. Simplificando bastante, esse método se consiste em medir o quanto uma estrela se afasta e se aproxima da gente de acordo com o período e atração gravitacional de um planeta.
Esse planeta seria o que chamamos em astronomia de uma Super-Terra, por ser um planeta com massa razoavelmente maior que a da Terra e menor que a de um gigante gasoso como Saturno, por exemplo. Além disso, por ter essa massa, seria um planeta rochoso, ou seja com uma superfície como a da Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Porém, ele está muito próximo da estrela, com uma órbita de 42 dias e, portanto, é quente demais pra ter água líquida, que é um requisito importantíssimo pra haver vida num planeta.
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Referencias
Video https://www.youtube.com/watch?v=kboIWUkhsU8
Nature https://www.nature.com/articles/d41586-018-06725-2
Artigo https://academic.oup.com/mnras/article-abstract/480/2/2411/5056228?redirectedFrom=fulltext
Podcast de Exoplanetas http://dragoesdegaragem.com/podcast/dragoes-de-garagem-12-exoplanetas-ecso-ezo-ou-echo/
Vídeo de Exoplanetas https://www.youtube.com/watch?v=Vg2HOJtnCZs
Podcast de Trappist-1 http://dragoesdegaragem.com/podcast/dragoes-de-garagem/fisica/dragoes-de-garagem-107-sistema-trappist-1/
