Projeto Social: Replantio e o uso racional de plantas medicinais

Ana Fernandes
UNIV Inspire Br
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8 min readOct 7, 2020

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RESUMO

O Projeto Social tem como propósito promover e propagar conhecimentos terapêuticos sobre o uso racional de algumas das diversas plantas medicinais existentes, além da conscientização sobre o meio ambiente, importância do replantio e uso sustentável das plantas. Essa promoção e conscientização serão feitos através de palestras educativas no Viveiro Municipal de Jacareí-SP (NEA), com distribuição de folhetos informativos de baixo custo para esclarecimento de dúvidas, onde terão acesso de perto as plantas e as mudas medicinais oferecidas de forma gratuita do Viveiro. Dessa forma, nosso objetivo é sermos instrumentos de mudança, oferecendo uma educação sólida em uma sociedade líquida em tempos de pandemia e desmatamento em massa no Brasil, em que as pessoas desenvolvam sua capacidade de autonomia, conhecimento, segurança e liberdade financeira, sem depender apenas de medicamentos convencionais e contribuindo com o meio ambiente.

ABSTRACT

The Social Project aims to promote and propagate therapeutic knowledge about the rational use of some of the various existing medicinal plants, in addition to raising awareness about the environment, the importance of replanting and the sustainable use of plants. This promotion and awareness will be made through educational lectures at the Jacareí Municipal Nursery-SP (NEA), with distribution of low-cost information leaflets for clarification of doubts, where they will have close access to medicinal plants and seedlings offered free of charge at the Nursery. Thus, our goal is to be instruments of change, offering solid education in a liquid society in times of pandemic and mass deforestation in Brazil, in which people develop their capacity for autonomy, knowledge, security and financial freedom, without just depending conventional medicines and contributing to the environment.

INTRODUÇÃO

A Fitoterapia é um método para tratar doenças por meio de plantas medicinais ou medicamentos fitoterápicos (medicamentos que possuem somente a substância ativa da planta para a doença), é a forma mais antiga e fundamental de medicina na Terra. Esse histórico pode ser relembrado, entre C. 50.000 a.C. a C. 10.000 a.C. por meio da cultura egípcia, conhecida como a civilização mais antiga a praticar técnicas de cura através de ervas medicinais, por meio de chás e outros preparos caseiros.

No SUS (Sistema único de Saúde), existe de 2006, o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que propõe ampliação das opções terapêuticas, inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS, promover o uso da sustentabilidade na biodiversidade, desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa, promover a inclusão da agricultura familiar das ervas medicinais, entre outras diretrizes.

A fitoterapia é uma terapia eficaz e muito segura se usada de forma correta, de acordo com dados de 2017 do SISAB — Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica, o serviço de Fitoterapia é ofertado em 1.108 municípios do Brasil. Por isso a importância do Projeto Social, pois terá finalidade de instruir a comunidade sobre o uso racional de plantas medicinais, que consistirá em ensinar as pessoas para que utilizem de forma correta, de acordo com suas condições clínicas, em doses e períodos adequados, e em relação as suas necessidades individuais para evitar possíveis intoxicações. Muitas pessoas não sabem que algumas cidades possam ter, assim como a de Jacareí- SP, um Viveiro Municipal com uma área de plantas medicinais, que tem como função principal a produção e fornecimento de mudas gratuitamente. Dessa forma, é possível trazer uma educação consciente e sustentável, diante aos problemas presentes e futuros do meio ambiente, levando o uso racional de plantas medicinais de maneira científica, em preocupação com o bem estar dos indivíduos e do meio ambiente, em que as pessoas façam o replantio das plantas coletadas, para que as próximas gerações continuem a usufruir dos benefícios das ervas medicinais.

Portanto, com base no tema proposto para UNIV Inspire Brasil 2020 — ¨Nagevar: buscar uma formação sólida em uma sociedade líquida¨, buscamos através desse Projeto Social, estimular e desenvolver capacidades de conscientização e autonomia nas pessoas, para que façam o replantio e uso da natureza de forma sustentável, sem prejudicar o meio ambiente, e também a utilização de plantas medicinais de forma segura e eficiente. Dessa maneira, as pessoas evoluem como seres humanos para uma preocupação não apenas com a sua saúde e de terceiros, tendo uma educação sobre a medicina tradicional com plantas, mas também com a saúde do Planeta, com a conscientização da importância da preservação da natureza e a promoção do replantio.

OBJETIVOS

  • Levar conhecimento científico sobre as plantas medicinais;
  • Ensinar as pessoas como buscar por informações confiáveis sobre as plantas medicinais na internet;
  • Promover o uso racional de plantas medicinais, para obter eficácia terapêutica e evitar intoxicações por super dosagem;
  • Orientar quanto às possíveis contra indicações e interações medicamentosas;
  • Conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da natureza;
  • Promover o replantio das plantas medicinais na Cidade de Jacareí pelas pessoas que frequentam o Viveiro.

Público-alvo: pessoas que frequentam o Viveiro, agricultores, profissionais de saúde, estudantes e pesquisadores.

PROBLEMA

Em 2019, de acordo com o relatório da Global Forest Watch, o mundo perdeu 3,8 milhões de hectares de florestas primárias tropicais, equivalente a perder um campo de futebol a cada 6 segundos. O Brasil foi responsável por 1/3 da degradação de florestas nativas no mundo, e ficando em 1º lugar no ranking de 10 principais países tropicais que mais perderam florestas primárias em 2019, tendo uma perda de 1.361.000 hectares (13.610 km²). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento em 2019 foi 34% maior que em 2018, e o maior índice nos últimos 11 anos.

Em junho de 2020, de acordo com site de notícias G1, com dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia bateu novo recorde de desmatamento, o maior desde 2007. Outro dado alarmante

“Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, o ser humano começa a correr o risco de destruí-la e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação”. — Papa Paulo VI

Devemos ressaltar que todos esses hectares que vem sendo perdidos, anos após anos, além de destruir toda a biodiversidade, matar os animais silvestres, colocar em risco a vida de moradores locais e de tribos indígenas, colocam cada vez mais espécies de animais e plantas em risco de extinção, principalmente plantas medicinais.

Desde os primórdios da humanidade, o uso de ervas para fins medicinais já existia, seja por meio de chás e outros preparos caseiros. Esse histórico pode ser relembrado, entre C. 50.000 a.C. a C. 10.000 a.C. por meio da cultura egípcia, conhecida como a civilização mais antiga a praticar técnicas de cura através de plantas em rituais místicos.

No Brasil, muito do que se é conhecido sobre medicina tradicional, com o uso de ervas, foi passado de indígenas nativos, para os negros e europeus que colonizavam o país na época. Assim, tendo um conhecimento popular cada vez maior com o passar dos anos, levou muitos estudiosos a se interessarem a fazer pesquisas sobre as plantas medicinais, para que comprovassem seus efeitos terapêuticos, e quando comprovados, ocorreram ainda mais estudos para que conseguissem isolar as moléculas responsáveis pelos efeitos terapêuticos, e assim produzissem os medicamentos sintéticos e convencionais que temos hoje.

Muitas espécies ainda necessitam de mais estudos para sua comprovação terapêutica, e muitas ainda continuam intocadas, que poderiam servir para objeto de pesquisa, para criação de novos medicamentos ou até mesmo descoberta de novas plantas alimentícias, como a espécie Pereskia aculeata, conhecida popularmente como Ora-pro-nóbis, que é uma planta de alto valor protéico utilizada como alimento, podendo ser consumida por veganos e vegetarianos que possuem uma dieta restritiva de carne.

Dessa forma, a conscientização sobre a importância das florestas, da sua preservação, proteção e o reflorestamento, é essencial para a biodiversidade e a evolução da medicina. Também é importante salientar a importância da educação sobre o uso racional das plantas medicinais, pois apesar de muitas delas apresentarem um grande histórico de uso, e atualmente a maioria ter sua eficácia comprovada cientificamente, muitas ainda não possuem seu perfil toxicológico bem conhecido.

Por isso a importância de uma educação a comunidade sobre o uso racional de plantas medicinais, pois conseqüentemente, as pessoas fazem o uso de plantas acreditando não haver malefícios a sua saúde por ser natural, correndo o risco de intoxicações (dosagens elevadas), ausência dos efeitos (pela utilização em dosagens incorretas), confusão na identificação de qual parte deve ser utilizada ou nome popular das plantas, hipersensibilidade com os componentes da espécie vegetal e algumas ervas também apresentam contra indicações para crianças, lactantes, ou serem abortivas.

SOLUÇÃO

O Projeto Social vai ser desenvolvido por meio de palestras informativas e educativas para a promoção do uso racional de plantas medicinais no Viveiro Municipal Jacareí- SP (NEA) de caráter gratuito e aberto ao público, onde também terá a distribuição de folhetos informativos, baseados em artigos científicos, livros e Cartilha de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional Federal de São Paulo, que terão as seguintes informações: -Nome popular e científico da planta medicinal;

-Indicação correta;

-Parte utilizada; 

-Posologia (modo de preparar); 

-Contras indicações;

- Efeitos adversos.

O Viveiro Municipal disponibiliza diversas mudas de plantas medicinais gratuitamente, onde é possível correlacionar a conscientização sobre a importância e a promoção do replantio dessas mudas. Assim, serão apresentados dados e informações durante a palestra, baseado no desmatamento do Brasil e seu impacto no ecossistema. Os tópicos a serem abordados, são:

- Perda de espécies vegetais e animais;

- Como o desmatamento/queimadas afetam recursos naturais;

- Como afetam o bioma.

Para um replantio eficaz e sustentável, será feito uma oficina, onde alguns temas serão abordados, como o uso racional da água, coletiva seletiva e desperdício de alguns alimentos que poderiam servir como adubo orgânico, tudo para uma ecoformação. O replantio pode ser feito em suas casas, ou em áreas verdes de escolas, creches, universidades ou bairros do município. As pessoas podem tirar outras ou mais dúvidas relacionadas ao cultivo, com biólogos e jardineiros que trabalham no Viveiro para uma melhor qualidade do plantio.

Integrantes:
Luê Akemy Villela Imanish -Universidade Paulista-Farmácia-Último Semestre.
Ana Clara Boaventura dos Santos Fernandes-Universidade Paulista-Farmácia-4º Semestre.
Karen Cristiane Higa -Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-Doutora em Imunologia e Extratos Glicólicos Vegetais.
Mentora:
Clara Bandeira de Carvalho -Universidade Federal do Ceará-Engenharia Ambiental.

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