10 anos de resiliência

Um dos mais antigos do cenário, tinowns conviveu com altos e baixos até chegar ao topo do CBLOL

André Luís
Universidade do Esporte
15 min readSep 24, 2023

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Foto: Bruno Alvares
  • Resiliência. (substantivo feminino)

habilidade que uma pessoa desenvolve para resistir, lidar e reagir de modo positivo em situações adversas.

De fato, essa definição explica bem a longeva carreira de Thiago “tinowns” Sartori dentro do cenário competitivo de League of Legends. São 10 anos de pura resiliência na posição de meio diante de tantas adversidades.

As pessoas até estranham quando comenta-se que ele está no cenário desde quando tudo era mato, justamente pelo ponto de vista de que como uma pessoa consegue se manter tanto tempo no topo? De onde arrumar tanta motivação para continuar jogando por tanto tempo?

“Às vezes por jogar muito tempo você acaba ficando meio confortável, às vezes você não arruma uma motivação para continuar. Então é bem difícil se manter esse tempo todo. Tanto que a maioria dos jogadores que começaram comigo já não joga mais, a maioria virou streamer ou está fazendo outra coisa da vida” — disse tinowns em entrevista coletiva

Mesmo tendo os holofotes direcionados a outros nomes da posição, tinowns sempre manteve presente diante deles. Desde o início da sua trajetória, o mid laner sempre conseguiu surpreender todos com seus feitos que até então, eram vistos como improváveis na época.

Encontrado nas filas ranqueadas por Digolera e LEP, tinowns foi chamado para um período de testes na equipe que iria disputar o CBLOL na época, sendo aprovado pelo o que foi demonstrando nesse tempo.

Mas como convencer o seus pais de deixar um adolescente menor de idade sair de Santos até São Paulo? Tinowns contou com o apoio crucial do seu irmão, que já tinha vivência no cenário competitivo de Esports e quem herdou o nickname que utiliza até hoje como atleta profissional.

Com uma classificação que ninguém acreditava ainda pela Nex Impetus em 2013, tinowns começou a escrever sua trajetória dentro do CBLOL. Com o feito surpreendente, a equipe da Nex foi adquirida pela pela KaBuM!.

Tinowns fez uma aposta com sua mãe: caso conquistasse a qualificatória brasileira para World Cyber Games (WCG) na China, ele largaria os estudos para se dedicar a carreira de atleta profissional de League of Legends.

Dito e feito. Thiago seguiu na KaBuM! projetando a disputa do CBLOL 2013. Com inúmeros problemas na montagem do elenco, entre idas e vindas, os Ninjas fecharam a rota inferior com Minerva e Dans.

Naquela época as atenções estavam direcionadas a paiN Gaming e a Keyd Stars disputando e levando todos os campeonatos da temporada, com o hype dos jogadores coreanos pela primeira vez pisando em solo brasileiro.

Com Danagorn, LEP, Minerva e Dans, tinowns conquistou o seu primeiro CBLOL (Foto: Divulgação/Riot Games)

O segundo split do CBLOL de 2014 acabou com a final mais improvável dentro do cenário daquela época. Com expectativas altas para um embate entre paiN e Keyd, a comunidade se surpreendeu ao ver KaBuM! e CNB desbancaram os favoritos e protagonizaram a decisão no Maracanãzinho.

Momentos antes da partida, a CNB havia eliminado a paiN dos coreanos Olleh e Lactea, criando um clima de festa para a Keyd Stars comemorando a eliminação dos tradicionais como se já estivessem na final.

Uma cena que motivou tinowns e companhia naquele dia. Considerada a maior zebra da história do campeonato, a equipe liderada por tinowns despachou a Keyd dos sul-coreanos SuNo e Winged por 2 a 0 e se classificou para a grande final.

Na decisão, o enredo não poderia fugir de algo surpreendente. Por um lado havia Murilo “takeshi” Alves, um dos principais nomes da posição ao lado de Gabriel “Kami” Bohm, com quem protagonizava uma certa rivalidade. O favoritismo aliado a CNB não foi suficiente para assustar os Ninjas naquele 26 de julho de 2014.

Com o título de campeão brasileiro, tinowns tornou-se o primeiro jogador da rota do meio a representar o país em um campeonato mundial. Apesar da eliminação, algo que marcaria o jogador nos palcos internacionais foi o seu desempenho com Ahri diante da campeã europeia, Alliance, campeã pela a qual o jogador eternizou em sua pele.

Tinowns no Worlds de 2014 pela KaBuM! em entrevista pós jogo (Foto: Riot GamesinOwn)

Apesar das altas expectativas criadas após a disputa do Mundial de 2014 na Coreia do Sul, o clima caótico e nada amistoso dentro da organização inibiu a continuidade daquela line up com LEP, Minerva e Dans.

Junto de LEP e Minerva, tinowns ingressou na CNB ao lado de pbO e Wos para o segundo split de 2016, onde logo em seu primeiro campeonato pela equipe. Em um cenário idêntico ao de 2014, onde sua equipe era tratada como a azarona daquela decisão, diante do poderoso Exodia da INTZ.

Mesmo com todo talento existente naquela equipe, era impossível que a CNB pudesse surpreender aquela INTZ que literalmente voava na época em relação as demais equipes do CBLOL. Após aquela derrota no Ginásio do Ibirapuera, tudo começou a desmoronar na carreira do Tin.

Depois do revés para os intrépidos por 3 a 1, aquela line-up da CNB entrou em declínio total. Por consequência do cenário, tinowns acabou indo junto. O ano seguinte tornou-se o mais abaixo da carreira do mid laner, com a equipe disputando rebaixamento no CBLOL, ficando de fora dos playoffs e somado ao ponto da organização contratar um reserva pra a sua posição.

Sem clima algum para continuidade, tinowns e CNB em comum acordo optaram em por um ponto final naquela passagem.

Em 20 de outubro de 2017, tinowns acerta com a paiN Gaming.

Foto: Reprodução

Uma chance para recomeçar, um novo gás de motivação para um jogador que ainda tinha o que mostrar para o Brasil inteiro. Porém, o início não foi aquilo que o jogador esperava como novo rumo para a sua carreira.

Com a difícil missão de substituir se não o maior, mas um dos maiores ídolos da organização: Gabriel “Kami” Bohm, ainda com um cenário de incerteza quanto ao retorno ou não do ex-mid, o tinowns viveu o verdadeiro do céu ao inferno vestindo o manto dos tradicionais.

Uma confiança feita cegamente em razão da sua inexperiência ainda no cenário, tinowns havia acertado com a paiN sem antes conhecer quais eram os seus integrantes e acabou surpreendido após anunciarem o takeshi como top laner da organização para 2018.

O projeto que almejava não só um recomeço para tinowns, mas também para a organização, virou um fracasso após a campanha pífia no primeiro split de 2018 com a última colocação do campeonato, resultando no inédito rebaixamento da organização e uma mancha no currículo do jogador.

Foto: Divulgação/Riot Games

Thiago queria voltar aos holofotes do cenário brasileiro mas acabou sendo da maneira a qual ele nunca imaginou: com um rebaixamento e jogando o Circuito Desafiante, a segunda divisão do League of Legends no Brasil.

Foi necessário um ano, dois splits para ser exato, para que a organização retornasse a elite do LoL brasileiro. Primeiro a equipe bateu na trave na decisão do Desafiante para a Redemption por 3 a 0, logo depois o time foi enfrentar a INTZ na segunda oportunidade de reingressar ao CBLOL, logo mais quem a paiN vencia mais em treinos. Os intrépidos venceram a série.

No split seguinte, a decisão do Circuitão colocou frente a frente tinowns e takeshi, que por muito tempo uma rivalidade no CBLOL. Outra vez, quem deu-se melhor foi o jogador dos tradicionais. Com o 3 a 0 diante da Team One, a paiN conquistou o título e o seu retorno à primeira divisão.

Foto: Bruno Alvares & Pedro Pavanato

A expectativa era alta com o retorno da Tradição ao CBLOL após um ano fora, com os holofotes direcionados a outras equipes que foram se surgindo na época que esteve ausente. Com apenas a chegada do Yang para revezar posição com Ayel, a paiN não conseguiu ser uma das protagonistas da competição e ficou de fora dos playoffs do segundo split de 2019.

Longe de ser o culpado pelos fracassos recentes da organização, tinowns vivia o fardo de substituir um ídolo e a cada derrota dentro de Summoner’s Rift, a torcida questionava o seu desempenho clamando pelo retorno do ex-mid laner da equipe, Kami.

Porém, tinowns começaria a viver mais um capítulo do seu inferno dentro da paiN Gaming no dia 6 de setembro de 2019, quando Kami anunciou o seu retorno ao competitivo de League of Legends após dois anos parado. Internamente foi algo tratado de forma tranquila por tinowns, sabendo do risco, mas que seria uma motivação a mais.

