Em céu de estrela solitária, quem reina é o urubu

Botafogo e Flamengo se enfrentaram pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro

Joao Pedro Barbalho
Universidade do Esporte
3 min readAug 29, 2022

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Domingo: dia mundial dos clássicos de futebol. Confrontos que misturam história, emoção e tradição em apenas 90 minutos. E se tem uma palavra pra definir um Botafogo x Flamengo, essa palavra é história.

Duelo de dois dos maiores clubes do seu estado, que mesmo em momentos distintos — o Flamengo vindo de títulos recentes e o Botafogo em período de reconstrução após subir da série B e com a nova administração do milionário John Textor — não deixa de ter tudo que um clássico proporciona. E a partida de hoje não seria diferente.

O Primeiro Tempo

Os primeiros 15 minutos da partida foram de domínio da equipe botafoguense. O Flamengo, com time alternativo visando a partida de quarta feira contra o Vélez, pela Libertadores, se viu dominado pela intensidade do time alvinegro, que encontrava no jovem Jeffinho, principal destaque do primeiro tempo, suas melhores oportunidades.

Após os 15 minutos de jogo, o Flamengo, muito por sua qualidade técnica superior ao time do Botafogo, conseguiu equilibrar as ações no meio de campo, e o jogo esfriou. A equipe rubro-negra tinha a bola nos pés (acabou a primeira metade da partida com 54% de posse), mas não transformava essa posse em oportunidades de gol claras, muito pela ineficiência de Everton Cebolinha e Lázaro, apagados do jogo, aliado a ausência de seus principais “criadores” Everton Ribeiro e Arrascaeta.

Pelo lado do Botafogo, a necessidade de se preocupar com as escapadas do Flamengo, mesmo que tímidas, fez com que a intensidade dos primeiros minutos fosse reduzida, mas não zerada. As principais jogadas do time da estrela solitária saíram pela região central da defesa flamenguista, que se viu exposta devido a ausência dos seus “cabeças de área” João Gomes e Thiago Maia. O primeiro tempo acaba com placar zerado, mas com a promessa de um segundo tempo mais emocionante.

Vitor Silva / BFR

Segundo tempo

O segundo tempo de jogo começou de maneira diferente do primeiro. O Flamengo tomou as rédeas das ações desde o início, sendo perigoso pelas laterais do campo que tanto se omitiram na primeira metade da partida.O Botafogo seguiu utilizando Jeffinho como “válvula de escape” para os contra-ataques, mas sem sucesso.

Aos 10 minutos do primeiro tempo, as substituições que definiram o resultado do jogo. Lázaro e Victor Hugo deram lugar a Pedro e Everton Ribeiro, e com a entrada de dois de seus principais jogadores na temporada, a partida mudou o rumo. Luis Castro, técnico do Botafogo, também mudou, mas as mudanças não foram capazes de segurar a criatividade do meio de campo flamenguista, que com paciência construiu o primeiro e único gol da partida.

Bola na ponta direita para Matheuzinho, lateral rubro negro, que cruzou a bola na cabeça do artilheiro Pedro, precisando apenas encostar pro chileno Vidal empurrar para o fundo das redes. Gol do Flamengo — que se igualou ao ataque do Palmeiras como o mais eficiente do campeonato com 39 gols — e balde de água fria na cabeça dos botafoguenses, que faziam bom jogo até então. Após o gol, o jogo foi controlado pelo rubro-negro carioca.

Destaque para o goleiro Santos, sempre seguro em suas defesas, e para Fabrício Bruno, que aguentou a pressão e velocidade do ataque botafoguense.

Gilvan de Souza / CRF

O campeonato além do jogo

Com a vitória do Flamengo, a distância para o líder Palmeiras diminuiu para 7 pontos. agora são 43 para o time da Gávea. Já o Botafogo vive situação indigesta na tabela.

O alvinegro soma 27 pontos, apenas 2 de diferença os separam da temida zona de rebaixamento. O próximo confronto do clube é contra o Fortaleza no Castelão, que vem embalado após sequência de vitórias, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Já o Flamengo enfrenta o Velez Sársfield, em partida válida pelas semifinais da Copa Libertadores da América

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