A decisão só podia ser no Frasqueirão

Lucas Costa
Universidade do Esporte
3 min readApr 11, 2022

Jogo final entre os grandes rivais será no palco ideal para o título

Foto: Gabriel Leite / Universidade do Esporte / Direitos reservados

O torcedor americano deve estar se perguntando o por que de jogar no estádio adversário, com torcida única e sem vantagem nenhuma, seja algo interessante. Bem, esse ano, nos dois clássicos no Maria Lamas Farache, o América se saiu melhor em ambos.

Foi quebrado o tabu de quase 7 anos sem vencer no Frasqueirão contra o ABC, invencibilidade em clássicos, melhor momento do alvirrubro nos últimos estaduais e um time com uma ideia de jogo mais estabelecida. Esses são fatores técnicos e psicológicos que podem levar o América a vencer o estadual igual a 2015.

O rival montou um time para disputar a Série C e que começou como favorito o campeonato, vencer o alvinegro em seus domínios pode ser o ponto motivador para um bom início de Série D para o América.

Na primeira partida no Maria Lamas, a vitória americana veio nos primeiros 45 minutos iniciais. A segunda é mais traumática para o alvirrubro, apesar do empate, o título do primeiro turno ficou com o rival, os desfalques pesaram demais para Leandro Sena naquele dia. Contudo, o que se viu em campo foi um melhor desempenho do América, que se desenvolveu mais ao longo do segundo turno.

Nas últimas decisões que o América passou recentemente, além da bola, o psicológico abalou a equipe nelas. Para esta final, o mental da equipe parece estar diferente, jogar no caldeirão adversário ao invés de ser algo receoso, tem tudo para virar ingrediente incentivador.

Vale lembrar que o estadual de 2020 foi decidido no Frasqueirão, em um clássico. A chance americana de dar o troco é agora.

Já no lado alvinegro, é a chance de retomar a confiança da torcida e comemorar o título que ficou perto em 2021. Um time que apresentou um futebol bem abaixo do esperado nesse início de temporada, mas que chegou na meta final com grandes possibilidades de vencer.

O que se espera do novo treinador é que ele monte um time mais envolvente e de um jogo ainda mais consistente, principalmente dentro de casa, onde a equipe precisa se conectar com a torcida e fazer do Frasqueirão sua fortaleza no resto do ano.

Apesar de não ter vencido clássicos esse ano, os últimos dois confrontos foram empates. Ontem (10), o ABC se saiu melhor que o rival e teve mais chances de vencer, perdendo a chance de levar uma vantagem no placar para casa.

Outro fator determinante que pode dar um final feliz em preto e branco é a mágica que envolve Wallyson e Frasqueirão. Apagado nos últimos jogos, o mago em seu território costuma decidir e os torcedores dos dois lados sabem bem disso. A queda de produção do camisa 11 é sentida dentro de campo, para a final, se espera uma mudança.

Uma coisa é certa: o lado que sair derrotado não pode pensar que será terra arrasada, o trabalho do Leandro Sena vai a cada dia tomando mais forma e com peças novas pode se fortalecer.

O de Fernando Marchiori é promissor e o treinador já mostrou nos poucos jogos à frente da equipe que sabe bolar boas estratégias, visto os dois últimos jogos onde conseguiu travar o América.

Qualquer balela de favoritismo para a decisão vai se esvair quando o pontapé inicial for dado.

No ano que voltamos a ter 100% dos torcedores nos estádios, nada mais justo que eles possam ver o maior clássico do RN decidindo o campeonato.

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Lucas Costa
Universidade do Esporte

Estudante de jornalismo da UFRN, ouvinte por natureza e péssimo atleta