Bem mais que as quatro linhas

Conheça um pouco mais da seleção Japonesa, e como sua vasta cultura de nação interfere no esporte mais popular do mundo

Joao Pedro Barbalho
Universidade do Esporte
3 min readNov 1, 2022

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O futebol é e sempre será instrumento de transformação de vidas. Sua influência em vários âmbitos sociais é notória e o torcedor é reflexo de uma série de fatores que formam o clube — nesse caso a seleção. E o Japão é a principal prova disso.

Em uma sociedade em que as regras e costumes são seguidos de forma rígida, o futebol surge como uma espécie de “válvula de escape”. Isso vale para os jogadores, que usufruem do seu potencial de criatividade e também para os torcedores, que encontram na paixão ao esporte uma forma de se expressar.

E que torcedores, hein? Vários exemplos já foram dados pela torcida japonesa, mas o principal — e que rodou o mundo todo — aconteceu em primeiro momento na Copa do Mundo de 2014 e se repetiu em 2018. Nessas duas oportunidades, os torcedores foram vistos limpando toda a sua arquibancada, provando que a educação recebida por eles desde o início de suas vidas é sim reflexo de como “ser torcedor”

Foto: Anne-Christine POUJOULAT / AFP

Sobre a seleção

A seleção Japonesa não é apontada por nenhum especialista ou pelos amantes do futebol como “favorita” no Catar. Existem fragilidades em diversas regiões do campo, sendo o meio campo a principal preocupação devido à ausência de dois dos principais japoneses na história do esporte: Shinji Kagawa e Keisuke Honda.

Apesar disso, o plantel comandado por Hagime Moriyasu não se deixa abater e procura superar o seu bom resultado na Copa de 2018, quando chegou as oitavas de final. Seu grupo em 2022? Nada mais que Costa Rica, grande surpresa em 2014, Alemanha e Espanha, que dispensam comentários.

Apesar disso, os japoneses estão confiantes e a classificação nas Eliminatórias Asiáticas, eliminando a favorita Australia, é combustível para alimentar tal esperança.

Foto: Nagahama/Genisaka

E como essa paixão por futebol alcançou tal status de popularidade em um país que inicialmente não tinha expressão na modalidade?

É simples. Como já falei anteriormente, o futebol vai bem mais além que as quatro linhas. O futebol é amor, mexe com o lúdico do torcedor e encanta, acima de tudo, por ser símbolo de criatividade.

E foi dessa criatividade japonesa que surgiu o primeiro “mangá”, uma espécie de história em quadrinhos, e deu a uma geração inteira a oportunidade de alimentar o amor pelo esporte.

Esse mangá conta a história de um jovem destinado a ser o melhor e maior jogador japonês da história. Seu nome? ÕZora Oliver, conhecido como “Capitão Tsubasa”. Mas como ele realmente impactou uma geração? Durante seus oito anos de publicação, a revista era lida por nada mais nada menos que seis milhões de pessoas semanalmente, resultando em um crescimento sem precedentes de um esporte na história do país.

O futebol é apaixonante. Alimenta e se deixa alimentar. E o país que se rende aos seus encantos é privilegiado de acompanhar as surpresas que a bola proporciona. O Japão não nasceu com tal privilégio, mas se deixou apaixonar. A esperança? é movida exatamente por tal paixão. E é com essa esperança que os japoneses viajam ao Catar em busca da sua primeira Copa do Mundo

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