A despedida de Bellini, o eterno capitão

No dia em que Bellini se despediu do futebol, na Arena da Baixada, Neil Armstrong entrou para a história como o primeiro ser humano a pisar o solo lunar.

Pedro Henrique Brandão
Universidade do Esporte
3 min readSep 27, 2019

--

Djalma Santos e Bellini com a camisa do Atlético Paranaense em 1968. (Foto: Autor desconhecido).

Hilderaldo Luís Bellini marcou seu nome na história do futebol como Bellini, um ótimo zagueiro que foi responsável por levantar a Jules Rimet na primeira vez em que o Brasil conquistou o mundo.

Apesar da qualidade com a bola nos pés e o vigor físico para marcar os adversários, Bellini ficou conhecido por um gesto que fez com as mãos: ao receber a taça da Copa do Mundo, em tempos que as cerimônias de premiação não eram tão organizadas e planejadas como atualmente, o zagueiro percebeu que alguns fotógrafos não conseguiam ver o troféu e o levantou acima da cabeça segurando com as duas mãos.

Estava imortalizado o gesto do eterno capitão e criado um protocolo que se tornou obrigatório para qualquer conquista, depois daquele 29 de junho de 1958, no Estádio Rasunda.

Uma década mais tarde, porém, o inevitável final de carreira chegou para Bellini, quando o zagueiro atuava pelo Atlético Paranaense. Contratado em 1968, chegou ao Furacão prestes a completar 38 anos e, mesmo veterano, desfilou sua classe habitual dos tempos de Vasco da Gama e Seleção Brasileira pelos campos do Paraná.

(Foto: Arquivo GRPCOM / Reprodução).

Junto a jogadores consagrados como Zequinha, Sucupira e Djalma Santos, Bellini jogou por um ano e meio no Atlético, que há 50 anos, sequer sonhava em ter um H na grafia de seu nome. Em julho de 1969, aos 39 anos, decidiu encerrar a vitoriosa carreira e usou a Arena da Baixada como último palco.

Na tarde de 20 de julho de 1969, com a camisa 3 do Furacão, Bellini entrou no gramado do estádio da Água Verde para fazer sua última partida como profissional. O jogo era um Atletiba, válido pela última rodada do Campeonato Paranaense daquele ano em que o Coritiba já havia conquistado o título três jogos antes.

O jogo terminou empatado sem gols, mas a festa teve direito a apresentação de Orlando Silva, a Voz das Multidões e um dos mais famosos cantores da época. Além dessa homenagem, Bellini recebeu uma placa das mãos do cantor e, ao final da partida, outro evento chamaria a atenção e faria daquele dia uma data especial mundialmente.

Para quem gosta de datas, o 20 de julho de 1969 soa familiar. Praticamente no mesmo horário em que Bellini dava a volta olímpica no gramado da Arena da Baixada para dizer adeus ao futebol sob aplausos das torcidas de Coxa e Furacão, Neil Armstrong pisou a Lua com o famoso "pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade".

Neste sábado, o Arquibancada Móvel conta essa e muitas outras histórias da Arena da Baixada que você não pode perder no episódio inédito disponível no Spotify, Deezer e nos principais agregadores de podcast:

Spotify: https://open.spotify.com/show/443VeyCdbLKB74CDv72hUV

Deezer: https://www.deezer.com/show/453592

RadioPublic: https://radiopublic.com/universidade-do-esporte-601kob

Breaker: https://www.breaker.audio/universidade-do-esporte

Google Podcast: https://www.google.com/podcasts…

Anchor: https://anchor.fm/universidade-do-esporte

CastBox: https://castbox.fm/chann…/Universidade-Do-Esporte-id2272116…

--

--

Pedro Henrique Brandão
Universidade do Esporte

Não sou especialista, escrevo do que é especial pra mim. Futebol além das quatro linhas e um pitaco disso ou daquilo. Minha alucinação é suportar o dia a dia.