Desempenho preocupante

Brasil joga mal novamente, pouco finaliza a gol e perde para o Uruguai pelas Eliminatórias

André Luís
Universidade do Esporte
4 min readOct 20, 2023

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Vítor Silva/CBF

Pífio. Assim se resume os 90 minutos da exibição da Seleção Brasileira no Estádio Centenário, em Montevidéu, diante da Seleção Uruguaia. Algo bem aquém do que se espera de uma seleção que dominou as Eliminatórias nas últimas edições.

O resultado, acumulado a partida contra a Venezuela na rodada anterior, já deixou sob desconfianças como o Brasil viria a campo diante do Uruguai nesta terça-feira. Se as perspectivas eram baixas, dentro das quatro linhas além do esperado, foi horrível.

Insatisfeito com o que observou diante dos venezuelanos em Cuiabá, Diniz trouxe mudanças na equipe titular para Montevidéu. Richarlison e Renan Lodi saíram para as entradas de Carlos Augusto e Gabriel Jesus. Mas já adianto, não mudou nada.

Jesus teve um bom lance durante todo o tempo em que esteve em campo, mas foi facilmente anulado pela defensiva da Celeste. Enquanto o estreante na ala esquerda teve uma exibição discreta, porém, não comprometeu.

Vítor Silva/CBF

O jogo até então era da Seleção Brasileira com enormes dificuldades de sair para o ataque, contra a marcação bem encaixada dos donos da casa com faltas duras quebrando quaisquer progressões brasileiras. Além disso, sucessivos erros de peças importantes como Vini Jr, Neymar e Rodrygo.

Sem a posse de bola, o Uruguai cercava os jogadores do Brasil quebrando as linhas de passe e com a bola, as alternativas concentravam-se em sair com velocidade para se impor no jogo físico, que sobrou em campo.

Até os 40 minutos nem Brasil e nem Uruguai haviam finalizado as metas defendidas por Rochet e Ederson na partida, praticamente marcada por erros e faltas sucessivas.

Gaston Britos/EFE

Porém, quando chegaram, tiveram eficiência. Para a infelicidade dos brasileiros, o êxito foi uruguaio na cabeçada de Darwin Núñez.

Maxi Araújo cresceu para cima de Marquinhos no lado esquerdo de ataque para encontrar o centroavante do Liverpool próximo a pequena área para finalizar no canto direito de Ederson.

Se o cenário já estava desfavorável para o Brasil no Centenário, a situação piorou em menos de um minuto: Neymar se machucou. O camisa 10 se lesionou após tentar um lance individual e pediu substituição alegando fortes dores no joelho esquerdo.

Pablo Porciuncula/AFP

O clima já estava péssimo durante os 45 minutos iniciais do embate sul-americano, com a saída do craque brasileiro, tudo tendeu a desmoronar. Durante todo esse tempo, o Brasil não havia chutado uma bola ao gol e nitidamente uma zona dentro de campo.

Somente aos 13 da segunda etapa, a Seleção Brasileira lembrou qual era o objetivo da partida e enfim finalizou ao gol de Rochet em cabeçada de Gabriel Magalhães, para fora.

Dez minutos depois, Rodrygo enfim assustou os torcedores da Celeste numa cobrança de falta que parou no travessão do Centenário. Mas foi o máximo que o Brasil foi capaz de produzir em campo.

Vítor Silva/CBF

Núñez fez o que quis para cima de Gabriel Magalhães e Casemiro em um curto espaço próximo a linha de fundo, encaixando um bom passe para De La Cruz na pequena área ampliar o marcador para os uruguaios.

O Brasil demonstrou zero indícios de reação em campo, com um repertório ofensivo praticamente nulo e fraco, dependendo da inspiração dos seus astros em jogadas individuais. Vinícius Júnior e Rodrygo foram peças nulas, aquém do que a dupla mostra vestindo a camisa do Real Madrid.

Uma noite recheada de apagões de nomes com bagagem na Europa e pela própria amarelinha como Marquinhos e Casemiro, que diante do Uruguai foram irreconhecíveis.

Com a derrota, o Brasil voltou a perder em Eliminatórias após oito anos — não perdia desde o dia 8/10/2015 para o Chile, sob o comando de Dunga.

Vítor Silva/CBF

Os rumos da Seleção Brasileira são preocupantes, sob o comando do interino Diniz com a expectativa incerta que Carlo Ancelotti assuma o comando técnico brasileiro. Até o momento são duas vitórias em quatro jogos e ocupa o terceiro lugar das Eliminatórias com sete pontos.

Ancelotti nesta semana afirmou a Radio1 que o acerto com a seleção pentacampeã mundial “não passam de rumores”. O que leva ao questionamento: até quando seguirá essa narrativa de incertezas?

Próxima rodada de Eliminatórias o Brasil terá pela frente duas pedreiras: Argentina, em casa, e Colômbia, fora.

Andres Cuenca/Reuters

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André Luís
Universidade do Esporte

Contando algumas histórias por ai. Jornalista em formação pela UFRN e membro do Universidade do Esporte.