A impressionante força da Frasqueira

ABC consegue virada após estar duas vezes atrás do placar e mostra que em casa o elefante é rei

Lucas Costa
Universidade do Esporte
4 min readAug 7, 2022

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Foto: Gabriel leite / Universidade do Esporte

Todo casal vive momentos bons e ruins. A torcida e elenco alvinegro tiveram os seus nesses 9 jogos realizados no Frasqueirão, na primeira fase da Série C. Independentemente das vaias e xingamentos em algumas partidas, a maior parte foi de forte apoio e união com o elenco.

Contra o São José/RS, veio o ápice do relacionamento no melhor momento possível. O ABC ainda não tinha virado um jogo sequer na competição. Em todas as vezes que saiu atrás no placar, o empate era o melhor resultado que o time conseguia.

Apesar dessa estatística ruim, em casa a história é outra e o ABC possui uma campanha incrível. Eram 8 jogos, com 5 vitórias e 3 empates. Contra o adversário gaúcho, se esperava que essa série se mantivesse. E continuou, mas de forma inesperada.

A sexta vitória veio com muito suor, cabeça fria e coração quente.

Os gaúchos tinham o objetivo de chegar a próxima fase, mas precisavam vencer. A estratégia adotada foi jogar no erro do adversário, deu certo. Marcaram o primeiro, mesmo com um ABC melhor.

No ritmo da chuva e com Wallyson orquestrando as jogadas ofensivas na primeira etapa, a torcida cantava alto e apoiava, contudo, a falta de pontaria fez o ABC ir para o intervalo com a conta negativa.

Na volta, Fernando Marchiori acertou nas mudanças: Matheus Rocha e Guilherme Garré deram outro ritmo ao time. O empate veio com Fábio Lima, marcando pelo segundo jogo seguido atuando na ponta-direita, igual nos seus tempos áureos de Campinense.

Destaque para o estreante Garré, que mostrou muita qualidade e com um passe dele o ABC podia ter virado a partida quando estava em 1 a 1, se a trave não impedisse a entrada da bola após o chute de Matheus Rocha.

Atmosfera incrível e vibração intensa no estádio, quem acompanha e vive de futebol sentia que a virada era questão de tempo, mas os gaúchos conseguiram um segundo gol numa falha de marcação após escanteio.

É nesse momento que entra em ação um personagem que tem crescido a cada certame: Wellington Reis.

O volante camiseta 14 era seguro defensivamente e distribuía bem os passes na saída de bola. Com o clima mais tenso e receoso, foi dele a chama que reacendeu a Frasqueira após marcar um golaço.

Ataque contra defesa, se o primeiro tempo já teve essa tônica, a segunda etapa foi o mesmo retrato. A torcida cantava alto e apoiava bastante, o time em campo tentava corresponder.

Já nos acréscimos e num famoso escanteio curto — pavor de 99% dos amantes da pelota — Wallyson foi calmo para passar a pelota a Felipinho, que foi feliz e sortudo, visto o frangaço de Fábio Rampi.

Explosão, alegria e classificação antecipada.

Quebra da tal estatística de que o time não virava jogo. O mental e o incentivo do torcedor foi essencial na busca desse resultado.

ABC enfrentou em casa adversários fracos e outros cascudos. Venceu o forte Mirassol, empatou com o fortíssimo Paysandu e também com o decepcionante Confiança.

O comum em todos esses duelos foi a presença do público alvinegro sempre com o time, quando estavam em lua de mel e também quando não venciam em 5 rodadas seguidas.

Sintonia impressionante e que faz muita diferença.

Está provado para todos os rivais: Em casa, o ABC é um time difícil de ser batido. Essa sina é necessária na segunda fase, todo ponto fará diferença e em casa não se poderá desperdiçar.

Agora é hora de comemorar, mas amanhã já é bom se preparar para o último jogo contra o Figueirense, visto que ele quem decidirá em qual grupo o elefante vai estar.

O time cometeu erros bobos no jogo que precisam ser corrigidos urgentemente como a falha de posicionamento no escanteio que sai o segundo gol do São José.

A partida de hoje serve para mostrar que o time tem capacidade de sair de situações adversas, como fez contra o Vitória. Entretanto, o ideal é não passar sufocos assim.

No mais, metas batidas: Escapou do rebaixamento e avançou de fase. Agora é ir atrás da principal e mais difícil delas que é o acesso a Série B.

Foto: Gabriel Leite / Universidade do Esporte

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Lucas Costa
Universidade do Esporte

Estudante de jornalismo da UFRN, ouvinte por natureza e péssimo atleta