Não há fronteiras para a música: o Ciclo Sonoro das músicas latino-americanas
Quando falamos na realização de ações artístico culturais fora dos grandes centros urbanos diversas dificuldades nos vem em mente: a falta de recursos financeiros, apoio institucional, local e infraestrutura e até mesmo a falta de público interessado. Mas estes desafios serviram de combustível para o projeto Ciclo Sonoro, que organiza uma programação anual de recitais, palestras e masterclasses em diferentes espaços em Foz do Iguaçu.
A ação teve início em 2014, momento em que o curso de música da UNILA viu a necessidade de criar espaços de experimentação para seus alunos, criando momentos em que os discentes possam ter contato com outros artistas e principalmente com um repertório diferenciado do que é compartilhado pelas vias comerciais.
“Todo mundo veio de centros maiores, dos professores, cidades maiores e lugares que por consequência tem muito mais atividades culturais. A gente, na nossa formação, teve isso e sentimos muita falta que os alunos tivessem isso. Meu curso inteiro fiz na UnB em Brasília, tinha uma associação de violão, por exemplo, todo mês tinha um convidado externo, então eu fiz muita masterclass, tinha festival sempre, curso de verão. E aqui não tem dessas coisas, não tem um Festival, não tem um conservatório”. (trecho de entrevista realizada com Prof. Alexandre Lopes)
E foi com esta necessidade que os professores do curso de música criaram ações interligadas, o Coral Todo Canto, o Musicalizando para a Integração e o Ciclo Sonoro, proporcionando aos alunos e a comunidade a oportunidade de cantar, aprender mais sobre música e de assistir espetáculos musicais diferenciados pela cidade.
O Ciclo Sonoro foi o responsável por trazer diversos convidados durante seus três anos de atuação. Com artistas do Brasil, Argentina, Paraguai, Costa Rica, Uruguai e Estados Unidos o projeto promoveu o acesso à repertórios muito ricos, sempre com entrada livre para toda a comunidade. Além das apresentações culturais, os convidados realizavam sempre uma atividade de formação, no formato de uma masterclass ou palestra. A masterclass é sempre uma grande oportunidade de compartilhamento de conhecimento por parte dos artistas convidados aos alunos e outros músicos da comunidade com interesse em aprimorar os conhecimentos musicais.
E como todo projeto de extensão que é realizado com a comunidade, há sempre muitas histórias, algumas curiosas e outras um tanto dramáticas.
Nas idas e vindas dos convidados do Ciclo Sonoro nem todos os momentos foram de sucesso absoluto. Em um determinado momento ocorreu o cancelamento da apresentação de uma importante pianista, em razão de um acidente que ocasionou uma fratura em sua mão. Mas isso não a impediu de realizar o concerto, vindo no ano seguinte após sua recuperação.
Outros casos já tem relação com as dificuldades de espaços para as apresentações, motivando mudanças de endereço na última hora, contando sempre com uma importante rede de parceiros que abrem suas portas e as vezes oferecem até os equipamentos.
“Os concertos que a gente fazia tinha pouco público. A gente divulgava por Facebook, cartaz espalhados por aí e não dava muita gente, isso no primeiro ano. Depois foi começando a dar cada vez mais gente. Hoje em dia, um recital mesmo que eu dei semana passada tava lotado, já ficou gente de fora. E teve outros eventos que tava muito cheio, o ano passado inteiro não teve nenhum evento que teve pouco público”. (trecho de entrevista com Prof. Alexandre Lopes)
E foi assim, com desafios e muito trabalho que o Ciclo Sonoro foi se tornando um dos principais eventos musicais da cidade, tendo hoje um público fiel e interessado em suas atividades. Mas para chegar neste ponto o projeto contou com uma importante rede de apoiadores.
Formando uma Rede de Parcerias
“… a extensão tem destas coisas, a gente tem um foco principal e depois você vai vendo como ampliar isso”. (trecho de entrevista com Prof. Alexandre Lopes)
Com o desenvolvimento do projeto alguns atores importantes foram se somando a caminhada, criando uma importante rede voltada para ações culturais, são eles o Circuito Iguassú, a Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, a Esquina Cultural e o Sesc de Foz do Iguaçu.
A parceria com o Circuito Iguassú possibilitou que o ano de 2016 fosse muito proveitoso, com muitas atividades e muitos resultados interessantes.
A Fundação Cultural de Foz do Iguaçu e a Esquina Cultural de Foz foram importantes espaços cedidos para a realização de diversos concertos, possibilitando que o Ciclo Sonoro alcançasse um público cada vez maior.
https://www.facebook.com/esquinaculturalfoz/
https://www.facebook.com/F.CulturalFOZ/
E o SESC de Foz do Iguaçu, além de ser um importante agente cultural da cidade, que promove também um importante evento para a região, o Música sem Fronteiras, auxiliou na realização de concertos do Ciclo Sonoro.
https://www.facebook.com/sescmusicasemfronteiras/
E assim o Ciclo Sonoro vai se desenvolvendo, em que a cada ano busca vencer os constantes desafios, principalmente relacionados aos recursos financeiros, mas que conta com uma importante e engajada equipe, formada pelos professores e técnicos do curso de música. Durante os primeiros anos o projeto foi coordenado pelo Prof. Alexandre Lopes, mas para sua nova temporada quem assume o desafio é a Profa. Bia Cyrino e o Tae. Danilo Bogo.
Para acompanhar o Ciclo Sonoro 2017 siga o projeto em seu perfil do Facebook: