De Maradona a Messi, o Tri finalmente chegou
Argentina solta o grito de campeão 36 anos depois na maior final de todos os tempos
A Argentina chegou a Copa do Mundo do Catar como uma das favoritas, mas a confiança foi abalada logo na primeira rodada. A derrota para a Arábia Saudita colocou em dúvida a qualidade do elenco, o psicológico da seleção e se Messi seria capaz de vencer a Copa em sua última participação em Mundiais.
Veio a sequência, a classificação com 2 vitórias sobre México e Polônia e a certeza que um novo campeonato começaria dali. A Albiceleste não era brilhante, mas lutava por cada bola e todos jogavam por Messi. Ou Leo que jogava por todo um time?
Nas oitavas, vitória sobre a Austrália. Tranquila, até os minutos finais, quando toma um gol e quase o do empate depois no último minuto. Martinez salvou e o sonho continuou vivo.
Nas quartas, um velho conhecido: Países Baixos. Os Hermanos abriram 2x0 e o jogo parecia decidido. Mas novamente tomam gol na reta final da partida. Desta vez, o empate veio no último minuto. Duro golpe!
A essa altura Scaloni já havia feito mudanças importantes na equipe durante o torneio, que se não era brilhante, dominava os jogos na maior parte do tempo. Enzo Fernandez entrou muito bem, Julian Álvarez fez o que Lautaro deveria ter feito: Gols. O camisa 10 seguia sendo o maestro e na meta, Martínez, teve sua primeira grande glória: Foi o herói na disputa de pênaltis e deu ao confronto com Países Baixos o mesmo resultado de 2014: Classificação Argentina.
O mundo esperava o jogo contra o Brasil, mas faltou combinar com a Croácia. Cheia de moral, pois acabara de eliminar o pentacampeão mundial, começou bem pra cima da Argentina … um vacilo? Pênalti! Messi, gol! Dormiu? Julian Álvarez, gol! 2x0 e os europeus não se acharam mais. veio a segunda etapa e um domínio total, que resultou no terceiro com Alvarez, após o capitão da equipe colocar no bolso o melhor zagueiro da Copa em bela jogada individual. Argentina de novo na final, assim como 8 anos antes no Brasil.
A essa altura Lionel já era considerado o melhor jogador do torneio em que bateu vários recordes. Scaloni elogiado pelas escalações e leitura de jogo sobre os adversários e os já citados coadjuvantes Martínez, Enzo Fernandez e Álvarez davam um suporte pra lá de espetacular. A confiança era grande. A pressão por enfrentar na final a atual campeã também.
Duelo dos dois melhores da Copa. Messi x Mbappé. A Argentina teve coragem, foi pra cima desde o início, não deixou a França jogar e construiu de novo um 2x0 que a deixou muito perto do objetivo.
O melhor do time brilhou em mais uma boa partida. De Paul, um verdadeiro Leão, deu aula de futebol em seu grande jogo na copa. A grande final parecia ficar pequena no bolso dos Argentinos … HmmmMbappé …
A Argentina falhou de novo na reta final do jogo. O craque Francês apareceu com 2 gols, um atrás do outro e levou o jogo para a prorrogação. Mais um duro golpe. Apesar disso, os Sul-americanos conseguiram se recuperar, e na segunda etapa da prorrogação fizeram o gol que seria do título. Dele, Messi. Pra coroar de uma vez seu legado, a França não teria mais forças … Teve!
E ele de novo negou por um instante o que o destino já havia escrito. Mbappé converteu seu segundo pênalti na partida e levou o jogo para a disputa da marca da cal. Na verdade, quem levou foi Emi Martínez , quando defendeu no último minuto de jogo um chute cara a cara de Kolo Muani. Uma defesa sensacional, histórica e que para sempre ficará marcada na história dos mundiais.
Por todo esse contexto, já tínhamos a maior final de todos os tempos. Restavam os pênaltis, onde os primeiros a bater foram os melhores, como deve ser. Mbappé guardou, Messi demonstrando extremo nervosismo (pode rir!) também. A disputa seguiu com os coadjuvantes, mas em disputa de pênaltis, o goleiro sempre pode ser o ator principal.
E Dibu Martínez assumiu o protagonismo mais uma vez. Pegou a cobrança de Coman e pressionou Tchouaméni que jogou para fora. Nos pés de Montiel, veio o gol do título. A Argentina voltou ao topo do mundo.
Após 36 anos de reverências a Maradona, finalmente tem alguém que compartilha um espaço do mesmo tamanho no coração dos Argentinos. Talvez não com o mesmo carisma, mas com a mesma determinação em fazer o povo feliz. Messi conseguiu o que faltava em sua grande carreira, na sua última chance. O gênio foi eleito o melhor jogador da Copa, fazendo gols na primeira fase e em todas as fases do mata mata. Assim como Diego em 86, Leo tem a sua Copa também. A edição de 2022 será sempre lembrada como a Copa de Lionel Messi. Parabéns para ele e parabéns para a Argentina.