A magia de Luan

O volante são-paulino arriscou, de longe, para marcar mais um gol importante para o Tricolor

Gabriel Gomes
Universidade do Esporte
3 min readOct 28, 2022

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A comemoração de Luan após abrir o placar na final do Campeonato Paulista (Foto: Reprodução/Marcello Zambrana/Estadão Conteúdo)

Um ano e cinco meses. 522 dias. 75 semanas. 12.532 horas. 751.920 minutos ou 45.115.200 segundos separaram o chute desviado de Luan, na final do Paulistão, do gol de Luan, na 34ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No quesito importância, os dois gols nem se comparam. Um terminou com um jejum de quase nove anos sem títulos, abriu o placar de uma final complicada contra o recente campeão da Libertadores, enquanto o outro garantiu a vitória do São Paulo, na reta final do jogo, contra o Atlético-GO, que briga para não cair, valendo uma vaga no G-6 do Campeonato Brasileiro.

O Luan, antes daquela final contra o Palmeiras, já era muito querido pela torcida por toda sua dedicação, por ser um moleque de Cotia identificado com o clube e lutar em todas as divididas. Antes da final contra o Palmeiras, o mesmo Luan “matou” as chances do São Paulo ser campeão brasileiro, depois de abrir sete pontos de diferença, com um desvio em finalização do Rony Rústico, também pela 34ª rodada, só que do Brasileirão de 2020.

A virada daquele Luan foi contra o Palmeiras. Depois de um Paulistão perfeito, a coroação de um garoto querido pela torcida foi acertar um chute despretensioso, que desviou no Felipe Melo, para matar as chances de defesa do Weverton.

Em 2021, Luan fez gol e deu assistência na estreia do São Paulo na Copa Libertadores da América. Depois do gol do título, ele voltou a marcar contra o Palmeiras, nas quartas de final da Libertadores. Mas a lembrança não é tão boa, já no Morumbi, com o gol de empate do Patrick de Paula.

E para sair esse gol contra o Atlético-GO, a segunda virada da carreira no Luan foi fantástica. Herói do título paulista, o volante jogou apenas 12 das 86 partidas no comando do Rogério Ceni. Sofreu com uma lesão no primeiro treino do Ceni, demorou para recuperar e se lesionou na sequência. Não se firmou com as ótimas atuações do Pablo Maia no Paulistão e segue em processo de recuperação para alcançar o seu melhor momento.

Mas o gol contra o Dragão foi simbólico, foi mágico. Além de relembrar o gol do Palmeiras, com um erro bizarro e a pancada de longe, marcou o retorno do Luan. A magia de Luan. O garoto de Cotia, que estreou em uma vitória marcante contra o Corinthians, que ele tinha comprado o ingresso para ir como torcedor, o camisa 13 que abriu o placar na final do Paulistão, e agora, o camisa 8, que está voltando, e marcou um gol importante para seguir vivo por uma vaga direta na Libertadores de 2022.

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Gabriel Gomes
Universidade do Esporte

Estudante de Jornalismo na UFRN, apaixonado por falar e escrever sobre o futebol.