Com os retornos de brTT e Kami, a paiN era franca favorita ao título de 2020 (Foto: Bruno Alvares & Pedro Pavanato)

Se já estava difícil conviver com as críticas em razão da posição que exercia na organização, seria completamente surreal o que viria pela frente com o retorno do ídolo da torcida. Somada às altas expectativas criadas para 2020 quando foram anunciadas as chegadas dos sul-coreanos SeongHawn e Key diretamente da LCK (Liga Sul-Coreana de LoL) e o retorno de brTT.

Algo que não durou mais um de split. Com péssimas atuações durante a fase regular do CBLOL, a Tradição foi eliminada de forma precoce e ficou de fora dos playoffs. O time não se encaixou por diversos motivos internos, problemas linguísticos e jogadores não se entendendo.

Novamente, tinowns era um dos menos culpados, ou quem diga que ele teve zero responsabilidade em tudo que aconteceu.

Mesmo com a equipe deixando a desejar por tudo aquilo que criou-se de expectativa, tinowns foi o único em meio aquele caos que manteve uma boa performance. Mas não suficiente, a torcida o taxava de “KDA player” e clamava pelo retorno de Kami, que estava como reserva na ocasião.

Foto: Riot Games

Para o segundo split, mudanças drásticas foram feitas naquela equipe. Tendo como base tinowns e brTT, a paiN trouxe Robo, esA e CarioK para compor a line-up naquela temporada. Ainda desacreditada em virtude dos últimos desempenhos, a organização mostrou-se dentro de Summoner’s Rift uma equipe diferente dos últimos splits, não atoa liderou boa parte da fase regular com tinowns disparadamente o melhor da posição, chegando a grande final contra o maior rival da paiN, a INTZ.

Três anos vestindo as cores da Tradição e tinowns finalmente chegou a sua primeira final de CBLOL com a organização. Mas nunca nada foi fácil para o mid laner, ainda mais após aquela final, sendo o momento mais sofrível da sua carreira até então. O mid laner acabou marcado negativamente na decisão no topo de um prédio em São Paulo, ao lado da Ponte Estaiada.

Foco das atenções da INTZ na quarta partida daquela série, tin terminou a partida 0/7/0 em lágrimas se culpando pelo revés da equipe. Era mais uma temporada sem o principal objetivo ser alcançado, o título do CBLOL e uma vaga no Worlds de League of Legends.

“Foi o jogo mais triste da minha carreira. O LoL é muito injusto, porque meu split estava sendo sensacional, foi um dos meus melhores anos de carreira e chegou na final eu joguei mal” — revelou tinowns durante o podcast MD3

Abalado pela derrota por 3 a 1 para a INTZ após ficar 0/7/0 no último jogo, tinowns deixou o palco aos prantos naquela final (Foto: Bruno Alvares)

“Desculpa por tudo” — tinowns em publicação após o revés.

Completamente desolado, tinowns se culpava for inúmeros motivos. Eram anos de espera por uma nova final, por uma nova conquista, pela forma a qual aquela decisão havia se encerrado.

Vivendo o calvário de substituir um dos grandes nomes do cenário e um dos ídolos da organização, tinowns não conseguiu mais uma vez escrever seu nome na história e se consolidar entre os melhores da posição. Não se sabia ao certo o seu destino na equipe, com pedidos que Kami voltasse ao lugar de mid laner, que posteriormente anunciou sua aposentadoria de forma definitiva do competitivo de League of Legends.

O próprio ídolo que foi até as redes sociais pedir para que a torcida não direcionasse ofensas a tinowns naquela ocasião.

“O Tinowns foi um verdadeiro guerreiro esse ano e não merece nenhum tipo de ataque pessoal ou xingamento. Por favor” — Kami no Twitter

Tinowns permaneceu na equipe para 2021 com o desejo de entregar um título para a organização, com a mesma base que foi vice-campeã na última temporada, com apenas uma mudança: esA saiu para a chegada Luci, reeditando a dupla campeã brasileira com brTT em 2019.

Mas o início foi aquém daquele visto no último split, com paiN tendo vários tropeços e longe de ser favorita ao título naquela ocasião.

De cara nos playoffs caiu diante da recém-chegada e postulante ao título, a LOUD, que havia se tornado uma pedra no sapato dos Tradicionais durante a fase regular. O favoritismo da Verduxa foi se comprovando no decorrer da série, com um 2 a 0 no placar, tudo se encaminhava para um 3 a 0 fácil.

Porém, a Tradição se provou. Tinowns e companhia fizeram história no CBLOL com o primeiro reverse sweep do campeonato. A paiN fez o 3 a 2 e despachou a LOUD dos playoffs. Pela frente, outra pedra, o Flamengo que foi dominante durante a fase regular, mas a magia estava do outro lado.

Com apenas uma mudança na line-up, a paiN saiu da fila de espera no primeiro split de 2021 do CBLOL (Foto: Divulgação/paiN Gaming)

Outro 3 a 2, a paiN se classificou para a final diante da Vorax, onde enfim tinowns conseguiu. Sete anos de espera desde a última vez que ergueu a taça do CBLOL, o mid laner finalmente conquistou o seu segundo título, tirando a paiN de uma seca de seis anos.

“O mesmo peso que eu tive lá em 2020 de perder a final, em 2021 quando ganhei foi o momento de mais alívio de todos. Estava há muito tempo sem ganhar. Eu desabei de chorar depois” — tinowns ao podcast MD3

Finalmente tinowns conseguiu retornar aos palcos internacionais com o MSI 2021, onde o mid laner conseguiu se destacar apesar da eliminação.

Diante de tudo apresentado no primeiro semestre de 2021, as expectativas para o segundo split estavam altíssimas. No decorrer, foi se confirmando com a boa campanha durante a fase regular, tudo parecia se encaminhar para o bicampeonato em sequência dos tradicionais. Porém, tinowns não contava com a Rensga no caminho

Com um 3 a 2, os tradicionais deram adeus ao sonho do tetracampeonato protagonizando uma zebra histórica, com tinowns novamente sendo alvo de críticas da torcida. Mesmo com tudo que havia entregado nos últimos anos pela organização, nunca pareceu ser suficiente ao público.

Tinowns atuando pela paiN Gaming no Mid-Season Invitational, MSI, de 2021 na Islândia (Foto: Instagram/Tinowns)

Tinowns se sentiu desvalorizado pela organização, em razão de tudo que ele havia proporcionado nos últimos splits defendendo as cores do time. As duas partes não chegaram ao um consenso e o relacionamento chegou no fim.

Foram quatro anos defendendo as cores da organização, viveu dos piores aos melhores momentos da sua carreira, como também da história da equipe. Mas nunca reconhecido por tudo que havia feito, algo que ficou explícito no anúncio da sua despedida da paiN com uma simples frase.

“Que sorte a nossa! Vai seguir seu coração, tinin”- disse a paiN em publicação.

Numa tentativa falha de manter a base da equipe para 2022, a paiN fez uma das piores movimentações da história do CBLOL perdendo simplesmente de graça os melhores jogadores de suas posições.

Por estarem juntos durante o bootcamp que realizaram na Europa, Tinowns e Robo tinham o desejo em comum de seguir jogando juntos e fecharam com a LOUD para 2022.

A LOUD novamente entrou com altas expectativas com o projeto montado para o CBLOL de 2022, se reforçando em peso com as chegadas de tinowns e Robo ao lado de Tay indo pra selva, DudsTheBoy e Ceos naquela ocasião. Mas na prática tudo desandou naquele split.

Foto: Divulgação/LOUD

Algo que almejava o topo do League of Legends brasileiro, tornou-se a maior decepção naquele momento. O time não encaixou como era esperado com diversas desavenças em treinos, a organização ficou de fora dos playoffs daquele split. Tinowns ainda teve de observar sua ex-equipe chegar na decisão do CBLOL, com direito a zoações vindas da torcida pelo seu tropeço no novo time.

Mudanças eram necessárias. A LOUD se movimentou mais uma vez na janela de transferências com as chegadas do sul-coreano Croc e o atirador Brance, promovido do Academy. Enfim, a equipe se encaixou.

Tinowns conseguiu levar a organização para a sua primeira final. De forma poética, o mid laner teve pela frente na decisão nada mais, nada menos que a paiN Gaming. Retornando ao palco onde amargurou o vice-campeonato de 2016, o Ginásio de Ibirapuera, ele tinha em suas mãos uma chance de se reerguer novamente, como também, de se provar no cenário.

3 a 0.

