A estrela solitária voltou a brilhar

Em uma semana de bastante pressão, o Botafogo venceu o São Paulo derrubando invencibilidade do time paulista

Flavio Samuel
Universidade do Esporte
3 min readJun 17, 2022

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Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

Durante a semana, imagens de torcedores do Botafogo invadindo o centro de treinamento e intimidando atletas e funcionários do clube circularam nas redes sociais e nos veículos de imprensa.

Na verdade, grande parte da torcida do Glorioso achou que com o dinheiro no caixa tudo seria mil maravilhas. Em um passe de mágica anos de desordem e má administração desapareceriam.

Só que se esquece facilmente que para um projeto funcionar precisa de tempo e organização. Isso é pouco compreendido, principalmente, no mundo do futebol, e abre espaço para vândalos que agridem o trabalhador do futebol e o próprio clube.

Como tentativa de mostrar que os verdadeiros torcedores entendiam e apoiavam o momento, a torcida alvinegra se fez presente ao Nilton Santos numa tarde de feriado.

Mas como o futebol não é um truque de mágica, o bom público viu um primeiro tempo de futebol mal jogado. Muito disso porque as duas equipes entraram com a mesma formação tática.

Tanto São Paulo como o Botafogo entraram em campo num 5–2–3, esquema que vem se popularizando bastante no Brasil, e isso fez com que o primeiro tempo fosse muito travado. Com as duas equipes mais preocupadas em não deixar os adversários jogarem, era muito difícil um bola chegar para os meias com espaço para circulação de bola, ou até mesmo liberdade para jogadas individuais.

Foto: Vítor Silva/ BFR

Os zagueiros eram os responsáveis por fazer o jogo andar. Resultado disso: um primeiro tempo de muito chutão e pouca criatividade dos dois lados.

Na segunda etapa a qualidade da partida mudou para melhor. Percebendo que o time pouco criava, Rogério Ceni não mudou o esquema, mas sim a função de um jogador. Rodrigo Nestor que no primeiro tempo fazia uma dupla quase estática de volante com Igor Gomes teve mais liberdade para se aproximar do trio de ataque. Dessa maneira a partida ficou mais aberta.

As oportunidades começaram a surgir com mais clareza para os dois times. Com um jogador mais distante para fazer a recomposição, o tricolor oferecia mais espaços aos donos da casa.

E foi justamente num contra-ataque que a estrela solitária voltou a brilhar. Após recuperar bola na defesa, o jovem Kayque apareceu na área para marcar, driblando seco o marcador e chutando sem chances de defesa para Jandrei.

Na base do abafa, o tricolor paulista ainda teve a oportunidade de empatar com Calleri, mas o chute do atacante passou tirando tinta da trave.

A partida terminou mesmo no 1 a 0 para o Glorioso, afastando assim uma crise iminente no time de General Severiano. Já o Tricolor paulista viu encerrada uma sequência de 15 jogos de invencibilidade cair no Nilton Santos.

Na próxima rodada o Botafogo viaja até Porto Alegre onde enfrenta o Internacional no domingo (19) às 18 horas. E o São Paulo só joga na segunda (20) no clássico contra o Palmeiras no Morumbi às 20 horas.

Foto: Vítor Silva/ BFR

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