335 dias: a espera finalmente acabou

Flavio Samuel
Universidade do Esporte
3 min readNov 13, 2023
Foto: AP Photo/Ross D. Franklin

Kyler Murray retorna de lesão, e comanda virada do Arizona Cardinals nos últimos segundos

Foram 11 longos meses sem Kyler Murray no deserto do Arizona. Na semana 14 da Temporada de 2022, o quarterback mais bem pago da história dos Cardinals sofreu a lesão mais séria de sua vida. O ligamento cruzado anterior rompeu. O terror de qualquer atleta, um pesadelo em qualquer esporte…

Não foi diferente para Kyler Murray e Arizona Cardinals. A imprevisibilidade, junto da ausência de seu principal jogador, mostrou quão disfuncional é a franquia de Glandale. Aliás, tem sido assim nas outras três cidades, ao longo de 125 anos, com time mais velho da NFL passou.

O comando mudou para 2023. Um novo treinador na área, com a missão de ajudar Murray na mudança de uma cultura perdora. Essa, que vem desde os velhos tempos em Chicago, passando por Saint Louis e agora nas últimas três décadas, no Arizona.

Jonathan Gannon, treinador de mentalidade defensiva, disse que só assumia o cargo pela presença de Murray com “QB1". Mas ele não contou logo de cara com a principal estrela. Com cirurgia feita no começo de janeiro, “K1" só voltou a treinar nas últimas semanas de outubro. E existia a dúvida no ar, de quando e contra quem seria o melhor cenário para volta do quarterback. Com apenas uma vitória em nove jogos, Kyler precisava voltar a qualquer custo, para a continuidade da relação duradoura do craque com a franquia algo precisava mudar.

Depois que a bola voou, a situação começou difícil para os Cardinals. Se a defesa não segurava muita coisa, o ataque também não ia bem das pernas. Um novo sistema, novos jogadores e um passador voltando de lesão, era normal não começar o jogo dominando.

O ataque só começou a fluir quando Kyler encontrou um novo melhor amigo. Trey Mcbride, tigth end, em seu segundo ano na NFL, parecia conhecer o quarterback de longa data. A conexão rendeu oito recepções e 131 jardas. E de quebra, Mcbride ainda deixou para trás um escrita de 34 anos, sem um jogador da posição anotar mais de 100 jardas em um único jogo com camisa dos Cardinals.

É bem verdade que encontrar um bom amigo, ajudou Kyler durante o jogo, mas a partida não deixou de ser complicada. Foram ao total seis alternâncias de placar, com muita inconstância por parte das duas equipes.

Já na parte de final, Desmond Ridder — substituto de Tyler Heinickie machucado, correu para o touchdown. Assim, Atlanta assumiu o comando do jogo faltando um pouco mais de dois minutos no relógio.

Com o placar 24 a 23 para os Falcons, restou a Kyler Murray conduzir os Cardinals para a vitória na última campanha da partida.

O ataque já na fluía da melhor maneira. A pressão da defesa dava certo, e o medo por Klyer sucumbir diante da situação era grande.

No entanto, Murray fez o que só ele é capaz . Na situação mais complicada, com tudo se fechando para cima dele, como num passe de mágica, consegue escapar da armadilha, correu entre os adversários e avançou com as próprias pernas para a primeira decida. Como era possível alguém nos seus primeiros passos depois de quase um ano lesionado conseguir fazer tudo isso? Simples. Era Kyler Murray no seu estado puro. Brilhante! Decisivo. Vitorioso. Destinado a vencer com os Cardinals.

Ainda teve tempo de mais um passe mágico para Mcbride. Outro avanço, agora de 34 jardas, no campo do adversário. Restou ou kicker, Matt Prater, dar pontos finais à noite com três pontos definitivos. Vitória dos Cardinals por 25 a 23.

Pois bem, Kyler Murray voltou e a esperança nos Cardinals também. Na temporada atual é quase impossível ansiar por algo diferente faltando oito jogos com o recorde 2–8. Mas o futuro parece reservar bons ventos para o deserto do Arizona.

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