Foto: Bruno Alvares, Cesar Galeão & Pedro Pavanato

“Como a outra final, essa teve vários motivos para ser uma final especial pra mim. Já citou do Ibirapuera, que eu joguei lá a final, era contra meu ex-time e atualmente rival por todo mundo. A volta do presencial foi um bagulho fortíssimo, quando eu vi tive que manter a postura” — tinowns em participação no podcast MD3

Sua vingança não poderia ter sido melhor. Com uma performance altíssima na decisão, tinowns conseguiu sua redenção calando toda a ex-torcida que estava presente no Ibira. Um fato que marcou o início da soberania diante dos tradicionais em jogos decisivos.

Com a conquista do segundo semestre, tinowns enfim retornou ao palco do Worlds depois oito anos depois de ter feito história. O torcedor brasileiro pode desfrutar novamente o sabor de ver uma equipe desempenhar bem fora do país, mas sempre faltou aquele a mais. Faltou jogar mais.

“Faltou jogar melhor. Meu Mundial foi esquisitíssimo” — revelou durante entrevista

Retornando ao Brasil após a disputa do Mundial, a LOUD passou por uma mudança até surpreendente. Brance deixou a organização para a recém-chegada e rival, Fluxo, no competitivo de League of Legends.

O sul-coreano Route foi o escolhido para o lugar da promessa em ascensão. Questionou-se acerca da adaptação de um estrangeiro na equipe, algo que poderia atrapalhar o andar da carruagem do time na competição.

Uma mudança que atrapalhou em nada a Verduxa na competição. Pode-se dizer melhorou aquilo que já era bom. A equipe, apesar de um início aos lampejos, conseguiu se reencontrar para manter-se sólida e consistente durante a fase regular do split chegando aos playoffs, mais uma vez com a sua ex-equipe pelo caminho.

Mas do que se viu entre as duas equipes foi algo surreal. A LOUD impôs uma dominância em cima da paiN. Novamente as equipes se enfrentaram duas vezes em séries classificatórias, com direito a jogo perfeito na final da chave superior.

Na final do primeiro split de 2022, as duas equipes reeditam a final anterior e novamente a Verduxa atropelou os tradicionais em Summoner’s Rift.

Foto: Bruno Alvares

Obviamente, tinowns não perdoou mais uma conquista diante do seu antigo clube, de onde saiu com uma certa mágoa.

“Tradição no 3 a 0! 3 a 0 de novo? De novo?” — tinowns.

Com mais um título, tinowns se igualou a Gabriel “tockers” Claumann como o maior vencedor da posição com quatro conquistas. O mid laner começava a se consolidar entre os melhores do país.

Um capítulo reeditado no segundo semestre do CBLOL, tinowns reencontrou sua ex-equipe na final da Upper e despachou os tradicionais com outro 3 a 0 sonoro, que silenciou toda a torcida que estava ali presente.

Foto: Bruno Alvares

“3 a 0 de novo, p*rra? De novo? De novo 3 a 0? Não tem mais graça! É 3 a 0 de novo!” — tinowns para a sua ex-equipe.

Mais uma decisão, mais um LOUD x paiN, porém era a oportunidade de consagração de Thiago em sua carreira como mid laner no Brasil. Não foi outro 3 a 0, mas foi outro triunfo em cima do seu antigo time.

Pentacampeão brasileiro de League of Legends, isolado o que mais venceu em sua posição somado ao feito inédito de ser a primeira equipe tricampeã em sequência na história do campeonato.

Sem dúvidas, a maior equipe já existente no CBLOL.

“Eles eram bem dominantes na época, mas, assim como o Robo falou, eram épocas diferentes. O Exodia não conseguiu ser tricampeão três vezes seguidas, então eu acho que a gente é a melhor line que o Brasil já teve. Mas é difícil de comparar” — tinowns em coletiva após a partida.

Foto: Bruno Alvares & Cesar Galeão

Uma carreira baseada em resiliência, com perseverança por dias melhores depois de passar por inúmeras adversidades em sua caminhada, sempre se mantendo de pé. Demorou alguns anos de altos e baixos, mas tinowns teve paciência em cada passo que trilhou. Paciência essa que lhe manteve no topo, até a consagração final.

Até certo ponto nunca esteve fácil para ninguém, como o próprio dizia em certos momentos, que a sorte era dos outros e não sua. Mesmo entregando e desempenhando o seu melhor não sendo suficiente, ele nunca desistiu.

“O que eu posso falar é que eu continuo motivado para ganhar ainda mais aqui no Brasil e vivo com o sonho de fazer uma representação boa lá fora para o Brasil” — tinowns após a final

Foto: Bruno Alvares

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André Luís
Universidade do Esporte

Contando algumas histórias por ai. Jornalista em formação pela UFRN e membro do Universidade do Esporte.